terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Time Mozam

TIME-MOZAM é o nome do conjunto musical do musico moçambicano , residente na França, chamado Cândido Xerinda. Este projecto nasceu em 1991, na cidade de Montpellier, no sul da França.

Na banda é constituida por instrumentistas de nacionalidades diversas como senegaleses, malgaches e françeses.
O estilo de base é a Marrabenta e o Mutimba. Mas existem muitas outras influências dos ritmos e melodias tradicionais de Moçambique e de outras partes do mundo.

Desde a fundação do conjunto TIME-MOZAM', a ideia do Cândido era a divulgação da cultura de Moçambique através da musica e com base nas suas proprias composições.

A aposta foi ganha, pois no sul da França a musica Moçambicana ja é uma realidade e consegue estar ao mesmo nivel da musica das outras nacionalidades africanas.
Quando se evoca a musica moçambicana, o nome de Cândido é a unica referência nessa região da França.
A notar :
- Muitos concertos na região sul da França ( Montpellier,Nimes Avignon, Marseille, Béziers,, Arles, Toulose …)
- Show case, et concertos em primeira parte
- Muitos festivais (primera parte de Manu DiBango et de Salif Keita), Judith Sepfuma, etc

Vencedor do concurso " Ngoma Moçambique 99 " com a cançao n° 7 do album Metilene ( XIGUBO) : A melhor canção do ano 1999 .
Varias digressões ao nivél internacional: Em Moçambique, na Nova Caledonia, na Polonia,etc...
A musica do Time-mozam (dirigido pela Cândido) é sempre bem recebida pelo publico...com muita emoção...

Vutomi

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Amavel Lanca CD de Metamorfoses.


Maputo (Canal de Moçambique) – Foi, sábado último, lançado o CD «Metamorfoses», da autoria do guitarrista Amável. A cerimónia decorreu nas instalações da loja Gringo sita na avenida 25 de Setembro.
Amável que toca o estilo de “Rock Metálico” explicou ao «Canal de Moçambique» as razões do baptismo de «Metamorfoses» ao seu primeiro CD. “Metamor, significa objectivo superior e, forzes, objectivo que queres”.
De acordo com aquele guitarrista o estilo que eles tocam tem aceitação, mas, ressalvou que “não é o estilo de música que vende cinco mil CD por dia, mas vende pelo menos um por dia”.
Amável acredita que melhores dias virão desde que quem de direito se esforce para por cobro à pirataria “É um mal que já deveria ter sido combatido”, diz.
Colaboram no trabalho de estreia de Amável 4 músicos.


(Selma Muhate) 2007-03-19 20:07:00

Este guitarrista moçambicano, que tem uma base muito forte na distorção, apresenta o seu reportório quase sempre com alguma improvisação tornando cada concerto uma peça única.

As influências
Fortemente influenciado pelo músico, compositor e intérprete moçambicano Fanny Mpfumo, a quem considera ter, ao longo da sua vida enquanto músico, produzido composições clássicas, Amável Pinto refere que quando começou a pesquisar a música que a história musical moçambicana o catalogou como o "Rei da Marrabenta", percebeu o grande universo que era. "Acredito que Fanny Mpfumo é capaz de transcender a nossa imaginação e leva-nos a ouvir o que queremos e não aquilo que ele tocou. E quando consegues atingir esse nível é que então és muito forte", disse.

Mas Amável não ficou por aí, pois quando percebeu ser possível fazer fusão da marrabenta com o rock sentiu a necessidade de ter que estudar profundamente o Fanito. "E pesquisar Fanny Mpfumo significava estudar música, mas não devia ser música como o jazz, e sim o que ele próprio tocou, que é a clássica porque a partir daqui tudo se tomaria fácil.

Sou uma mente com fusão
Sou uma mente com fusão, por isso me identifico muito com o Fanny Mpfumo. Mas também tenho muitas coisa dentro de mim, tais como o ter progenitores europeus e ter nascido em Palmeira (Manhiça) e ficado lá até pelo menos aos cinco anos, associado ao facto de ter crescido a ouvir muitos estilos musicais", descreveu-se Amável Pinto, para quem depois de ter passado pelo Rock, com uma passagem, primeiro pelos “Panzers” e depois pelos “Tais” , viu-se na contingência de desenvolver um projecto musical seu: o Etno-Rock-Clássico. Era o materializar de um sonho de miúdo, uma vez que isso lhe permitiria desenvolver todas as suas habilidades, e aprofundar mais o estudo da música clássica.

Para isso, matriculou-se, via correspondência, na Universidade da África do Sul (LTNI-SA), onde este ano (2005) transitou, com mérito, para o sexto de "Guitarra Clássica".
O seu projecto tem conhecido alguns percalços por não ser muito comum. E em relação a isso, Amável Pinto, que participou na produção do disco "Tributo a Fanny Mpfumo", é da opinião que o seu estilo musical, no principio tinha um público demasiadamente dirigido, aliás, como acontece com toda a música que não seja comercial, mas agora, vão se abrindo as alas. Defende-se dizendo que: “agora se uma editora aparecesse e dissesse que para gravar um disco tenho que tocar música comercial, diria que prefiro ser pescador. Não por desdenhar a comercial, mas neste período da minha vida seria difícil fazer isso porque a minha mente quer fazer muita coisa. E fazer música de uma única linha é muito difícil para mim. Não que não possa tocar com os que fazem música comercial, mas é que se formos a ver, 90 por cento dos instrumentistas, neste caso guitarristas, quando querem trabalhar seriamente nunca é sob base da música comercial”, sustentou.

Fonte: Jornal Notícias – Suplemento Cultural - 2005

Amável Pinto é um dos guitarristas mais importantes do actual universo musical da nossa praça. Ao longo do seu percurso musical desenvolveu um projecto musical de fusão de ritmos musicais como a marrabenta, a música e o rock, o que faz dele um guitarrista impar entre nós. É ainda sobre este projecto e criação de outros que o artista fará uma abordagem no seu workshop.

"Metal Zone 2" é o segundo festival de rock que acontece entre nós e é organizado pela banda Kaspahatola: A primeira edição teve lugar meados deste ano na Escola Industrial 1° de Maio, e pretende exibir os novos conceitos do rock desenvolvidos em todo o mundo neste novo século.

"Três Mentes em Guitarra" é a designação do espectáculo que vai teve lugar no Centro Cultural Franco-Moçambicano. O espectáculo teve em palco os guitarristas moçambicanos Nanando, Amável Pinto e Jorge Domingos, três mentes que fazem parte da nata que constitui o orgulho nacional. Carlitos Gove (na viola-baixo) e Helton (na bateria) acompanharam este trio naquilo que se foi um espectáculo didáctico.
Pela sua natureza, o espectáculo, que foiuma troca das longas experiências acumuladas no exercício das funções destes, é visto como de suma importância para o panorama musical nacional, pois juntou três personalidades que apresentam formas distintas de ser e estar no palco. Segundo acredita-se, "Três Mentes em Guitarra" serviu de catalisador de mentes jovens, por causa das atitudes e do trabalho que Nanando, Amável Pinto e Jorge Domingos têm desenvolvido no universo da nossa música, criando estilos próprios e diferentes dos que temos ouvido.

Um comunicado do Centro Cultural Franco-Moçambicano refere que, "Três Mentes em Guitarra" é um espectáculo que junta três homens três mentes e sentimentos distintos transmitidos pelo mesmo instrumento: a guitarra.
O espectáculo, de acordo com a nota do "Franco", junta três guitarristas de gerações diferentes, com influências igualmente diferentes, porém, guiados pelo mesmo objectivo que é "a fusão de todo um saber sobre a música moçambicana, mais concretamente a marrabenta", refere, acrescentando que virtuosos, versáteis, com uma capacidade extrema, porque exímios executantes, os três guitarristas sabem o que usam, como usá-lo, e sabem ser eles em todos os tempos e momentos, “o que lhes permite levar-nos a um mundo completamente liderado por eles, dentro dos seus padrões", diz.
Este espectáculo foi o princípio de um projecto que tem ainda no seu bornal a realização de workshops sobre a guitarra, o uso de equipamentos e do som. Estas realizações estarão mais viradas aos jovens que se iniciam na área musical, pois, segundo acreditam, esta é uma das formas de prepara-los para o futuro.

Nanando: é o mais mais dos guitarristas que estão neste projecto. Em idade e profissionalmente; é um "inspirador", principalmente dos mais jovens. As relações que sempre manteve com grandes nomes da música moçambicana, tais como João Cabaço e Wazimbo, e a sua preocupação em pesquisar e incorporar novos elementos rítmicos, bem como as suas atitudes elevaram-no à categoria de um dos melhores guitarristas da actualidade. Um dos grandes motes de Nanando é a fusão de jazz com a marrabenta.

Jorge Domingos: viveu cerca de 20 anos na República da África do Sul. Trabalhou ao lado de grandes nomes de músicos Moçambicanos radicados na RAS, designadamente Gito Baiói e Tananas, sem deixar de lado a sua veia de compositor. De regresso a casa, Jorge Domingos muito rapidamente conseguiu se inserir no espaço musical da praça, sendo uma das figuras que mais se destaca - em casas de música de fusão, para além de trabalhar com grandes músicos na fusão de toda a sua experiência com a marrabenta.

Amável Pinto: jovem guitarrista actualmente a estudar música e guitarra clássica na RAS, Amável abraçou a fusão do rock e da música clássica com a marrabenta. Tem contribuído em projectos como AZAGA (Chico António), João Cabaço e outros nomes sonantes da nossa praça. Amável muito inspira-se em Fanny Mpfumo, o nosso Rei da Marrabenta, estando a trabalhar a sua fusão rítmica dentro da base da música de Fanny.

Publicidade Gringo por Amavel

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Entrevista com Yara


Redação Maputo: Como descreves a Yara?
Yara: Eu sou uma jovem normal como todas as outras da minha idade. A única diferença é que eu canto, não tenho vícios e aprendi a ser independente muito cedo e a deixar de fazer certas coisas para não chamar atenção dos meus fãs e admiradores do meu talento.

