segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Um elenco de peso no Fama Show


Tornar possível a festa cultural do Fama Show, que é uma referência obrigatória no panorama das artes em Mocambique, deve-se, em larga medida, à presença deste elenco de luxo que vai dar que falar ao fazer vibrar multidões no Cine África.

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Uma nova estrela que se junta a constelação de músicos da nova geração


E Moçambicana, nasceu há 19 anos na “terra do arco-íris”, Africa do Sul. Cedo começou a cantar, influenciada pelos seus progenitores, músicos moçambicanos emigrantes naquele pais. Filho de peixe se não nadasse não o seria. Seu nome artístico: Mary, uma nova estrela a juntar-se a grande constelação de novos artistas desta Pérola do Indico.

Mantivemos esta conversa nos estúdios da N’Studio, sua editora, a propósito do lançamento do seu primeiro vídeo clip “Don’t Touch Me”, que já roda nos principais programas musicais nas televisões do pais.

99fm – Acabas de lançar um vídeo clip, ainda estas no anonimato, certamente que os vêem o clip gostariam de saber que a Mary e. Diga-nos quem e de onde vem e de que material e feita a cantora Mary?
Mary: A Mary e uma moca de 19 anos, natural de Africa do Sul. Mudei de nacionalidade para a moçambicana há pouco tempo. Comecei a cantar ainda pequena. Só comecei a cantar profissionalmente agora, este ano.

99fm – Começaste a cantar este ano. A cantar o que?
Mary: Gravei a minha primeira musica este ano em Janeiro com o Mr. Bow. O titulo da musica e “Falo do Coração”. Gravei a minha segunda musica depois que participei num concurso de descoberta de talentos que foi o estrela POP, onde permaneci ate a sexta gala. Imediatamente após a minha saída lancei a minha segunda musica e, recentemente, gravei o meu primeiro vídeo clip da musica “Don’t Touch Me”. O vídeo agora esta nas televisões. Esta musica foi produzida por Mr.Bow, quem fez o beat foi o Mr. Dino. O vídeo da cancro fiz com o Agostinho da N’Studio. A primeira musica e um Ragga (uma fusao) e a segunda e um R&B.

99fm – O que diz a musica “Don’t Touch Me”?
Mary: A Musica “Dont Touch Me” e mais para os players (jogadores), homens que constumam enganar muito as mulheres. Falo de uma moca que nao quer se deixar enganar pelo damo. Ela diz que nao vai ser enganada por ele e ele comeca a insistir dizendo ele quer estar com ela, mas ela nao quer porque ele e um player.

99fm: Comecaste a cantar crianca. Despertaste o talento prococemente? Tens alguem na familia com o bichinho do canto?
Mary: Meu pai e minha mae cantavam ha muito tempo. Eles tinham um espaco chamado “Decibel” onde todos os musicos mocambicanos, os da velha guarda iam cantar. Eles organizavam espectaculos so que, infelizmente, minha mae deixou de cantar e foi para a Africa do Sul. Depois foi a vez do meu pai deixar de cantar e rumar tambem para a John. Agora meu pai esta a recomecar a cantar. Ele organziza algumas bandas, alguns musicos da velha guarda, o que fazia antes. Me inspiro mais nos meus pais e tambem em musicos internacionais como a Beyonce, gosto muito do timbre da voz dela. Ca gosto da Mingas

No Decibel cantavam musicos como Wazimbo, Mingas, e outros. O promotor era meu pai conhecido nos meandros artisticos pelo nome de Chavita. A cota e conhecida Kate, mas ela chama-se Fatima.

99fm – Depois do lancamento das musicas e do video clip, o que esperas alcancar. Quais sao as suas expectiativas? Quais sao os seus planos?
Mary: Eu quero chegar num nivel em que todo o mundo vai respeitar aquilo que faco porque faco por gosto e nao pela fama. Nao e pelo dinheiro, nao e porque quero ganhar dinheiro, canto porque gosto de cantar, desde crianca. Nao canto para ser “rich and famous”, e por amor a musica. Acho que as pessoas vao me receber bem, vou tentar criar as condicoes, vou fazer por merecer cantando musicas com sentido, nao vazias em conteudo. O que e mais importante na musica e a mensagem, nao interessa o estilo. O que eu vou tentar fazer e criar boa musica com mensagem para que as pessoas possam a receber bem.

99fm - Desde que lancaste o video as pessoas te reconhecem na rua?
Mary: Ya! Algumas pessoas me reconhecem, outras nao porque eu gosto sempre de mudar de look, nao sou a mesma todo o tempo, sou mulher camaleoa, ando sempre diferente, gosto de estar sempre diferente. Hoje posso estar com este penteado e noutro dia com outro. Me transmuto, metamorfoseio a cada instante. As vezes podem olhar para mim e dizer a cara dela nao e estranha, mas nao me reconhecem de imediato. Tem pessoas corajosas que se aproximam de mim na rua e pergunta “tu nao estavas no estrela pop”. Mas acho que isso e porque as pessoas estao a receber bem o meu trabalho, recebo muitas telefonemas de pessoas a me parabenizando pelo video, dizem que o video esta bom e a musica tambem.

99fm – Mulher camaleoa, es uma autentica mutante. E no aspecto musical tambem es camaleoa, navegas em varios estilos ou num unico?
Mary: O estilo de musica que eu gostaria de fazer e classico. Gosto de um estilo mais cool, gostaria de fazer jazz, musicas mais calmas. Nao gosto de musicas agitadas porque acho que nao combianm com o meu timbre de voz. Canto mais a vontade as musica calmas.