Defeitos: teimosa, mimada, cumilona, viciada em chocolate e peluches, chorona (não consigo ver nada dramático que emociono-me e choro logo), “Fala-fala” – “estou sempre a falar”.


Qualidades: Simpática, amiga, compreensiva, paciente (para certas coisas), social, meiga e muito talentosa – a minha mãe chama-me de "jeitosa".

Quando é que começaste a cantar? Sempre quiseste cantar, ou esse fascínio veio mais tarde?
Comecei a cantar com 14 anos ia fazer 15. Tudo começou em Novembro em 1997, por pura brincadeira da minha “mamy”, ela sempre ouvia-me cantar na casa de banho e como o Mahel precisava de alguém para fazer os coros, ela sugeriu: “porque não levas a Yara?”
E foi assim que começou o bichinho da musica.
Nunca foi meu sonho ser cantora, nasci com essa dádiva de Deus, na verdade isso já vem de gerações por parte da família da minha “mamy” (é uma historia muito longa).

A música é para mim um hobby, é uma forma de me divertir e encantar os outros que gostam da minha voz.

Como foi gravar o primeiro álbum?
Vou confessar que tive medo, pois, era muito pequena e estava a entrar numa outra vida - eu não acreditava no meu talento - e estava muito constipada quando ligaram me e disseram que ia gravar com o grande músico e produtor angolano Yé-Yé, mas quando as pessoas começaram a comprar os meus discos, a participar nas minhas entrevistas (em televisão, rádio), e a elogiar-me comecei a ter mais confiança em mim.

Quem são os teus cantores favoritos?
Gosto muito da J-lo, Mingas, Ancha, Eminen, Swit, Dina Medina (foi com uma canção dela que me lancei na carreira musical), Kenny G, Djavan (adoro-o) e, claro o Michael Jackson. Enfim, gosto de todos os géneros de música desde que tenha qualidade de som e seja rica na composição.

Quem convidarias para fazer um dueto numa “love song”?
Não sei, pois não substimo o talento e a boa vontade de alguém que tenha boa voz e talento e que queira cantar comigo, para quem não sabe eu já gravei muitas "love songs", com o Mahel, Oliver Style, Ziqo e com o Nelton Miranda que é um dos produtores do meu mais recente álbum.

Como é que é ser-se conhecida? Ter fãs?
Ser conhecida e ter fãs é uma maravilha - sentir o afecto de alguém que faz de ti um mini “Deus” é outra coisa - adoro ser invadida por fãs, dar autógrafos, conversar com eles, ver o brilho no olhar de alguém quando me vê faz o meu dia.
Principalmente as crianças que adoram e fazem de mim o ideal daquilo que elas um dia gostariam de ser, ou serão, pois elas são de todos os meus fãs os mais sinceros, são os meus anjinhos (e eu não faço musica para crianças, imagina se fizesse!).
Mas tem a parte “chata”: não tens privacidade, não podes fazer nenhuma "macacada" que eles estão logo ali para criticar ou “fofocar”, enfim tens de ter cuidado com o que fazes.

Qual foi piropo mais maluco que já recebeste de um fã?
Foi quando fui a Quelimane e um fã tinha no seu carro a matricula com o meu nome. Já recebi cartas longas de uma família inteirinha que dizia que eu era a deusa deles, presentes sem identificação (só vinha escrito admirador secreto), telefonemas de todas as províncias no dia do meu aniversário, fãs de fora do pais (Inglaterra, Angola, Portugal, Espanha, Holanda, etc) que ligam e dizem o quanto gostam de mim e de me ouvir cantar.

Sabemos que estás a estudar comunicação. Depois de terminado o curso, largarás a música?
Não tenciono deixar a música, sempre que puder “vou dar um tostão da minha voz”, mas é claro que vou me dedicar mais a carreira de comunicação.

Como é que vês o actual cenário musical nacional?
A música moçambicana está a ir muito bem, tirando algumas coisas que com tempo mudará. Hoje já se vê novas caras, música diversificada e o povo moçambicano adere bastante a música do seu país.

Regra geral, os cantores moçambicanos não promovem os seus trabalhos junto dos media. Achas que é por falta de oportunidade?
Não, eu acho que os próprios não fazem a sua promoção, os media ajudam-nos bastante e é graças a eles que nós vendemos, pois promovem-nos.
A Yara cantora é vaidosa? Tem muito cuidado com a imagem?
Vaidosos somos todos, mas eu não gosto muito de pinturas nem de muitos adornos. Gosto de estar a vontade comigo mesma, sou muito natural, mas sempre com aquele toque especial, se não ninguém olhava para mim.

Preservo bastante a minha imagem e gosto de fazer uso da beleza que tenho.

Lançaste este ano o teu terceiro disco. Como o descreves?
A Outra Porta está a ser p’ra mim um grande desafio, pois tem nele tipo de músicas que nunca cantei e estou pela primeira vez a gravar com produtores moçambicanos e bons (Zé Pires dos K10 e o Nelton Miranda dos Sáldicos), canto em línguas diferentes da minha terra.
O disco está a ser um sucesso – até o tocam nas discotecas, coisa que não se faz sempre nas discotecas aqui de Maputo - nas províncias sempre tocaram muita musica moçambicana.

O que gostas de fazer nos tempos livres?
Dormir, ler, namorar, passear bastante para fora de Maputo, ir as lindas praias que tenho no meu pais, dançar, desenhar e ver televisão.

Que cidade gostarias de visitar?
Eu gostaria de conhecer a Ilha de Moçambique, os EUA, Brasil, Ilha de Ibiza e o México - são regiões interessantes.

Sida...
Sida é uma doença que as pessoas não levam a sério, pensam sempre que elas nunca vão ser atingidas pelo vírus, muita das vezes começa por uma pequena doença de transmissão sexual e a pessoa simplesmente balda-se se e não se trata. Outras vezes é por pura birra “não como banana com casca”, “porque, queres o preservativo andas a trair-me?”.
O jovem tem que acordar e ver que a vida não é um mundo de fantasias e que juntos todos combatem a SIDA.

Se tivesses que transmitir ao público uma mensagem, ou um pensamento importante, o que dirias?
Estudem, curtam a vida mais não abusem dela porque pode dar-vos a volta por cima e sem se aperceberem já vos aprontou.

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Kapa Dech

Video dos Kapa Dech no Centro Franco-Mocambicano

O conjunto Kapa Dech foi fundado em Abril de 1996, integrando 10 jovens músicos provenientes de varias bandas da Cidade de Maputo. Um pouco depois da sua criação dois elementos do grupo foram estudar fora do País.

A valorização de ritmos genuinamente moçambicanos através da sua utilização na música, foi a base que norteou a criação do grupo que passados quatro anos de carreira é uma referência obrigatória na cena musical nacional.


Na sua génese, os K10 são fruto da banda infantil Pétalas Amarelas, pelo menos três dos seus fundadores dali provem: o vocalista Tony e os “Kb`s players” Rufus e José Pires.

No desmembramento da flor, essas três pétalas foram fundar os Kaway K10 em 1991, juntamente com outros sete elementos entre os quais Pinto e Paulo (actuais bases da banda Mozpipa). Os Kawai K10, passaram a ter como Manager o Tony Chon Chu, ensaiando durante mais de um ano nos seus estúdios, sem contudo conseguirem actuar; tal situação, desanimou os seis elementos da banda, ficando reduzida a apenas quatro fieis: Tony, Mito, Rufus e José Pires. Começaram as performances, mas basicamente em festas tocando house music. Juntam-se mais tarde ao alemão Roland num projecto que antes do culminar com a publicação do disco de estreia, a união não foi além.

Decidem experimentar editar um álbum pela Rádio Moçambique com temas originais alguns dos quais conhecidos pelo público, embora remexidos pelo Produtor Malache (actualmente com residência fixa numa das Cidades da África do Sul a mais de 7 anos).

Não tardou que outros músicos fossem convidados a integrar o projecto na altura. Roberto Isaías (ex. Satélite), Neco (ex. Libhubo, popularizado pela canção) Tchouririba, António Firmino (ex. guitarrista da Elvira Band) e Almeida (ex. baterista dos Panzers). Em conversa com o Roberto Isaías, um dos actuais vocalistas da banda K10, ele recua no tempo e recorda como eram as regras de jogo em relação a actuação dos três vocalistas em publico: “Sendo nós três vocalistas (Roberto Isaias, Tony jango e Neco - agora a estudar em terras Lusas e desintegrado da banda), combinavamos que nos espectáculos, cada um de nos deveria interpretar três temas, pois assim evitávamos confusões entre nós.”

Os anos se passaram e cada dia novas experiências com momentos as vezes de muita turbulência dentro do grupo.

A revira volta
Na “cidade da luz", uma porta lhes foi aberta: chegou o momento de alguém acreditar no grupo. De Kawai K10 para simplesmente K10, estes jovens humildes, levaram de Maputo a lição bem estudada - não era para menos para quem há já algum tempo perseguia tal objectivo. Nunca lhes havia passado pela cabeça que um dia a sorte (bem merecida) lhes proporcionaria condições de registar o primeiro disco num dos melhores estúdios de gravação onde passam com frequência as grandes estrelas da canção africana (Cesária Évora, Tito Paris, Ildo Lobo, Lokua Kanza, entre outros). De 17 a 28 de Janeiro de 1998, dá-se o primeiro encontro entre os Kapa Dech e os estúdios franceses. A banda levava consigo os seus próprios instrumentos por forma a facilitar as gravações e a produção executiva esteve sempre a responsabilidade da banda, a quem foi concedida toda a liberdade para um "fly" mais realistico (human touch) com excepção dos sopros e das vozes das coristas recrutadas em terras francesas.

Enquanto gravavam, discutiu-se qual seria o titulo e sem muitas reviravoltas, os técnicos acharam atribuir-lhes o nome de Katchume em alusão ao número de elementos que deu arranque ao projecto K10 e que por conveniência editorial passou a Kapa Dech.