Como aqui em Maputo e dificil aparecer do nada com um estilo proprio, aquele com que nos identificamos, achei melhor fazer musica comercial. Um pouco comercial para as pessoas se agitarem um bocado e, depois para completar o meu album, vou fazer umas musicas jazz para ver qual o estilo de musica vai ser bem recebido. Se for o jazz vou continuar com o jazz. No fundo gostaria de fazer um album de jazz, eu sei que nao vou cantar so no coconuts, terei de cantar em sitios mais ins com banda. O meu sonho e ser artista de palco, fazer espectaculos ao vivo, por isso gostaria de cantar com banda. Talvez porque os meus pais cantavam com banda.

99fm – Achas isso possivel possivel em Mocambique, onde o playback reina? Porque os musicos sao mais cosmeticos do que reais cantores?
Mary: Acho que e possivel, eu nao sei tocar, mas sei acompanhar uma banda, ja estou a comecar a aprender a tocar ...(que instrumento). O que acontece com os musicos mocambicanos, talvez por causa do estilo que e Mpandza, e dificil um acompanhamento com banda. Mas eu acho que e possivel sim cantar com banda, quem canta com banda e valorizado, quem canta com banda e uma pessoa que canta de verdade como profissional. Cantar com banda significa que tu vais mostrar aquilo que sabes, vais mostrar que es um cantor. Revela o artista que existe dentro de si.

Em playback, as maquinas fazem tudo. O computador faz tudo, mete as vozes, faz as afinacoes. Mas como cantor tens que mostrar a tua veia e os dotes vocais. Sabes que nao se desafina em playback. Se depender de mim todos os espectaculos em que vou fazer parte cantarei com banda, esse e o meu sonho. Quem sabe um dia vou ter a minha banda e poderei fazer o estilo de musica do meu gosto. Agora o mercado determina.

99fm - Que achas do panorama musical mocambique ha lugar para ti?
Mary: Acho que de ha uns dias para ca tenho tido espaco. So falta eu aparecer um pouco mais, ter mais presenca. Ainda nao fui a televisao falar do video e das minhas musicas. Talvez agora com o video fora as coisas vao melhorar porque aqui em Maputo sem video tu nao es nada. Um dia vou chegar la.

99fm – Quando e onde exactamente nasceste?
Mary: Nasci no dia 18 de Novembro de 1989, em Tembisa, na Africa do Sul, onde vive ate aos catorze anos. Vim para ca ha uns seis anos. Por isso canto em Ingles, gostaria de cantar em portugues.

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Letra do tema Maxaca de Lizha James


Verso 1
Alegria aqui esta
Vamos todos comemorar
Com muito calor e emocao
Alegria aqui esta
Vamos todos comemorar
Com muito calor e emocao
Todo Mocambique poe as maos no ar

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Mighty Vibration


Os Jovens do Mighty Vibration demonstraram seu taleto para o afro-reggae numa exibicao no cafe Gil Vicente em Maputo, com a participacao especial de Carlos, que interpretou o tema Blackfella-Like-A-Woman.

Da esquerda para a direita: Ras Hatrim (bass), (percussionista), Aristides Manhique (guitarra), Carlos (X CaPaz), Texito Langa (drums and vocals), Fireman (vocals).

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Pai da marrabenta” completou 81 anos de vida


O veterano cantor moçambicano, Dilon Njinji, completou 81 anos de vida no dia 14 de Agosto corrente. Nascido em 1927, em Marracuene, o musico desde cedo dedicou-se a musica, começou com uma viola de lata por si fabricada, no principio actuava em casamentos e festas.

Sobre a passagem de mais um aniversário Dilon disse “completar 81 anos para mim é uma honra. A longevidade é porque não bebo, não fumo, não tenho muitos vícios destrutivos.

Dilon conta com mais de 60 anos de carreira, tendo deliciado o público com vários temas de sucesso no estilo marrabenta.
mfm

fonte:99fm Sexta feira: 15 de Agosto de 2008

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Video Mestre Venancio Mbande

O mestre Venancio Mbande, vive com sua familia na provincia de Inhambane, Mocambique.

A Timbila foi elevada a patrimonio cultural da humanidade.

Neste video, O seu filho Domingos de 7 anos de idade conduz uma orquestrade timbilas (Xylophone)

Veja mais nos sites HIMLBLOZEN e aFRAGILECULTURES.

Kora Awards sera na Nigeria pela primeira vez


Kora Awards Nomeados 2008 - Categorias Regionais

Este ano, KORA All Musica Awards volta em grande forca. Varios nominacoes foram enviadas por varios paises para o painel de juizes que representam o Kora Music Awards (tambem referido como "African Grammy's"). Voce podera ver alista dos das categorias nao-regionais (muitos dos quais estao na lista de favoritos para o premio de melhor artista/grupo) Diferente das outras premiacoes deste ano, os nominados consistem basicamente por grupos de toda a Afriva, independentemente de sexo, regiao, estilo, lingua, popularidade e reputacao do proprio pais.

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Programa Sergio Faife & Alegria

O que é Sergio 5 e Alegria Programa de caracter social cujo principal objectivo é ajudar as familias mais carentes, reinserção na sociedade das criancas de rua e toxicodependentes atraves de ajuda disponibilizada ou angariadas juntos dos nossos parceiros; pelo pais.

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Festival “Moçambique Canta”


• “Moçambique Canta” e um Festival essencialmente direccionado para a divulgação das artes em Mocambique, onde convergem todas as diferentes cores do mozaico cultural, do Rovuma ao Maputo.
• 24 horas de música, teatro, artes plasticas, comedia, culinaria e artesanato moçambicanos, fazem deste Festival o maior e o mais longo da historia do entretenimento do pais, coincidindo com o aniversário da Cidade de Maputo, a 10 de Novembro.