"Katchume” - o primeiro disco dos K10

O disco de estreia foi gravado em 36 pistas num sistema que tecnicamente se chama "live", isto é, os instrumentos são tocados todos em simultâneo, porém em compartimentos diferentes emparelhando-os caso houvesse similaridade. Passados 11 dias, os jovens regressam a casa exaustos mas felizes!

O lançamento foi assegurado pela Lusafrica. O momento a muito esperado passou a realidade: O lançamento, foi transmitido em directo por um canal televisivo francês destinado ao Continente africano e o Katchume foi recebido pela imprensa especializada parisiense como um projecto discográfico promissor de uma banda de oito jovens desconhecidos na Europa provenientes de um país da África Austral, com sonoridade muito forte. A critica foi positiva.

Kapa Dech nunca mais parou, e sempre que a ocasião e o momento justifica a presença dos jovens, estes dão a cara sem nunca decepcionar. Durante a longa conversa mantida no estúdio privado da banda (sob a responsabilidade do teclista Zé Pires) sob muitos risos, não faltaram algumas curiosidades que certamente muitos de nós querem saber.

Questionados se se consideram famosos, não hesitaram em responder em coro que não! Ainda falta muito para atingir as estrelas do céu - remataram. Uma outra curiosidade não faltou; Relacionada com a “gerência” de tantos fans maioritariamente as do sexo feminino. Cada um foi dando suas justificações, mas no fim todos foram unanimes ao afirmarem que brincadeira tem hora. A dica é: enquanto actuam, simulam enviar "piropos" para as fans parecendo conquista apenas para animar a festa. “Terminado o espectáculo, elas não resistem, são abraços, outras, mais ousadas, um beijo... enquanto que eles (os fans) são mais simples, apenas elogios e logo a seguir um convite para copos”.

Tsuketani

Actualmente, os jovens preocupam-se apenas com a promoção do último disco Tsuketane igualmente gravado em Paris no mesmo estúdio onde militam cantores como Filipe Mukenga e Saly Nholo...
Não esta nos planos desta banda voltar aos estúdios tão já e quanto a espectáculos nas cidades de Moçambique, é difícil prever, pois segundo eles, o grupo empresarial local não da mão a torcer e a produção de um espectáculo, no mínimo custa USD5000.

Menções Honrosas
2004 - Prémio Melhor Interprete - DaVinci TVZine 2003 (17 de Abril, Maputo)
2004 - Prémio promovido pela Joy of Jazz (RSA)
2004 - Prémio promovido pelo Hoppy Kopy (RSA)
2003 - Prémio promovido pela Joy of Jazz (RSA)
2002 - Prémio Fundac Consagração (Maputo)
2002 - Prémio Imprensa - Ngoma Moçambique
2001 - Prémio de Melhor Banda - Gala Personalidades (Maputo)
2001 - Prémio Achoes of Life (Cape Town, RSA)
2001 - Prémio Steps for Future (Cape town, RSA)
2001 - Prémio Homenagem Samora Machel (Johanesburgo)
2001 - Prémio Olympia Bruno Coquartryx (Paris)
2001 - Prémio “Luta contra Racismo” (Durban, RSA)
2000 - Disco de Ouro (Vidisco, Maputo)
2000 - Prémio Artistas Revelação dos PALOPS
1999 - Disco de Prata (Vidisco, Maputo)
1999 - Prémio Canção no Ngoma Moçambique
1999 - Eleitos pelo Jornal Noticias como Personalidades do Ano
1998 - Convidados pelo Governo Norueguês para actuar na Naruega
1998 - Convidados pelo Governo Sueco a visitar aquele País
1997 -Vencedores do festival Music Crossroads (Harare) que culminou com a gravação Katchume (1998) em Paris.

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segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Denny OG - Tchim Tchim



Tchin tchin- Denny O.G.
Depois do grande sucesso do seu primeiro trabalho a solo "Até que a morte nos separe", que acabou sendo um dos álbuns mais vendidos de 2004/5, Danny O.G. regressa para celebrar esse sucesso com "Tchin Tchin", editado pela da VIDISCO.
Denny OG, conhecido pela forma enérgica como se expressa na sua música, com uma voz inconfundível é dos artistas mais reqisitados da praça no momento. É uma estrela de rádio e TV agora, mas foi um longo caminho até aqui, começando como rapper underground como se diz, onde o amor à camisola é que é. Vou parar por aqi com o historial sobre a trajectória de O.G., pois Hélder Leonel fá-lo quase que integralmente no Intro do álbum, que contendo a mesma energia e vivacidade do primeiro, já não tem o mesmo carácter purista, isto é, Denny aventurou-se p’ra outros estilos como o Reggaeton e/ou Ragga.

Depois do relato de H. Leonel, Denny dá um arranqe forte com Ninguém me vai parar, e começa a festa com vamo’ lá beber, p’ra todos os amantes do copo. O álbum prossegue, ora na direcção do ragga e reggaeton com temas como Hey Ma Remix, A bomba rabentou (o primeiro single do disco) e Minha namorada (o último single), ora na direcção do hip hop com A luta continua, Foge desta me**a, o tema romântico faço tudo o q qiseres em q o “Gangsta-gangsta” baixa a guarda e mostra o seu lado sensível e canta no coro: “faço tudo o q disseres, faço tudo o q qiseres/ só não vou deixar tu dizeres q não me aceitas” .
Um outro tema da classe agá-i-pê, agá-o-pê “digno de referência” é o tema de intervenção Chega, pá em que Denny aponta os podres da nossa sociedade em linhas como: “Nunca tentes ser Siba-Siba/ porq há um atirador que atira (tira)/ e tira (tira) a tua vida num minuto/ com uma bala só deixa mais de mil de luto”. Números p’ra encher não faltaram como os dois interlúdios que o disco contém e outras faixas.
Denny O.G. nunca foi na minha opinião, um MC de altas metáforas e “punch lines”, mas isso não o impediu de atingir o estatuto de que hoje goza, aliás nos dias que correm, quanto mais simplistas e insignificantes as rimas, melhor (perguntem o outro MC, ‘cês sabem qem). Agora que o ex-membro da Auto Squad descobriu a fórmula p’ro sucesso (fazer as damas abanarem o bum-bum), nunca mais será o mesmo, porque como ele próprio disse num programa de TV: “ se os próprios americanos mudaram, porq é q eu não? Por isso, vou continuar a fazer os meus Reggaetons, meus Raggas...” 3 Xigovias!

*As melhores: A bomba rabentou, Faço tudo o q qiseres e Minha namorada.

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domingo, 23 de dezembro de 2007

Xtaka Zero, Do Rovuma ao Maputo

Jay Pee, N Star e Duas Caras, três nomes sonantes no seio da comunidade Hip Hop moçambicano, vindos de grupos diferentes, decidem unir forças para dar vida ao projecto Xtaka Zero, lançando o álbum de originais (há muito esperado), intitulado Do Rovuma ao Maputo. O álbum já está no mercado há algum tempo e já é um sucesso, tendo como principal single o tema "Timaka ta Chapa". É na minha opinião um álbum decente com produção maioritariamente de N Star e direcção artística de Jay Pee.
O trabalho contém números dançáveis, temas de intervenção social e claro o amor ao Hip Hop portanto no que toca ao conteúdo das letras há variedade, o que é bom para um álbum.
Favoritos: Onde e que lhes dói com a cantora Jenny em que os rappers mostram cada a sua maneira o seu lado romântico, "Txuna-babys" e Pare de reclamar, um tema dedicado aos manos preguiçosos, em que Duas diz: "Esta vai p'ros manos da zona/que choram por job, mas ´tão o tempo inteiro abancados na 'corner'/Jogando batota e fumando cannabis..." .
Hip Hop é aquele tema em que os três contam a sua trajectória no mundo Rap, mas na minha opinião a letra soa muito repetitiva e o beat não é grande coisa e devia ser excluída do album, só serviu para encher.
O meu único beef com estes MC's (aliás com todos rappers) na minha opinião, é o uso excessivo do inglês. Por exemplo em Onde que lhes dói, Duas Caras chuta: "essa gente tem ciúmes de nós/ quando andamos pela TOWN de mãos dadas AND WE LOOK LIKE STARS/ ou porque vivo no BROOKLYN e tu andas no BLUE Benz...
" Eu acho que se quizermos que o nosso Hip Hop chegue às massas temos de parar com a atitude: "Isto é de MCs para MCs". Mas de uma forma geral é um álbum que vale a pena ter...




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sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Mr Arssen

Mr Arssen is a hip hop/dancehall artist from Maputo.

He started writing his own songs in 1994 and began performing in concerts, festivals and tours around the world in 1998.

He successfuly toured Lisbon with MC Roger in 1998 and over the next two years the pair released two albums. In 2000 Mr Arssen released his first solo album O Rei Da Selva.

In 2002-2003 Mr Arssen and Mc Roger released the album Est Amos N'area, which went platinum, selling over 60,000 units in Portugal and Mozambique.


During this time Mr Arssen also became involved with MSF for the HIV-AIDS campaign where he performed one of his favorite songs entitled 'Vidas Positivas' at the Luxembourg Festival. Mr Arssen also used to collaborates with local Band Mabulu. Mabulu was the result of a Mozambican project designed to unite old and new musical generations. In this case, Mr Arssen delivered 'his hip hop and dancehall flavour' to the band and features on their hugely successful first album Karimbo.
In 2004 Mr Arssen performed at the Oppikopi Festival in Pretoria, South Africa, the Brazilian Winter Festival and toured Europe and Russia during the summer.

The following year he was invited to tour Europe again, cementing his status as an international artist. The 2nd solo album for Mr. Arssen will be released in 2007!!...





http://www.myspace.com/mrarssen

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Jimmy Dludlu prepara-se para apresentar “Portait”

O guitarrista Moçambicano Jimmy Dludlu apresenta-se em Abril em Maputo, naquilo que será o seu primeiro concerto de promoção do seu novo disco, “Portrait”, lançado no mercado em finais do ano passado. A actuação de Jimmy em palcos da capital do país está enquadrada numa “tournée” africana de promoção do álbum por alguns pontos do continente africano, que o levará a países como Gana, Angola, Botswana, Lesotho e Swazilândia.

A seguir a esta digressão, Jimmy Dludlu e a sua banda iniciam, a partir de Maio, a segunda digressão promocional pela Europa, tendo como ponto de partida a capital inglesa, Londres.
A digressão pelo chamado “velho continente” acaba de ser consubstanciada pela assinatura de um novo contrato para concertos com uma agência de espectáculos europeia, que organizará todo o programa de actuações do conceituado artista.

Jimmy Dludlu é uma das figuras-de-cartaz da edição deste ano do Festival Internacional de Jazz da Cidade do Cabo (CTCC), onde irá evoluir ao lado do grande astro da guitarra Lee ReNour, do famoso agrupamento norte-americano de jazz Four Play.

PORTRAIT” CONCORRE AOS SAMA AWARDS
O ano de 2008 não poderia começar da melhor maneira para o autor do CD “Portrait”, uma vez que o disco acaba de ser nomeado para cinco categorias dos South African Music Awards (SAMA), os maiores prémios da África do Sul. Vai concorrer para os prémios melhor álbum de jazz, melhor vídeo (pela música “Tote”), melhor artista masculino, melhor produtor e melhor engenheiro.

O anúncio dos vencedores dos prémios nas diferentes categorias será feito a 14 de Março em Joanesburgo, na presença dos contemplados.
Jimmy Dludlu é um candidato natural aos prémios SAMA. Todos os álbuns que produziu até aqui ganharam, no mínimo, dois prémios nas diferentes categorias.


O trabalho “Echoes From the Past”, o primeiro disco de Jimmy, ganhou o prémio “Best Newcomer” e “Best Contemporary Jazz Album” (1998); “Essence of Rhythm” foi distinguido com os prémios “Best Male Artist” e “Best Contemporary Jazz Album” (2000); “Afrocentric”, por sua vez, ficou com três prémios: “Best Male Artist”, “Best Producer” e “Best Contemporary Jazz Album” (2003). O penúltimo álbum que o artista moçambicano editou, “Corners of my Soul”, ganhou nas categorias de “Best Male Artist” e “Best Contemporary Jazz Álbum” (2006).
Em 2006, o saxofonista moçambicano Moreira Chonguiça, que se estreou a editar com “The Jorney” do seu Moreira Project, venceu um SAMA, para melhor produtor, em parceria com Mark Fransman.

Na produção do disco “Portrait”, participam músicos de Moçambique, Estados Unidos, Argentina, França, Congo, Finlândia, Brasil e Cuba.
Este é um trabalho que, segundo o seu autor, busca a história do próprio artista, capturado no quadro das suas influências sociais circundantes.

É um desenho do retrato do próprio artista, como africano e o seu lamento acerca da perda dos valores africanos e da nossa identidade. Expressa isso por exemplo no tema “We Used to be Africans”.

Maputo, Sexta-Feira, 29 de Fevereiro de 2008:: Notícias
"Moz-Sul Africano"interprete e compositor do afro-jazz, jazz e fusão marca a sua diferença com a sua banda, que está a ter sucessos nos últimos 3 anos do século a nível da africa austral como a nível da áfrica, Guitarista com a clássica Ibaneza GB10, tendo tido sucessos com o 1º album "echoes from the past" editado em 1997 e "essence of rhythm" editado recentemente na Africa do Sul, mesmo com essência de ritmo e trivial trabalho desse grande Jimmy.

HISTORIA DE JIMMY
Nasceu em, Moçambique, entrou na música nos anos 70, nos princípios dos anos 80, emitando as músicas do Wazimbo, o seu ídolo com sonho de ser músico profissional, deixou o país nos princípios da década para Swazilândia, Botswana e depois para África do Sul, onde fez a licenciatura em música , ganhou a fama com seus albuns "echoes from the past" editado em 1997 e "essence of rhythm" editado em Junho de 1999 .

Zavala sua terra natal, Chamanculo seu bairro de infância, ficaram no Jimmy recordações que até hoje marcam, "zavala" um título de uma das composições feitas recordando este "borthland" do primeiro album e "echoes from the past" recordando o bairro e amigos com que brincou.






Contact Details: For bookings, contact: Christian SyrenMaking
Music +27 -21 - 439 7222

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João Craveirinha reage: "A Marrabenta não é nem nunca foi de Gaza"


O escritor moçambicano, João Craveirinha, reagiu às declarações de Alberto Mula, o manjacaziano, segundo as quais a marrabenta é de Chibuto. Eis a opinião de Craveirinha:

"A Marrabenta não é nem nunca foi de Gaza"... É com muita tristeza que digo: Nunca vi tanta ignorância em Moçambique sobre a cultura moçambicana como agora. Nunca digam que não existem pessoas que sabem quando vocês desconhecem algo da cultura moçambicana. E isso nada tem a ver com especialistas de coisa alguma. Mas sim de conhecimento e de vivência.

A poesia de José Craveirinha descreve a Marrabenta e o local de nascimento no seu poema “Comoreano” que toda a gente da faixa etária dos 70 anos em frente se lembra. Nem nos anos 1970 da era colonial a ignorância sobre a origem das coisas moçambicanas era tanta como agora. Tudo isto é fruto do apagão cultural implementado pela "linha correcta" que veio de Nachingweia com todos os ismos anti-rongas, anti-sena, anti-macua, anti-tetense, anti-manhambane, anti-quelimanense, e, em geral, anti-urbano contra os assimilados que viviam nas cidades moçambicanas. Isto é: a mentalidade do mato (nos seus aspectos negativos), sobrepôs-se à cidade nos aspectos positivos que pode ter (de vida em comunidade mais aberta em modernidade e civilidade). A prova está na falta de urbanidade de que enfermam as cidades de Moçambique. O Sinónimo de Desenvolvimento de um país é as cidades conquistarem o mato e não ao contrário com cobras, lixo e tudo.

Em relação à Marrabenta (nome de raiz de arrebenta do verbo em português), trata-se de um ritmo dentro do género da URBAN MUSIC nascido na Mafalala mestiça e ronga dos anos 1930 a 1940 e da fusão básica da Mâgika do Guijá e da rumba cubana (tocada no Comoreano e no Grupo Desportivo Zambeziano de tetenses, fundada por Baltazar Chagonga (por sinal fundador do único partido político moçambicano com sede no interior de Moçambique em 1960 a 1964).

Voltando à marrabenta: outros sons intervenientes foram o Zore dos manhambanes também a viverem na Mafalala na década dos anos 1930/40. Foi no Comoreano dos maDjódjos onde tocava o grande guitarrista mestiço Daíco que a fusão teria se formado. Outro interveniente foi o Chico Albasine, filho de José Albasine do proto-nacionalismo do Grémio Africano, e o Mudapana que trabalhava no John’Orr’s onde hoje está o Banco - MBCM na baixa.

Tudo isto foi dito e documentado num programa da RTK em 1999, intitulado Craveirinha Toque Show - Que Caminho para a Música Moçambique? O maior compositor da Marrabenta foi o maestro António Saúde da Mafalala e o 1º negro a ser maestro numa orquestra de brancos em
Durban na década de 1940.
O que Dilon Djindji toca é a Mâgika (rural e tradicional – folclore) e não a Marrabenta (suburbana) com instrumentos modernos ocidentais, que daria a música ligeira e não tradicional. O rei da Marrabenta, Fany Mpfumo (marronga), era adolescente (anos 1940) quando assistia no Comoreano (o dono era das ilhas Comores) onde havia sessões de Jazz, Rumba cubana e Samba tocada por marinheiros brasileiros, norte-americanos, cubanos em jam sessions com músicos moçambicanos. O Comoreano foi o maior salão africano e moderno de baile suburbano em Moçambique na época e multiétnico.

O verdadeiro pai da Marrabenta, o operário José Paixão – o Zagueta – boxeur, dançarino de sapateado e swing, mulherengo, enfermeiro, espírita e futebolista do João Albasine do Minkadjuíne, ele foi o mestre-divulgador nº 1 dos passos base da Marrabenta quer na Mafalala quer no Centro Associativo dos Negros do Xipamanine, quer na Associação Africana ex-Grémio Africano do Alto Maé dos irmãos Albasines. Outras expressões do Zagueta ficariam célebres ao dançar ( ainda o vi a dançar): Arrebenta; Maria, Executa (o passo…Maria zucuta); Quebra; Risca o chão; senta abaixo; - Zagueta era filho de um branco português e de uma negra ronga.
O poeta -mor, José Craveirinha, em 1960 reabilita a Marrabenta estudando, profundamente, suas raízes e projecta na cidade de cimento da Lourenço Marques colonial chegando ao Hotel Polana da elite branca em 1962/3 através da pintora moçambicana, Bertina Lopes, e o conjunto italiano “Os Cinco de Roma” que lá tocavam. No início dessa década a Rádio Clube de Moçambique inicia um programa “África à Noite” de Alberto Mendonça influenciado por José Craveirinha da Associação Africana.

O músico João Domingos (de Inhambane) acrescenta a versão de um músico de Xai-Xai (mestiço), que nos bailes associativos arrebentava as cordas da viola ao solar um ritmo parente da marrabenta e então um dos presentes pedia que tocasse de novo aquela música que “arrebentava” as cordas. No entanto, e sem dúvida, foi o popular Zagueta que espalharia o nome de Arrebenta e o povo do subúrbio da Mafalala diria “i maRRabenta” ya Zagueta. Tudo isto já foi escrito e dito e repetido parcialmente em imagens no projecto de vídeo de João Craveirinha filmado em 1998/99 em Maputo. VídeoJC projecto para seriado para Televisão
Há mais, mas por hoje é tudo.
João Craveirinha, opinião 23/02/2008
Está longe de terminar a polémica que envolve a “velha guarda” em relação ao criador e à origem do ritmo musical marrabenta. Depois de Dilon Ndjindji se ter auto-proclamado dono deste estilo musical e que o mesmo foi criado no distrito de Marracuene, eis que aparecem, do fundo do túnel, vozes com novas revelações. Alberto Mula, um mandjacaziano, diz que o primeiro tocador de marrabenta foi Feliciano Gomes Muntano, de Chibuto, província de Gaza, e não só...