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segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Arrancou Quarta Edicção do Fama Show


Arrancou este Domingo no cine Africa o maior concurso nacional de descoberta de talentos, Fama Show, com uma novidade este ano: Stewart volta ser o apresentador de servico, depois de o ano passado ter sido um outro host.

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Entrevista com Nelson Preto da DXS LABEL


O Cantor moçambicano de R&B, Nelson Preto, considera estar nas nuvens por ter concretizado o seu sonho de menino que é o de ser um cantor reconhecido, mas alerta “não estou na música pela fama, mas sim pelo gosto que tenho pela música”.

“Quero que as pessoas me reconheçam pelo trabalho que faço, pela minha música e não pelos vídeos. Quero que as pessoas me reconheçam pelo meu talento. Dai nunca ter feito um vídeo sequer”, disse o autor do hit “Luz do teu olhar” que pertence a editora DX label.

Acrescentou que é positivo saber que “tens um número de pessoas e admiram o seu trabalho, muitos dizem ‘gostamos das suas músicas’, é dignificante. Mas eu não estou na música para ter fama, eu gosto muito da música, cresci sempre com a música”.

Nelson Preto é um jovem beirense que entra nas lides musicais ainda muito novo. Conforme conta, tudo começou na igreja, no grupo coral da igreja onde deu os primeiros passos a cantar e a tocar os primeiros instrumentos. Em casa também teve a influência do seu irmão que já tocava.Ele ia a todos os shows do irmão, não importava a hora.

Aprendeu a tocar um bom número de instrumentos, nomeadamente guitarra, piano, bateria e baixo. Mas não se fica por aqui gostaria de tocar violino.

Questionado sobre a escolha do nome artístico diz que o nome apareceu naturalmente. Éramos quatro amigos de raças diferentes, nos tratgavamos por Branco, Monhe, Mulato e Preto. “Encontravamo-nos sempre no Salão Capri, na Praça do Município na Beira para tocarmos. Assim o nome ficou”, disse.

O músico canta e encanta com as suas sonoridades, influenciado pelos seus ídolos, os norte-americanos Boyz II Men, donde busca a inspiração para o canto. Ele considera-se um cantor que canta para todas as camadas etárias, dos 8 aos 80, devido a aceitação que as suas músicas têm diante do público.

“Quando fiz ‘recomecar’ fiz para nossa camada, mas fui notando que até os mais velhos escutam”, sublinhou
Fonte: 99fm

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Beto G fala de si...



Músico e compositor. Amante da música, sobre tudo a tradicional que é a que eu toco.

O meu primeiro CD original, gravei com o ZiQo em 2004 e este veio a ser editado em 2005 com o titulo "Confissão" pela VIDISCO Mocambique. Nas minhas musicas abordo questões relacionadas a: HIV e SIDA, Drogas, gravidez indesejada, Direitos das criancas, e tem um outro lado onde falo das minhas aspirações na vida.

Toco tres (3) instrumentos musicais: a Guitarra Classica, Djambe e Marrimba. Componho as minhas musicas e inspiro-me no quotidiano, principalmente nas questões preocupam a sociedade africana e em especial moçambicana.

Estou actualmente no sudeste de Asia, concretamente em Laos na cidade capital, Vientiane. estou trabalhando com uma banda Local que toca a musica tradicional aqui em Laos e fizemos Fusao entre a musica Africana de Mocambique e Lao. E um projecto interessante na medida em que e pela primeira vez que acontece algo de genero Afro/Lao e por se tratar de dois ritimos completamente diferente. Mas como a cultura faz a uniao, estamos la. estou tambem a trabalhar com uma outra banda que se chama Klustafunk, esta e composta por estrangeiros residentes actualmente em Laos provenientes de varias partes da europa. eu e o grupo de Funk estamos a entrar numa experiencia que esta sendo muito boa para nos, que e de trabalhar no Afro beat. Em Mocambique, trabalhei com a Banda Xitende, uma banda que e um espectaculo em Afro Beat. Já fiz váriosc oncertos pelo mundo pelo mundo fora.

AFRICASIA - Meu Concerto no Centro cultural Frances em Laos - Vientiane

Quero agradecer desde ja o publico que que esteve em massa neste concerto denominado AFRICASIA, onde apresentei-me com a Banda On the Rock. uma das melhores bandas daki de Laos. agradecer em seguida o Centro de Lingua Francesa em Laos e a Banda On the rock. tivemos um trabalho arduo, pos tratava-se de primeira experiencia para mim assim como para banda para fazer esta ponte AficaAsia (Africa e Asia). O baterista - To, guitara solo - Ku, Viola baixo - So e o Teclista - Laza. nao foi muito facil integrarem-se na musica Afro. mas com muito empenho destes rapazes, conseguimos apresentar no dia 4 de Abril de 2008 um trabalho de qualidade. Bonito!!! Thanks, Merci, Obrigado, Kanimambo

Meu e-mail: gilberto_mz @yahoo.com.br

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Paulo Flores e Eduardo Paim mexem com o público

Luanda "dá" o coração e rende-se à voz de Paulo Flores


Diz um velho adágio que quem espera sempre alcança, independentemente da coragem, determinação e do sacrifício em prol de uma causa nobre, mas, para o músico angolano Paulo Flores, a noite de sexta-feira terá sido mais do que um mero momento de oralidade e dito popular. O compositor, cuja voz simboliza a imagem de um povo de fé, sofredor e criativo, foi sublime, nesta histórica data reservada ao "show" de aniversário dos seus 20 anos de carreira, protagonizando um feito inusitado que pode marcar, futuramente, o virar da página no tocante à aceitação e valorização dos artistas nacionais.

Ciente da responsabilidade de dar um passo raro, Paulo prometeu, experimentou, sofreu e cumpriu o objectivo, numa sentimental noite de festa musical, onde mais de 21 mil espectadores "abriram" o peito, ofereceram o coração e fizeram dele um ícone que dissipou dúvidas em relação a sua popularidade e abrangência cultural.

Estrela mais cintilante de um espectáculo há muito esperado, o autor viu-se iluminado pelo céu e pelos homens, na noite fria de sexta-feira, na qual esteve perto de igualar o record de assistência do Estádio dos Coqueiros, cifrado em 30 mil espectadores, número "arrastado" em 1985 pela banda antilhana Kassav.

Diante de um público que mostrou fidelidade, ao suportar por largo período uma lenta e quase interminável fila, a aproximadamente mil metros da porta de entrada, o versátil compositor fez história e pintou com letras douradas um show de coroação, marcado pelo reencontro, em palco, entre dois dos principais difusores do ritmo kizomba.

A festa do satírico "poeta do povo" começou cedo, ainda na parte exterior do estádio, onde, a poucos momentos da primeira entrada do autor de "Sassassa", mais de sete mil fãs faziam contas à vida, de tão grande a ansiedade.
Alguns chegaram a desistir. Outros cederam os ingressos. Mas, os mais comprometidos com o músico, chegaram à "meta".

O espectáculo iniciou-se em alta, como se esperava, com o tema "Meu Segredo", quando eram precisamente 21:30, uma hora e meia depois do previsto.
Nesta altura, o estádio já está colorido e o verde da relva vai sendo tomado por mais de 14 mil fãs, enquanto as bancadas "chamam" pelos derradeiros ocupantes ainda na parte exterior.
O público se agita, mostra disposição, acarinha o compatriota e diz "estamos aqui". Do palco, o artista retribuiu, encontra-se com os admiradores e faz ecoar sala adentro o tema "Reencontro", lembrando a saudade da terra mãe na altura de emigrante.

Os dois temas a seguir surgem com andamento melódico mais ritmado. Paulo interpreta, já emocionado, "Ngulupe" e "Canta Meu Semba", antes de diminuir a velocidade rítmica e cantar "Nguxi", tema com o qual chamou a primeira convidada da noite: Patrícia Faria.

A ex-integrante das Gingas do Maculusso sobe ao palco com a mesma energia, usando do improviso para testar se continua na boca do povo, em curto dueto com o "dono legítimo" da plateia.
Em poucos segundos, orienta a banda e canta "Caroço Quente", antes de voltar ao dueto com o anfitrião em "Papá Wa Jimbidile".
A participação dela é curta. Mas dá para agitar a multidão com o seu "grito de guerra" (Paty, Paty, Paty, Faria). Nesta altura, Paulo quer "agarrar" os fãs, manter o ritmo e aumentar a empatia entre palco e plateia.

Procura o melhor tema, espevita a banda de serviço e até foge ligeiramente do guião inicial que previa, nesta altura, a canção "Sassassa".
O segundo bloco é preenchido com "Serenata Angola", "Poema do Semba", em dueto com outro convidado da noite, Nanuto (no saxofone), com quem ainda relembra um tema zouk antilhano dançado no país na época do recolher obrigatório.
Ao som dessa música, entra, de mansinho, Yuri da Cunha, a terceira atracção da noite.

O show começa a esquentar, as palmas aumentam, o ex-integrante do projecto "Pió Pió", da Rádio Nacional, lança elogios a Paulo. Abre a actuação com melódica pausada, ao som de "Tá Doer", acompanhado por vários espectadores.
Ele brinca com a plateia, canta, dança (…), enquanto o guitarrista guineense Manecas Costa solta o solo.

Nesse momento o público esfriara um pouco, mas Yuri, no seu jeito característico, chama o anfitrião e, numa sentada, reaviva o alento da plateia, interpretando "7 Vincos", "A Mulher Tem Muito Jeito", "Mocinha", todas do falecido músico Man-Re.
Com ele a festa anima, quer pela força do canto, quer pela dança, dando o colorido desejado.
Antes de sair, o jovem artista e Paulo Flores soltam uma rapsódia, com "Mocinha", dos Makambas e "Ramiro", de Jivago, mesclando voz com números de dança (kuduro, semba e ndombolo), que criam ambiente para um momento de surpresa.

O anfitrião chama para o palco um dos filhos (menor), e este mostra o seu talento na percussão.
O período a seguir é um dos mais notórios do dia. Yuri sai, deixando Paulo ao som de um dos seus mais abrangentes temas de sucesso, "O Povo", com o qual chama o quarto convidado, agora muito especial. É Eduardo Paim, seu mestre e instrutor desde o começo da carreira nos anos 80.
Era chegada a hora do reencontro.
Os dois matam saudades, primeiro com "Processos da Banda". O público parece não mais lembrar-se da letra. Depois sai "Som da Banda", de Ruca Van-Dunem e Ricardo Abreu.
Paim puxa pelos fãs e esses começam a espevitar-se. Nesse ambiente, interpreta "São Saudades", para logo a seguir levantar relva com a música "Pr’a Nguenda".

O artista tenta deixar o palco, mas o público, que há dez anos não o vê actuar, pede em coro o seu regresso. E ele volta, recua no tempo e relembra momentos altos do kizomba da década de 90.
Paim quer sair, mas Paulo, rendido ao "perfume" do mestre, não deixa. Com ele canta "A Minha Vizinha", entoado em coro por mais de 21 pessoas.