Mais tarde, veio o ritmo a majika, que teve como fundador Gabriel Muthemba, também de Manjacaze, também província de Gaza. Dentre os primeiros tocadores da marrabenta, que iniciou em 1949, há quem também fale de Daíco, um exímio guitarrista ainda no tempo colonial. Para Mula, “o primeiro tocador da marrabenta foi Feliciano Gomes Muntano, de Chibuto”.

Entretanto, Dilon Ndjindji ainda assume radicalmente a posição de que ele é que “pariu” este género musical em Marracuene. O maior erro é que nada está documentado sobre quem foi o fundador deste ritmo e onde ele surgiu.

Marrabenta não vai desaparecer
Os fazedores do estilo musical marrabenta vieram a público assegurar que este ritmo não irá desaparecer. Trata-se de Dilon Djindji, Alberto Mutcheca e Xidiminguana. O trio defendeu isso à margem do espectáculo inserido no Festival da Marrabenta, realizado de 1 a 3 de Fevereiro em curso na cidade de Maputo e no distrito de Marracuene. “Existem jovens que estão a segurar a marrabenta... eles é que acompanham as nossas bandas; a marrabenta não vai morrer”, consideram.

Quanto ao festival, o qual a organização garantiu que vai ser anual, o objectivo é homenagear os artistas de música marrabenta, que ao longo dos anos fizeram deste género musical a bandeira de Moçambique. A ideia é reavivar-se os grandes momentos que marcaram o período pós-independência em que este estilo musical era manifestamente o principal “cardápio” das festas.

http://www.opais.co.mz/noticias/index.php?id_noticia=5506

Maputo (Canal de Moçambique) - O palco do «Centro Cultural Franco-Moçambicano» acolhe na noite de hoje, a 1.ª Edição do Festival da Marrabenta. No festim, vão desfilar os nomes mais sonantes da marrabenta, um estilo musical muito popular no país e além-fronteiras. Os pesos-pesados do referido estilo musical serão as estrelas da noite de música, dança e calor que vai acontecer hoje no «franco-moçambicano».
Os «Galtones», Xidiminguana e Dilon Djindji são os nomes que vão encher a noite que prometer ser de rebentar. Outro nome que fará parte do já referenciado festival é o guitarrista Nanando que muito bem sabe pôr a sua guitarra a encantar com os sabores da marrabenta. Serve de referência dizer que o Festival de Marrabenta continua amanhã na Vila de Marracuene, por ocasião do «Gwaza Muthine» e no dia 3 de Fevereiro no Centro Cultural de Matalane, do artista plástico Malangatana. Dizer mais para quê, a marrabenta está no ar.

Celso Manguana) 2008-02-01 05:51:00

22/01/2008
Arranca, no dia 1 de Fevereiro, o Festival anual de Marrabenta em Moçambique, na sua campanha de 2008 uma iniciativa da empresa de produção de eventos Logaritimo, em parceria com o Centro Cultural Franco Moçambicano.

Este festival tem a duração de três dias e reúne os artistas moçambicanos da velha geração, como Alberto Mula, Alberto Mutcheca, Dilon Djinji, Xidimigwana e o projecto Rádio Marrabenta, aliás, os precursores da marrabenta.

“O Festival de Marrabenta quer que se faça a devida homenagem aos artistas de música que ao longo dos anos fizeram com que a marrabenta fosse aquilo que toda a sociedade reconhece – património cultural moçambicano.”, diz o comunicado enviado à nossa Redacção pelos organizadores do evento.
O festival de marrabenta quer que se reavivam os grandes momentos que marcaram festas, concertos e casamentos, antes e após a independência nacional. O festival de marrabenta quer juntar no mesmo palco músicos que podem contribuir para a compreensão do percurso da música popular urbana.

Fonte: Redacção Jornal O Pais.

Música popular afeiçoada pelos moçambicanos, a marrabenta aparece nos anos 50, na idade de ouro de Lourenço Marques. Nesta época, a cidade era reputada pela sua doçura de viver e pelas orquestras que animavam as noitadas da capital. A marrabenta, com o seu ritmo animado e suas melodias arrebatadoras, conta através de uma súbtil mistura, pequenos detalhes da vida quotidiana em Maputo e dos grandes eventos da história de Moçambicana.
Na origem, a marrabenta é tocada em acústica por um cantor masculino acompanhado por um coro de mulheres. Hoje em dia instrumentos modernos foram introduzidos. Ao longo dos anos, a marrabenta tornou-se um símbolo cultural nacional e uma referência identitária forte. Muitos mestres da marrabenta passaram uma parte das suas vidas na Africa do sul, onde trabalhavam nas minas. Entre os mais célebres, Francisco Mahecuane, Alexandre Langa, Lisboa Matavele, Abílio Mandlaze e Wazimbo. Durante anos, a orquestra marrabenta de Moçambique, fez vibrar a capital.
A marrabenta atravessou gerações e suscita ainda hoje um grande entusiasmo nos moçambicanos. Os anos 90 em Moçambique foram marcados pelo músico Xidiminguana tornado um grupo culto, símbolo da emergência de uma música moçambicana. Entre outras figuras desta época, temos Chico antónio que apresenta melodias sofisticadas de inspiração tradicional associando percussões, flauta, guitarra e viola baixo e que na companhia da cantora Mingas ganhou em 1991 o prémio RFI descobertas; José Mucavele guitarrista acústico que canta canções tradicionais adaptadas aos ritmos contemporâneos ou ainda Elvira Viegas que adapta ritmos da marrabenta à uma estéctica musical mais pessoal.



Abaixo estao alguns comentarios sobre a marrabenta!

A danca do meu pais. Adoro dancar isto. Sinto mto orgulhosa de ser mocambicana ...

Como é bom dançar isto!Cantei e canto hoje para os meus filhos esta música!

WOW! Que maneira maravilhosa de representar a nossa cultura! E algo que me faz sentir orgulhoso de ser um mocambicano! Viva a cultura mocambicana e a mocambicanidade!

em tempos dancei ..

Bonita Historia de Mocambique !

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Orquestra Djambo - Marrabenta Anos 60

Lindos temas de marrabents interpretados pela Orquestra Djambo.

Elisa Gomara Saia,
Bambatela Sabado,
Laurinda e
Xinwanana

Sons para dancar ao ritmo de Mocambique.


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Parafuso, O Comediante

Parafuso.
Um Contador de estorias de Mocambique com um saudavel sentido de humor.
Radicado em Portugal, relembra e faz lembrar com saudades da terra querida que ficou para tras, Mocambique.

Click nos links abaixo para uma amostra.

http://www.malhanga.com/parafuso/18-emigrante-e-retornado.html

http://www.malhanga.com/parafuso/05-mensagem.html

http://www.malhanga.com/parafuso/04-namorada_que_sonhei.html

http://www.malhanga.com/parafuso/11-fabiao-o_cowboy_trinita.html


Click no Link abaixo para outros temas deste artista.
http://www.malhanga.com/parafuso/parafuso.htm

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Wazimbo, aka Tio Waz



Born in 1948 in Chibuto/Gaza, Mozambique's top singer Wazimbo (Humberto C. Benfica), grew up in Mafalala, a popular bairro of Lourenco Marques (today Maputo).
He started singing in the '60s with the local "Silverstars" band and then the "Geizers", touring all over the Lusophone Empire.After independence Wazimbo was the only singer permanently engaged by national radio and later Orchestra Marrabenta Star. He made several recordings with this band, among them the classic one in Harare, Zimbabwe in 1988.
The producers were not aware of the existence of the track "Nwahulwana", which must have been made during a supposed recording break. It appeared as if magically during remix in London and, by the force of Wazimbo's voice, made its way into history. The song became a cult hit starting in California where Microsoft used it for an international campaign. And in 2001, Hollywood picked up on the sounds of this sweet and gruff voice. "The Pledge", a Hollywood film directed by Sean Penn and starring Jack Nicholson, adopted Wazimbo's everlasting ballad for his sister in the soundtrack.

Biography

Wazimbo started his musical career in 1964 with the Silverstars (1969) and continued as a singer with the Geiziers, performing a colonial mix of international pop music with a Brazilian tinge in Mocambique´s capital, Maputo.
Maputo's relationship with South Africa was comparable to Havana's reputation as a "casino hotspot" for the inhabitants of Miami before the Cuban Revolution.
After the independence of Mocambique from Portugal in 1975 Wazimbo worked with the big band of the national radio station, "Radio Mocambique". He became the lead vocalist of "Orchestra Marrabenta Star De Mocambique" in 1979 and worked with various members from the the big band of RM.
"Orchestra Marrbenta Star de Mocambique was a talented group made up of the best musicians, singers and dancers from the south of the country. They were one of the few groups that flourished during this period due to their close relationship with the only national radio station at this time "Radio Mocambique". They were the main band for the radio station as well as favorites of the ruling political party "Frelimo". Led by the main vocalist Wazimbo, "Orchestra Marrabenta Star de Mocambique" developed a full and funky style of marrabenta featuring electric guitars, powerful horn lines and soulful vocals.

In 1988 Wazimbo recorded with "Orchestra Marrabenta Star de Mocambique" the popular "Harare Sessions" in Simbabwe as Mocambique did not offer any music industry. During a recording brake Wazimbo played his legendary "Nwahulwana ballad" while the tape machine was still running, discovered later in London when the mixing took place. What a magical birth of a song. Later used by Microsoft for a commercial and the Soundtrack for the American film "The Pledge" in 2001, directed by Sean Penn.