O anfitrião entra no clima e aproveita-se desse momento para levar a plateia à loucura com "Cherry", seguido de "Garina", enquanto o instrutor recorda os velhos tempos na viola baixo. Paulo canta "Marika", emocionado, mas quase já não cumpre o guião.

Agora é Paim quem manda (...) no show, e volta a agitar a multidão com "Rosa Baila".
Estava feita a história do espectáculo, que assinalou ainda a actuação de Manecas Costa, com o tema "Nelson Mandela", seguido de Paulo, com o sucesso "JP", dedicado aos vizinhos de prédio na Avenida Comandante Valódia, que fazem-se presentes de forma ruidosa, com cartazes e uma claque especial.

Sara Tavares, de Cabo Verde, foi a última convidada. Ela manteve o ritmo e a empatia do amigo angolano, animando o público com "Balancê", "One Love" e "Riqueza e Valor", em dueto com o poeta do semba, que encerrou em alta a festa dos 20 anos de carreira, às 0:50, com os esperados temas "Inocente" e "Bota Bota".

"Obrigado por terem vindo. Não contava com tanta gente", agradece emocionado.
Angop Por Elias Tumba 06-07-2008

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99fm entrevista Azagaia


99FM: Quem se esconde por trás de Azagaia?
Azagaia: Por trás deste personagem do Hip Hop moçambicano, existe um jovem de 23 anos estudante universitário, que é igual a muitos outros, sonha com um ambiente melhor à sua volta, e como adora literatura e se interessa por todas as formas de expressão artística, luta através da arte musical para mudar acima de tudo a mentalidade das pessoas, pois este é, na minha opinião, o primeiro passo para mudar o mundo que nos rodeia.

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Gil Semedo apresenta novo album em Mocambique.


O cantor cabo-verdiano radicado na Holanda Gil Semedo está de volta a Mocambique, onde vai actuar, no Sabado, no espaco Cafe com Letras, momento que vai aproveitar para apresentar o seu novo álbum de originais, “Cabopop”.

O autor de “Nós Líder” dará um único concerto de apresentação deste seu novo trabalho discográfico. Considerado como um dos nomes mais sonantes da moderna música das ilhas, sobretudo ao nível do estilo pop cabo-verdiano da transição da década de 90 para a de 2000, Gil Semedo tem conquistado o coração de muitos mocambicanos, arrastando atrás de si multidões de fãs, sobretudo a malta jovem.

A sua chegada ao Aeroporto Internacional de Mavalane, na Quinta-feira (09/10/2008), o cantor disse que vem a Maputo para lancar o seu novo trabalho que traz uma mensagem de paz. “Este e um disco de paz para mim, tras paz na alma. E um album para dancar, mas tambem para estar sentado em casa relaxado a ouvir as mensagens porque eu sempre procuro trazer nas minhas cancoes mensagens de paz”, sublinhou.

Na curta conversa que manteve com a comunicacao social no Aeroporto, o autor de
“Maria Julia” foi solicitado a comentar sobre o incidente de ha alguns anos em que caiu do 8° andar do predio onde mora em que se chegou a temer o pior.

“Se ainda estou vivo e por milagre de Deus. Eu andava muito atrapalhado (na altura), mas gracas a Deus estou vivo. Isso e que e mais importante, estou a gostar de viver a minha segunda vida”, comentou, acrescentado que neste novo album tem uma musica dedicada a deus por lhe ter salvo a vida que se chama “Deus dentro de mim”.

Na sua actuacao, a abrir a edicao 2008 do Verao Amarelo, da Mcel, o cantor vai contar com a presenca dos musicos mocambicanos, Wazimbo, MC ROger e Marlene.
Gil Semedo nasceu em 1974 na ilha de Santiago em Cabo Verde. Aos seis anos imigrou para a Holanda, com a sua família. Foi ainda na sua tenra juventude que começou a experimentar e escrever música. O seu estilo é uma mistura do género cabo-verdiano, o Funaná e o Coladera, com a música moderna, mais influenciada pelo Astro Michael Jackson, seu idolo.

O seu primeiro maxi-single foi imediatamente um sucesso enorme e alcançou os tops em Cabo Verde e Portugal.Em menos de três anos, Semedo é escutado e "dançado" em todos os países onde existem comunidades cabo-verdianas e e nos paises lusofonos, incluindo Mocambique.

O seu reportório é inteiramente baseado nas suas próprias composições, contando já com 13 álbuns de originais. As suas vendas totais já alcançaram as 500 mil cópias em todo o mundo, e as suas actuações contam com mais de 100 mil fãs que invadem a arena e dança ao som da sua música.

Fonte: 99fm


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Matias Damásio esgota CD "Amor e Festa na Lixeira" no Atlântico

Matias Damásio junta fãs no Cine Atlântico

O musico angolano Matias Damasio autor do hit mboa ana, sobejamente conhecido e aclamado pelo publico Mocambicano lancou o seu mais recente trabalho que ja comecou a virar cabecas e coracaoes em luanda.

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Festival de Jazz Moçambique-Italia


O IV festival de Jazz Moçambique-Itália arranca sexta feira no Teatro Avenida.

O evento conta com a participação especial dos moçambicanos Ivan Mazuze, saxofonista e do percussionista, Tony Paco.

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Joana Coana aposta no Mpanza

A cantora moçambicana, Joana Coana, muda de estilo musical optando agora por tocar o Mpanza, um ritmo celebrizado pela nova vaga de jovens músicos nacionais.

A autora da celebre canção “Jowawana” revelou que e hora dos graúdos se renderem ao estilo que esta em voga e deixar de lado os preconceitos.

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Video Sukuma ft Elizah

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

A festa do Channel O, MVA 2008



Na noite de quinta-feira dia 9 de Outubro, o Channel organizou uma cerimonia sumptuosa digna de estrelas onde Buffalo Souljah e P-Square do Zimbabwe foram coroados os reis do "Music Video Awards" edição 2008.Buffalo Souljah, nascido no Zimbabwe, foi a estrela que surpreendeu toda a gente, ganhando o prêmio de Melhor revelação (prêmio este que concorreu com Simba de Moçambique) e o Melhor Ragga/Dancehall.

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Mo Fire the Mr. Arssen


Artista: Mr. Arssen
Titulo: Mo fire

Intro:
Yah man selectah, mr arssen bring mo fire, for da king seelah see i, call da fire man and call da police 2nite…
He ehe… he ehe… eh heh… so wa’tcha want now x2 eh…heh… so let me do it…


Video de Mo Fire de Mr. Arssen

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Bandolim de “Ximanganine” sem seguidor

O país é rico em exímios guitarristas, percussionistas, baixistas, bateristas, saxofonistas, flautistas, teclistas entre outros. Todavia, infelizmente já não se pode dizer o mesmo quando se fala do bandolim. Este instrumento, é até este momento o único que é executado por um único músico conhecido: Ernesto Ndzevo “Ximanganine” da banda “Os Galtons”. E Ndzevo está triste com isso. Na sua óptica, não é razoável nem compreensível que até hoje o seu bandolim ainda não tenha um único “continuador”. Estranhamente, num país cheio de valores. Particularmente a nova geração de instrumentistas.

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Entrevista com Cloro membro da Trio Fam vencedor do prémio melhor hiphop.


99fm: Como é que se sentiu depois de receber o prémio de melhor no ano passado.
Cloro: Bem foi muito nice, temos estado a trabalhar bastante, o prémio foi grande insentivo, foi o primeiro a recebermos , tem um valor muito importante na nossa carreira.

99fm: a 99fm decidiu oferecer um valor monetário para além dos galardões no acto da cernónia de entrega dos prémios, o que achou desta decisão.

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www.nyachamusica.blogspot.com


Pois aqui esta a disposicao de todos.

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Bonga considera importante atribuição da pensão de reforma aos artistas nacionais


Luanda - O artista angolano Barceló de Carvalho "Bonga" considerou, nesta quarta-feira, (20/08/2008) em Luanda, oportuno e importante para o bem-estar dos criadores nacionais, a iniciativa do Governo angolano em atribuir pensões de reforma a todos os artistas com mais de 35 anos de carreira ou 65 anos de idade.

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Video Azagaia ft Valete

Quer Comprar o CD de Stewart Sukuma?

O album Nkhuvu de Stewart Sukuma ja se encontra a venda nas bancas.
Para usufruir do servico de entrega ao domicilio da radio 99fm, contacte os seus servicos comerciais ou clique AQUI para mais informacoes.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Denny OG & amigos vai sair la para o final do ano.


O conceituado musico moçambicano Denny OG revelou que vai lançar, no final do presente ano, um novo projecto musical denominado Denny OG e Amigos, em que vai reunir um leque de musicos da praça para cantarem juntos. Falando em exclusivo ao site da radio 99fm, OG disse que “neste momento estou a gravar o meu CD, mas já estou na fase terminal, estou a finalizar para que o lançe em outubro proximo.

Quanto ao seu proximo album a solo disse estar a gravar material novo que em principio vai lançar no final do mês de Outubro. Ao mesmo tempo esta a gravar um novo video.

Sem fugir muito do que habitou os seus admiradores, Denny OG disse que o novo disco vai conter um pouco de todas as sonoridades. Contem o pdanza que o estilo que o lançou para a ribalta como musico, hip pop, marrabenta, ou seja, o disco tem um pouco de tudo como forma agradar todas as camadas sociais e faixas etarias.

Fora os trabalhos de gravação do novo album e novo video e o lançamento do projecto Denny OG e Amigos o autor da canção “ “ diz que anda com agenda super preenchida, com varios espectaculos.

Semanalmente tem shows “o que prova a musica mocambicana esta a evoluir e de que pessoalmente o que esta a fazer tem agradado, as pessoas acreditam naquilo que faço dai estar sempre em actuações. Acredito que este ano esta a ser melhor que o anterior”.

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CD de Tabasily ja nas bancas

Um olhar ao programa "Show de Talentos".


SR. DIRECTOR!

Agradeço por receber e mandar publicar esta carta que expressa a decepção, desconfiança e tristeza de alguns acompanhantes do programa “Show de Talentos” organizado pela Vodacom-Moçambique. Terminou recentemente o programa que unia e animava algumas pessoas (crianças, jovens, adultos e idosos). Um programa televisivo que passava nas tardes de domingo e que juntava várias pessoas para assistir aos grandes talentos moçambicanos descobertos, em áreas distintas, uma vez que tivemos dança, poesia, humor, etc.

Interesse e ansiedade de saber quem seria o vencedor do grande prémio (500.000,00MT), animação e alegria porque animava e deixava todos alegres ao ver nossos filhos, amigos, sobrinhos, netos ou mesmo vizinhos a fazerem algo de bom e com muito talento. Confiança porque tratando-se de uma empresa grande, e tão prestigiosa criou de uma certa forma confiança na atribuição do prémio ao verdadeiro vencedor quando chegasse o momento (que seria também difícil de escolher porque haviam muitos talentos e como disse antes, em áreas distintas).