After becoming extremely popular at home in Mocambique, they toured in Europe and released two CD's on Germany's "Piranha label". Both showcased a varied mix of dance styles plus the occasional, strikingly soulful ballad. The 90´s saw a return to peace in Mozambique, but by then there were no recording studios or music venues and the group finally disbanded in 1995.
Marrabenta was the rough-edged, urban dance music of Mozambique which emerged in the 50´s. It included a fast folkloristic rhythm called "Majika" as well as a kind of "Calypso" and Angolan "Merengue" and emerged as an energetic dance-music. It became strongly associated with the struggle for independence and was almost completely wiped out (along with Mozambique's music industry) by the bitter civil war, which raged throughout the country during the 80´s. Accompanied by the controversial social vocals sung in "Ronga" and "Shangana", "Marrabenta" was played on self constructed guitars from fuel canisters and fishing wire, often struck so hard the strings snapped. Thus "Marrabenta" got its name: "arrabentar", which is Ronga and means "breaking".

The members are:

Wazimbo - Lead vocalsDulce - VocalsMingas - VocalsSox - Solo guitarGuimarães - Rhythm guitarXico - TrumpetLeman - TrumpetMatchoti - SaxMilagre - Bass guitarZeca Tchecho - DrumsStewart - Percussion

Selected Discography

2001 CD Nwahulwana Piranha CD-PIR 1572

With Orchestra Marrabenta Star de Mocambique

1996 CD Marrabenta Piquenique Piranha CD-PIR 1043 (not available)

1989 CD IndepenDance - Piranha CD-PIR 15 (only online available)

Press Quotes

"Wazimbo's music is a fine example of music that suits when the lights are low and the hands are wandering."Chris Smith.

"With its dance-inspiring fusion of lively marrabenta, Fena and Xingombela rhythms, Congolese guitar melodies, and the soulful vocals of female singer Mingas and male singer Wazimbo, Orchestra Marrabenta Star De Mocambique was one of Mozambique's most exciting bands in the 1980´s and early-90´s."Craig Harris, All Music Guide.

"Wazimbo and his Orchestra Marrabenta were the first to play top-quality marrabenta music, and took it on tour to Europe. Although the orchestra is no longer together, Wazimbo continues to enjoy considerable popularity as a solo artist at home."The rough guide of world music.

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Ghorwane


THE BAND
Vocals/Rhythm Guitar - Roberto ChitsonzoVocals/Percussion - David MacuácuaKeyboards - João Carlos SchwalbachTrumpet - Julio BazaTrumpet - António BazaSaxofones – Pedro RijoBass Guitar – LoteDrums – Paíto TchecoPercussion - Enrique
Ghorwane, the “Good Guys” of Mozambique by José Pinto Sá

In the hot and dusty Gaza province of Mozambique there is a small lake called Ghorwane that never runs dry, even in the hottest season. In 1983, a group of young musicians in Maputo, took the name Ghorwane as they launched their musical career. Today they are one of Mozambique’s most respected bands. Ghorwane chose to base their music on traditional Mozambican rhythms, combined with Afropop and fusion. At the time when most established groups earned a living by imitating foreign artists, this approach came as a stimulating innovation. The injection of life they have shot into the stagnant music scene, and their subsequent success, have inspired other bands to take a similar route.

The band is noted for the political and social criticism in their songs which has put them at loggerheads with the government from time to time. They have mirrored the frustration of their people at the continuing war that was grinding deeper into despair day after day, year after year. The lyrics are sung in African languages of Mozambique, like Changana, Ronga and Chope. The security services often attended their shows with instructions to listen closely to their lyrics. What saved them was that, in 1985 during the festival to celebrate the ten years of independence, Samora Machel (then President of Mozambique) declared that “It’s prohibited to lie in the People’s Republic of Mozambique” and cites Ghorwane as an example calling them “bons rapazes” - good guys - which they are called until today by the Mozambican people.

In 1986 Ghorwane recorded a number of songs amongst which "Massotcha" written by Zeca Alage, which spoke about the horror of war and the danger of the military to the people they meant to be protecting. This song immediately became number one on the Mozambican hit parade. Again voices were raised to lay a total censorship on the band and again Samora Machel defended his “bons rapazes” and invited them to play at the anniversary of his wedding, a few months before the dead of Samora Machel.
In 1987 Ghorwane were invited by the DDR to perform at a political music festival. Just before their departure their visa were refused. The leader of the Mozambican National Youth Organization advised this as according to him the lyrics of Ghorwane were subversive. The same year in September, Ghorwane played for the first time abroad at the independence festival in Swaziland, together with the South African groups P.J. Powers and Stimela.

Peter Gabriel invited them to play at the WOMAD Festival in 1990. During this festival Realworld offered them an opportunity to record the CD "Majurugenta". Just before the European promotional tour of “Majurugenta” in 1993 Ghorwane’s most beloved member the saxophone player and composer Zeca Alage was assassinated. In memorial of Zeca Ghorwane decided to go on with the promotional tour. The CD was launched and distributed by Virgin Records. For distribution in southern Africa, Ghorwane printed a new version of "Majurugenta".
With Karen Boswell as musical director, Ghorwane made the music for the soap opera series "Não é preciso empurrar" - you don’t have to push -, an education series for the elections in 1994. The text was written by Mia Couto, a well known Mozambican writer. A year later Ghorwane accompanied forty Mozambican artists to the SADC Music Festival in Zimbabwe.
Ghorwane made the recordings of their second CD "Kudumba" in 1996 which was released in 1997 by Piranha.

After the devastating floods that hit Mozambique in the beginning of the year 2000, Ghorwane participated in a Project called MOZAMBIQUE RELIEF. A production of a CD that would benefit the victims of the floods.

“Recorded in Maputo, Mozambique in April 2000, this collection of southern African music brings together some of Mozambique's best musicians for a benefit record in aid of rebuilding and helping victims of the country's flooding disaster. The devastating floods and cyclones that hit Mozambique between February and early April were the worst in 40 years. It affected 4.5 million people (27% of the total population) and a million people lost everything. About this time, Finnish musician Eero Koivistoinen was suppose to travel to a village in the Zavala district and make a field recording with a timbila ensemble for Naxos World. But with the disaster making the project impossible at the time, he and Naxos World executive Andrew Sun drew up a new plan. Koivistoinen had worked with Ghorwane, the most famous band to come out of Mozambique (they had recorded an album for Peter Gabriel's Real World label) and their leader Joao Carlos Schwalbach rounded up other artists in the local music community in Maputo, Mozambique.
The result is an inspired and solid set of Afro-pop music made by artists from the community, but more significantly a portion of the proceeds from this recording will come back to help the country. As Koivistonen explains, "Every musician involved understood the importance of the matter. There was a possibility of helping to rebuild the country, because the profits from the record would come back to Mozambique through Oxfam. In this respect, the project is unique: the Mozambicans can help themselves." Of the participating acts, Ghorwane is indeed the best known and most respected band in Mozambique. They contribute three tracks to the CD, 'Mayvavo' (two versions) and 'Wavitika.'.”(Naxos World)

Even though the war is over Ghorwane have not stopped their political and social criticism concerning developments in their country and the influence of the foreign countries and organizations in aid programs.

Majurujenta: O Cartao de Visitas


RELEASES Year Title Format/Ref Territory Distributor
2000 Mozambique Relief CD / 79019-2 The World NAXOS WORLD
1998 Não é preciso empurrar CD / GHO 01 Mozambique GHORWANE S.C.R.L.
1994 Majurugenta CD / GHO 01 Africa GHORWANE S.C.R.L.
1994 Não é preciso empurrar Cassette Mozambique GHORWANE S.C.R.L.
1993 Majurugenta CD / RW29 The World REAL WORLD RECORDS(Excl Africa) WOMAD MUSIC/EMI-VIRGIN1997 Kudumba CD The World PIRANHA MUSIC
1999 Não é Preciso Empurrar CD Mozambique GHORWANE S.C.R.L.
2000 Mozambique Relief CD The World NAXOS WORLD

RECORDINGS Year Title Studio Use
2000 Mozambique Relief Mozambique
CD Release1996 Kudumba PIRANHA – BERLIN
CD Release1994 Não é preciso empurrar Radio Moçambique
Film/Cassette1994 Makwero Radio Moçambique
Film/Cassette1994 Xicuembo Radio Moçambique
Film/Cassette1994 Moçambipreto Radio Moçambique
Film/Cassette1994 Matapa-Matapa Radio Moçambique
Film/Cassette1994 Sonhos Radio Moçambique
Film/Cassette1992 Nudez Radio Moçambique
Radio Airplay1992 Kanjani Radio Moçambique
Radio Airplay1991 Muthimba Real World Studios.
UK CD Release1991 Majurugenta Real World Studios.
UK CD Release1991 Matarlatanta Real World Studios.
UK CD Release1991 Xai-Xai Real World Studios.
UK CD Release1991 Mavabwyi Real World Studios.
UK CD Release1991 Sathuma Real World Studios.
UK CD Release1991 Buluku Real World Studios.
UK CD Release1991 Terehumba Real World Studios.
UK CD Release1991 Akuhanha Real World Studios.
UK CD Release1990 Akuhanha Radio Moçambique
Radio Airplay1986 Tlhanga Radio Moçambique
Radio Airplay1986 Massotchua Radio Moçambique
Radio Airplay1984 Ndlala Radio Moçambique
Radio Airplay1984 Ferido Regresso Radio Moçambique
Radio Airplay1984 Xizambiza Radio Moçambique
Radio Airplay1984 Buluko Radio Moçambique
Radio Airplay1984 Rapariga Bonita Radio Moçambique
Radio Airplay 1984 Xindzavane Radio Moçambique
Radio Airplay1984 Matarlatanta Radio Moçambique
Radio Airplay1984 Np’ulani Radio Moçambique
Radio Airplay1984 Vamaplele Radio Moçambique

INTERNATIONAL TOURS & FESTIVALS
2003 ZANZIBAR BUSSARA FESTIVAL TANZANIA
2001 Mozambique-SA ASSOCIATION SOUTH AFRICA
2001 KIPPIES SOUTH AFRICA
2001 BASS LINE SOUTH AFRICA
2001 BLUES ROOM SOUTH AFRICA
2000 BASS LINE SOUTH AFRICA
1996 TEMPODROM GERMANY
1996 SURA ZA AUSTRIA
1996 FESTIVAL MUNDIAL HOLLAND
1996 DUNYA HOLLAND
1996 MUSIQUE METISSE FRANCE
1996 LUSARTE FRANCE
1996 WOMAD IN CACERES SPAIN
1996 MEGA MUSIC SOUTH AFRICA
1995 SADC MUSIC FESTIVAL ZIMBABWE
1993 WOMAD FESTIVAL & TOUR ENGLAND
1993 TOUR HOLLAND
1993 TOUR BELGIUM
1991 WOMAD FESTIVAL ENGLAND
1989 FESTIVAL DO REI SWAZILAND
1989 FESTIVAL OF YOUTH NORTH KOREA
1988 LUSOPHONE FESTIVAL & TOUR PORTUGAL
1987 INDEPENDENCE FESTIVAL SWAZILAND

NATIONAL TOURS AND FESTIVALS
2000 FACIM “Professor’s Day” MAPUTO
2000 FACIM MAPUTO
1996 CHIMOIO
1994 XAI-XAI
1994 FESTIVAL with KASSAVE MACHAVA
1993 OPERA MARRABENTA* MAPUTO
1992 OPERA MARRABENTA* BEIRA
1992 CHIMOIO
1991 NAMPULA/ NACALA
1990 FESTIVAL FRELIMO NATIONAL TOUR
1990 BLOOD DONOR CAMPAIGN XAI-XAI
1988 NAMPULA1988 SCHOOLS/FACTORIES TOUR MAPUTO
1988 COMMUNITY STREET FESTIVALS MAPUTO
1987 CHIMOIO. MANICA. CHOKWE
1986 XAI-XAI
1985 SOUNDS OF THE EARTH FESTIVAL MAPUTO
1985 INHAMBANE PROVINCE
1985 FESTIVAL KANIMBO MAPUTO
1984 ROOTS FESTIVAL MAPUTO



*OPERA MARRABENTA NAMBU (Sept 1991 - March 1993)A two year project developing and performing an opera extravaganza involving 40 actors, dancers and musicians.
FILM/TELEVISION SOUNDTRACKS

1994 Não é Preciso Empurrar 7 part TV drama
1993 Sabadão Weekly TV music programme
1991 Masseve Weekly TV music programme
1991 Solidão Mozambican Feature Film
1988 Colheta do diabo Mozambican Feature Film

GHORWANE S.C.R.L.
In 1993 GHORWANE established a music co-operative, the first of its kind in Mozambique with the objectives of promoting Mozambican music, improving working conditions for local musicians and defending composers rights.

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Ali Faque, the albino star




Over the past years the 38 years albino from northern Mozambique won immense popularity in his home country where he is known as the "local Salif Keita".
He released four solo albums so far and performed as support act in the line-up of Keita's first concert in Maputo.
In June 2006 Ali Faque started his international career as special guest of Eyuphuro's comeback-tour in Europe. In distinguished company of great singers Zena Bacar and Issufo Manuel he proved that he is one of the remarkable voices to emerge from Mozambique.


“Vidisco had exploit me a lot and I am still poor”
Ali Faque reports his course, dreams and ambitions, criticizing clearly the cultural mosaic of Mozambique,considering it alienated. In his point of view, the local record companies are the promoters of piracy, but playing the game of self-victimization.
Most of the local businessmen are uncultivated and more anxious to finance TV-soaps from Brazil.
Albino and endowed with talent, like Salif Keita from Mali, the Mozambican Ali Faque suffered
stigmatization in his society, but his musical talent redeemed him to national recognition. An obviously connexion between both musicians.
Why your approach to Salif Keita?
I admire him, I like his music and I be impressed by his story. His story can be compared with my own past. We got discriminated as albinos, we got rejected by members of our families.
Where Ali Faque was born?
I was born in Angoche, in the quarter Inguri. My mother told me, that I got rejected by my father after my birth. My uncle took me out of our house to hide me at the beach. Who found me there was a man called Ussene, who lived near the beach. They told me that my uncle had left me on a place where the local people used to defecate. My uncle thought I would to die of hunger.
Being albino you are still feel discriminated today?
Yes, in some situations. But it doesn’t hurt so much like in the past. I am a man now, living in my own house and I learned to ignore the people who despise me.
In one of your songs you make a dedication to Salif Keita...
Yes, in a way to ask him for help. In the song I also intend to appeal to the union of Africans. I want ask Salif Keita for support. But I don’t have the conditions to establish a contact.
Which kind of support?
I would like to have a recording studio, some sound equipment and transport, so that I could perform for the people in different places. A musician without his own sound equipment can’t attain his aim. If you don’t have money you are limited to imagination.
Most musicians in this country don’t have this conditions and there are no serious concert
promoters. In other countries businessmen promoting their own culture, but not here in Mozambique.

Musicians are also victims of injustice by local record companies. The laws of the game are unclear. No record company in Mozambique remunerate the musicians with royalties. A musician should get at least 10 per cent for each unit sold by the record label because the music is his property. The record companies claim to be victims of piracy, but sometimes I think: why these record companies are always complaining to be victim of piracy when they are the masters of piracy. Sometimes I think it would be the best to pay for the recordings, copy the units on a computer and sell my music by myself.
The record labels are acting in complete inhumanity, they are doing it officially by day and don’t want to know about the situation of the musician.
Why you need to ask Salif Keita for help, don’t you get no support in Mozambique?
I never got any support, only from the former Minister for Environment, Bernardo Pedro Ferraz. We have serious problems in the cultural arena. Local businessmen achieve to sponsor TV-soaps from Brazil, they are slumbering people with no imagination to increase the value of our own culture.
If someone visit Mozambique and tune in to a national TV-station, he could think he is in Brazil.
They downgrade our authentic culture. Who can explain this?
Are you attacking the local record companies?
I would like to find a serious record label, I will look for a lawyer to get out of Vidisco. They explored me so much and I am still poor. Enough of this!
You find fault with everything...
The State depreciate the culture. The musicians are serviceable for political campaigns. The national TV station wasted 50 thousand US-Dollar for a show with Patricia Faria. What a shame! I can’t understand that the civilized is the person who despised himself. The civilized accept to be poor ... but our TV is not civilized. Why they didn’t called all musicians from the country and paid 200 US Dollar each? They left the local musicians on the street to be hungry. The
musicians are crucified. Also for an artist to participate at Aids campaigns that organizations pay
pittance. This is a moral insult.
What you got out from your music?
I got local fame and prolong poor... I am in the row of poverty.
By: Rafael Bie

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Dilon Djindji e a Marrabenta



Comemorando a efeméride, MOÇAMBIQUE PARA TODOS recorda:

27 de Junho de 2005 Marrabenta-rap sacode os suíços
Uma vida dedicada à música tradicional moçambicana: Dilon Djindji. (swissinfo) Tradição e modernidade é a mistura mágica dos músicos do Mabulu, que esteve de passagem na Suíça participando de festival africano.
Uma de suas maiores estrelas é Dilon Djindji, 78 anos, que além de músico já foi mineiro, agricultor e pastor evangélico. Para muitos ele é o criador da "marrabenta".A música não respeita a idade. Essa é a impressão que espectadores tiveram ao ver o senhor africano de cabelos brancos dançando no palco. Ele não apenas pulava, saltava, mas cantava seus versos com uma velocidade que nem os músicos mais jovens conseguiam acompanhar.
Foi a explosão da marrabenta, um típico ritmo moçambicano.
Dilon Djindji, 78 anos, é uma das estrelas do Mabulu, o grupo moçambicano que abriu esse ano o Afro-Pfingsten, um dos maiores eventos europeus especializados em música africana e que ocorre todos os anos em Winterthur, Suíça. A escolha não foi por acaso: o Mabulu espanta.
Se por um lado o veterano Djindji apresenta canções tradicionais em dialetos locais, outros componentes do grupo como o raggaman Mr. Arssen e o rapper Chiquito incluem ritmos modernos e urbanos na música do grupo. Talvez por isso o título da turnê européia do grupo seja "30 years indepenDANCE-Tour". Ele lembra os anos de guerra e de reconstrução.
Seus músicos cantam apenas que a África também é um continente do futuro.
AIDS e amor- Um tema que eu trato nas minhas canções é a AIDS, um dos problemas mais graves no meu país. Quero trazer esse debate ao público, ensinar as pessoas à fazer atenção com a saúde e eu acho que a música é um bom canal para realizar esse trabalho – explica Mr. Arssen.
Contradição com o passado? Seus cabelos são cortados e penteados à moda americana e o sotaque do inglês lembra o idioma que é falado nos guetos de Nova Iorque. Porém as roupas são estampadas com as cores africanas: o amarelo, verde e vermelho.- Eu realmente gosto dos ritmos modernos, mas acho que o diálogo entre as diferentes gerações de músicos moçambicanos é interessante para poder criar coisas novas - justifica o jovem moçambicano.
No concerto do Mabulu essa experiência é vivida nas diferentes músicas. O próprio nome do grupo significa no dialeto local "procurar o diálogo".
Até a AIDS é um dos temas nas músicas do Mabulu. (swissinfo)Um estrangeiro na origem do grupoA história do Mabulu começa em 1990 quando o alemão Roland Hohberg, um músico que já havia tocado em bandas de ska e reggae, se estabeleceu em Maputo.
O primeiro trabalho foi na indústria fonográfica local. Oito anos depois ele abriu seu primeiro estúdio de gravação, o primeiro a funcionar de forma privada no país.- A partir de então eu comecei a conhecer a cena musical moçambicana e também os melhores artistas - conta Hohberg numa entrevista dada a um jornal sul-africano - Meu objetivo era colocar pessoas de diferentes gerações tocando em conjunto no palco.
Em 2000 o grupo foi fundado. O alemão agora é seu promotor e empresário. Sua alegria é que, no pouco tempo de existência, o Mabulu já recebeu os primeiros prêmios musicais como um troféu da BBC e o KORA-2001, uma espécie de "Grammy" da música africana.
O velho Djindji
O músico mais experiente do Mabulu é também um homem com histórias para contar. Dilon Djindji já era conhecido em Moçambique ainda na época que o país era colônia portuguesa.
Nascido em 14 de agosto de 1927 em Marracuene, um distrito localizado ao sul de Moçambique, ele descobriu a música aos 12 anos de idade depois que construiu sua própria guitarra fixando um cabo de madeira numa lata de litro de azeite e estirando três cordas na base. Três anos depois ele obteve sua primeira guitarra elétrica. Acompanhado de tios, Djindji tocava nos casamentos e festas da região estilos populares como a zakuta e a mágica.
Depois de concluir a escola em 1945, ele freqüentou os cursos religiosos do Instituto da Bíblia, uma organização mantida pela missão suíça. Mesmo tendo trabalhado alguns anos como pastor evangélico, ele continuou a carreira musical.
Para muitos, o músico é o criador da "marrabenta", um ritmo popular originado no sul de Moçambique.
O Mabulu é a mistura de tradição com ritmos modernos. (swissinfo)Mineiro, agricultor e revolucionárioEm 1950, Dilon Djindji foi para a África do Sul trabalhar nas minas. Quatro anos depois, ele regressou à Moçambique e virou agricultor numa cooperativa rural.
Ele criou sua primeira banda, a "Estrela de Marracuene", em 1960. Sua primeira participação na rádio ocorreu quatro anos depois na estação Voz Africana. Porém seu primeiro disco, intitulado "Xiguindlana", só foi gravado em 1973.
Djindji teve seu primeiro reconhecimento oficial ao ganhar, em 1994, um prêmio da Rádio Moçambique na categoria de canção mais popular. O título da canção lembra a dificuldade de viver no país: "Juro palavra d’honra, sinceramente vou morrer assim".
Desde 2001, o músico toca no Mabulu.- Sou um elemento do povo rural. Por isso eu gosto de cantar na língua ronga, o dialeto da minha terra. Canto músicas de amor, do lar, sobre a vida do homem e da mulher – conta Djindji.
Ao repórter da swissinfo ele revelou seu principal sonho: criar uma escola para ensinar os jovens a marrabenta.
swissinfo, Alexander Thoele