Assim, assistimos e ficamos a conhecer as duplas Bruno e Miklety, Labiba e Lasanta, o João Nelo, Ana Cristina, o Pato Donaldo, o jovem-avô Castigo Muchanga, a Matilde Conjo, os grandes declamadores de poesia Octávio Raul e a outra que saiu mesmo no início, a Lúcia Makina só para mencionar alguns. Grandes talentos revelados, muito trabalho realizado pelos concorrentes, que também com confiança e esperança lutaram para chegar à final e ao grande prémio.

Chegou o grande dia, domingo, 10 de Agosto, assistimos o programa, e para tornar mais agradável o momento fizemos apostas, mas desculpem dizer nenhuma das apostas recaía no vencedor do prémio.

Infelizmente, recordo-me agora ao escrever esta carta com muita tristeza a grande decepção quando a apresentadora anunciou com muita emoção, porque deu para ler a expressão facial dela, as lágrimas que só não escorreram devido ao seu auto-controlo, o nome do vencedor “Gatoma”, ficamos todos nós (o grupo que comigo assistiu o programa final) revoltados e decepcionados com a Vodacom, como se costuma dizer, caiu-nos um balde de água fria, porque nunca imaginamos por um segundo sequer que aquele pudesse ser o vencedor.

Não nos restava mais nada senão apenas aceitar a decisão. Cada um de nós lamentou, fez o seu comentário como seria de esperar. Que talentos é que a Vodacom procurava? Qual era o objectivo do concurso? Será que o público votou mesmo naquele jovem porque se assim foi, então tudo bem que seja.

Mas não deixo de frisar que estamos a ser injustos com os concorrentes ao não reconhecermos o verdadeiro talentoso ou talentosos como diriam os membros do júri, Jorge Vaz, Ivo Garrido e Maria José Sacur, cada um por sua vez “estou orgulhoso por fazer parte deste júri e por te ter seleccionado no casting porque tu és um verdadeiro talento, um verdadeiro artista, criativo, postura no palco e bom/a comunicador/a com o público”, claro que nunca deixaram de criticar, dar orientações e sugestões sempre que fosse necessário. Porém, nenhum dos talentos que ouviu estas palavras foi o vencedor.

Será que a opinião do júri não significou nada para este concurso? Ou já se sabia quem seria o vencedor como se dizia antes mesmo de terminar o programa que o fulano vai ganhar. A questão que eu coloco é: como é que já se conhecia o vencedor e até o nome dele antes mesmo de terminar o concurso? Enfim..., verdade ou não, aconteceu. Mas gostaria que todos aqueles jovens não parassem porque eles são mesmo talentosos, o verdadeiro talento e acredito que todos aqueles que acompanharam o programa vão concordar comigo.

Aproveito para dar os meus parabéns aos Mikletinhos como eu os chamava, ao Suleimane, avô Muchanga, a Labiba e Lasanta, Matilde Conjo, ao grande declamador de poesia Octávio Raul e todos aqueles que não mencionei aqui os nomes porque não me recordo. Dizer apenas “a luta continua”! Força, porque vocês são os talentosos e são vencedores independentemente de não terem levado os 500.000,00MT, aceitaram o desafio, portanto são vencedores, aproveitem a oportunidade que tiveram de aprender na academia as técnicas e toda a experiência obtida.

Bem, perdoem-me se ofendi ou feri alguém, mas precisava expressar a minha decepção com a Vodacom, desabafar e pedir que os próximos concursos sejam ganhos pelos verdadeiros talentosos se, se tratar de concurso de talentos e não brinquem com os nossos concorrentes depois de muito trabalho realizado e de tempo longe dos seus familiares, dos seus lares e sem contacto com os mesmos.

Pedir que nos próximos eventos a Vodacom seja justa na atribuição do prémio e sugerir também que para este tipo de concursos existam o 1º, 2º e 3º lugares, assim como um prémio de participação aos finalistas, e, porque não separar as categorias, uma vez que se tratava de áreas distintas, isto se possível como forma de estimular e incentivar mais os nossos jovens.

Obrigada.

C. Frós 14-Ago-2008

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Entrevista com Eduardo Paim

Eduardo Paim

Eduardo Paim está de volta para deixar os seus fãs (espalhados por todos os países lusófonos do mundo e não só) de queixo caído e de olhos achinesados. E Paim não poderia reaparecer da melhor forma, a de convidar os seus fãs, depois de um jejum de quase dez anos, a matarem a sede com “Maruvo na Taça”, que é, na verdade, um disco que está a dar cartas nos quatro cantos do globo. Entrevista a não perder e, mais uma vez, o contributo do Notícias Lusófonas no apoio à cultura Lusófona na sua mais pura expressão.
NL – Mas tem ou não cabelo?
EP – Naturalmente que tenho. Já tirei o boné algumas vezes da cabeça para que as pessoas pudessem deixar de pensar que sou calvo. Calvo não sou! Também já me perguntaram porquê que andava de bengala, mas a bengala em si é um adereço próprio das pessoas que lidam com a arte.

NL - Está de volta aos palcos oito anos depois?
EP – Enquanto Eduardo Paim. Faço essa distinção pelo simples facto de o afastamento dos palcos ter-se evidenciado na pessoa de Eduardo do Paim. Musicalmente não, por que sabe que há 10 anos que tenho a EP-Produções em Angola, um projecto que desde a sua nascença destinou-se a contribuir para a melhoria qualitativa e quantitativa da fonografia angolana. Várias são as produções que a EP-Produções colocou no mercado, que resultaram em nomes como os de Paulo Flores, a partir do CD “Perto do Fim”, Banda Maravilha, Euclides da Lomba, Flay, Dog Murras, Moyuenos, enfim, muitos nomes. Daí que a determinada altura ficou-me difícil conciliar as duas situações. De um lado tinha a responsabilidade pessoal para com o meu público e do outro a responsabilidade de honrar o projecto EP-Produções no sentido de dar um maior contributo à música angolana.

NL – Já é possível conciliar a actividade musical e a produção de músicas?
EP – Naturalmente que sim. E diga-se de passagem que para quem como eu terá habituado os seus admiradores com trabalhos de ano a ano, e depois ter ficado oito anos sem ter posto nenhum trabalho no mercado, começou a tornar-se incómodo para mim. O público nunca parou de cobrar, mas hoje já posso respirar de alívio na medida em que cumpri com a promessa de algum tempo e estou satisfeito com a forma como o “Maruvo na Taça” tem sido recebido pelo público. A crítica tem sido extremamente positiva e tem-me motivado já inclusivamente para outros trabalhos. Tenho que me regozijar com todo este tratamento que o público e a crítica vêm fazendo. Tenho notado um carinho muito grande pelo facto de ter voltado às lides musicais.
Tenho recebido e-mais de várias partes do mundo a cobrarem e a solicitarem a minha presença em Moçambique, Cabo Verde, Holanda, enfim, em quase todos os lugares onde a comunidade lusófona se faz sentir. Penso que depois de todo o trabalho feito no passado, alguma marca terá ficado. Agradeço a Deus que esta marca tivesse sido muito positiva e que tem resgatado em nós a vontade de continuar a colocar à disposição do público tudo aquilo que é resultado da nossa inspiração.

NL – O que é que representa para si o “Maruvo na Taça”?
EP – O “Maruvo na Taça” foi mais uma escola na medida em que no início deste projecto, portanto há cinco anos, a ideia não era tão alargada como acabou por ser em termos de participação. Este projecto tinha sido esquematizado inicialmente com poucas participações. Posso dizer que na altura os convidados eram apenas o cota Bonga e Fernando Girão. Em termos de participação de instrumentistas é que a participação já era grande, mas devido ao resultado que colhi com a participação de Fernando Girão e de Bonga, preferi alargar um pouquinho mais.

Cabo Verde, por exemplo, é um País que admiro, de gente que amo, daí que me ocorreu fazer um tema que pudesse reflectir o carinho e a admiração pelos cabos verdianos. Daí a participação da Nancy Vieira. Uma vez que a música é algo dinâmico, daí a ideia de chamar jovens como o Negro Bué, Matias Damásio, contemporâneos meus como o Ângelo Boss, pessoas que eu admiro como Dom Caetano e Voto Gonçalves. Para mim é uma questão de honra ter num trabalho meu a participação desta grande família ou de muitos bons representantes de músicos não só angolanos, mas também portugueses, como foi o caso de Fernando Girão e da Nancy Vieira, de Cabo Verde.

Posso até adiantar que nos próximos trabalhos procurarei também trabalhar com artistas moçambicanos. Afinal de contas a mestiçagem cultural gera sempre uma riqueza na amplitude e magnitude dos trabalhos. Penso que isso é um bom exemplo a seguir.

NL – Tem alguma ideia de como é que é recebida a sua música nos países lusófonos?
EP – Vou tendo algum feed-back extremamente positivo. Em Angola, o trabalho está lançado e tem sido consumido com regularidade. Em termos de distribuição noutros perímetros, é um processo que vai agora na sua terceira semana. Mas já há discos em Cabo Verde, em Moçambique e aqui em Portugal. Afinal de contas Portugal é sempre o ponto de partida. Sei que houve há duas semanas solicitações de discos a partir de França e da Holanda. Acredito que é um processo que está no seu começo e vai estender-se certamente para outros pontos do mundo.

NL – Considera-se um músico da lusofonia?
EP – Sendo Angola um País da lusofonia, não tenho dúvidas em relação a isso. Aliás, o meu percurso e a música são uma prova clara disso. Apesar de ser um artista angolano, o meu trabalho não é consumido apenas por angolanos. Conheço vários países do mundo, sobretudo países de expressão portuguesa. Mas sei que ainda tenho muito que fazer e estou disposto a esse desafio.

NL – Qual é a sua perspectiva da música lusófona no mundo?
EP – A lusofonia no mundo, do ponto de vista musical, literário e das artes plásticas, vem ganhando um relevo já bastante evidente. Acredito que sendo a música uma forma de arte, vem também conquistando também o espaço que deve ter nesta aldeia global que é o mundo. Tudo depende da qualidade daquilo que é feito, mas penso que a música lusófona vem ganhando espaço no mundo sem qualquer sombra de dúvida.

NL – O que é que lhe apraz dizer sobre a sua actividade como produtor?
EP – Sou proprietário de uma produtora, por sinal a primeira do pós-independência. Temos as portas abertas para toda gente. Pelas minhas mãos já passaram muitos trabalhos. E isso é um desafio que se renova a cada nascer do Sol. É claro que ainda não me sinto realizado. Se o admitisse, estaria no fim da linha. E como não é este o meu objectivo nem nada que se lhe pareça, tenho motivos para me sentir no caminho certo e com bastante orgulho.

NL – Porquê General Cambuengo?
EP – Cambuengo é meu nome de casa, o que quer dizer teimoso, resoluto. A história do General teve inicio há 13 anos aquando de uma actuação na Feira Popular de Luanda (FPL) aonde caracterizei-me como militar. Afinal no mundo da música gozamos de uma certa liberdade. Fui vestido a militar e uma das pessoas na plateia, talvez por emoção, chamou-me de General Cambuengo. A partir daí gostei.

NL – E a partir daí adoptou o título.
EP – Não! A adopção foi feita pelo público. É uma forma carinhosa de tratamento do público e aceito com todo orgulho, de coração e com alguma vaidade.

Por Jorge Eurico

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