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Dama do Bling Manda Sair...





Num verdadeiro show de palavras a Dama do Bling voltou as rádios com mais um Hit, trata-se da música "Sai" e desta feita para calar a boca daqueles que tanto mal falam dela, estamos a citar palavras da artista.

Nos últimos dois anos desde a sua primeira aparição nos palcos da música moçambicana que esta artista extrovertida e irreverente levantou várias vozes, devido a sua maneira de estar em palco. Muita ousadia, erotismo e atrevimento são algumas das suas características.

Ela que é formada em Direito com o grau de Licenciada atribuido pela maior unidade de ensino superior do país a UEM, diz que não está a exercer Direito por opção própria, porque a sua paixão é a música.
Para Dama do Bling ela é diferente dos demais que gostariam de fazer tanta coisa mas não o fazem por preconceitos. As vozes do povo se elevaram quando durante a sua actuação na última semana no programa transmitido pela STV Music Box deixou ficar por fora os contornos da sua feminidade, e uma gravidez patente.

Na sua nova música Dama do Bling questiona: jovem com diploma não pode cantar mas ministro com sexta-classe pode legislar? Pois é, dá que pensar!


Ra, re, ri, ro, rua nudez, Bling!

O escândalo protagonizado por Dama do Bling – apresentar-se de calcinha em palco – ainda perturba o meu juízo e a família que abandonou a sala quando se apercebeu que ela estava (quase) nua em palco. É ainda um pesadelo para a família.

Esta semana decidi propositadamente visitar a família escandalizada pelas peripécias de Bling. Eram 20 horas, hora nobre para as televisões nacionais. O frio transportava consigo ventania que o tornava mais rigoroso e obrigava as famílias a encuralarem-se nas salas. As novelas deram lugar aos serviços noticiosos.

Entrei. Toda a família estava na sala que abandonara há duas semanas, naquela noite de insónia e pesadelo, de arrepio e desgostos. A minha entrada “reeditou”, no meio da família, as imagens da Dama do Bling quando requebrava sem preconceito, dó nem piedade, de bariga já arqueada e bem esticada para baixo, sinal de gravidez. Serviram-me a cadeira e, porque não havia mais cadeiras, tiveram que sacrificar a do filho mais novo da família, o neto do chefe da família. Aceitei e sentei-me.

Depois das saudações, terminavam os serviços noticiosos das televisões nacionais, era altura de discussões sobre que canal tinha melhores programas. Os mais velhos não queriam novelas. Justificavam que eram elas as culpadas da corrente blinguista. E porque quem é chefe manda, os outros nada podiam fazer para contrariar a vontade daqueles. Não havia outra solução senão trocarem de canal à procura dos melhores programas.

Um dos canais dava música. Optaram por ele. “É melhor esse canal aí”, dizia o casal. Não imaginavam a surpresa que os esperava. Para a sua “infelicidade”, deparou-se com Dama do Bling, o famoso “requebra” era a música seguinte. Ainda não se haviam apercebido que era Dama do Bling quando os netos, para o distrair, mudaram rapidamente o canal. O casal berrou contra os netos. “Deixem essas músicas, pá!”. Os netos, indisciplinados, voltaram ao canal de preferência dos avós.

A velha fita os olhos, um, dois, três segundos, admira-se e pergunta: “hi, hi, hi... não é a tal Dama do Bling essa aí? Mudem de canal!”. A Bling blingava. “É só requebra mane, é só remexe mane. É Dama do Bling mane”. O marido, vendo que nenhum dos netos estava disposto a mudar de canal, e porque não estava na posse do “remot control”, gritou “hei, mudem de canal ou desliguem já!”. O casal gritava com os olhos fechados para evitar as imagens de Bling.

Os pais dos seus netos levantaram-se, desligaram o televisor, como castigo à relutância dos filhos por não terem acatado às ordem dos avós, e ordenaram que fossem dormir. Não queriam ver Dama do Bling. E juraram que enquanto estiverem vivos nunca mais assistirão o “clip” de Bling. Bling e aquela família estão de relações cortadas. Tudo fazem para que as músicas dela só apareçam, por ventura, depois das refeições, sob o risco de perderem apetite.

O novo visual de Dama do Bling impõe um desafio não só aos agentes dos músicos, mas aos fazedores da cultura no geral e ao Governo. Urge um código para os músicos como forma de regrar a forma de ser e de estar do músico em palco.

O novo visual de Bling é um atentado ao pudor e, ao que tudo indica, atentado ao pudor é crime. Aliás, Dama do Bling não só atentou ao pudor como também violou os direitos da criança que ainda está no seu ventre. À partida, essa criança não será vista tal como as outras. Infelizmente, as crianças não escolhem as barrigas onde querem ser concebidas. Mais do que respeitar os 20 milhões de moçambicanos, Bling devia olhar, em primeiro lugar, à dignidade dessa criança. Assim não Bling! Corrija o seu comportamento.

Na sua nova música que alguém me enviou via Internet, a Dama do Bling diz “se queres falar mal de mim sai; se queres falar mal de mim vai; se queres falar mal de mim ra, re, ri, ro, rua...”. Eu estou no limite entre o falar bem e o falar mal de Dama do Bling. Haveria, por acaso, de gostar da personalidade de Bling se tal fosse remédio para alguma doença pela simples razão de sobrevivência. Mesmo assim, reservar-me-ia a decisão de tomar o caminho da morte em detrimento desse remédio.

Ra, re, ri, ro, rua blinguismo, atentado ao pudor e nudez em público.
Dama do Bling é conhecida pelo sucesso que faz fruto de uma personalidade com bastante actitude e sensualidade, é formada em Direito com o grau de Licenciada atribuido pela maior unidade de ensino superior de Moçambique a UEM, diz que não está a exercer Direito por opção própria, porque a sua paixão é a música. ela é diferente dos demais que gostariam de fazer tanta coisa mas não o fazem por preconceitos.

Fonte: O País Online 13 de Julho de 2007 Lázaro Mabunda

Recentemente conheceu a outra face da moeda “a critica”. A juiza sentou-se no banco dos réus, diariamente circulava pela internet, rádios, televisão e jornais manifestações de repúdio a sua atitude de ter cantado com gravidez bem patente, num show realizado em meados de Junho. As criticas foram tão intensas que invadiram a sua privacidade e a sentença foi um aborto inesperado, dai o afastamento dos palcos por um tempo determinado.

Num periodo de moral baixa, uma surpresa devolve o ánimo a label “Bang entretenimento”, a nomeação da Dama do bling em 4 categorias do concurso Channel O Video Music Awards, nesta altura os moçambicanos deverão unir-se e votar para a valorização e a internacionalização da sua música, e Dama do Bling é orgulhosamente moçambicana, é tempo para sicratizar feridas e reconhecer que a música é um dos veiculos para a expansão da cultura de um país.

As jovens cantoras Lizha James e Dama do Bling arrecadaram três prémios no concurso musical internacional promovido pela cadeia de televisão sul-africana Channel O, designado "African Music Video Awards 2007". No total, as duas cantoras conquistaram três prémios, sendo um para Lizha James e dois para Dama do Bling.

Lizha James conquistou o prémio de "Melhor Vídeo Feminino da África Austral em R&B", algo que fá-lo pela segunda vez consecutiva, enquanto que Dama do Bling, na sua primeira participação, foi laureada com prémios das categorias de "Melhor Vídeo da Região Austral de África e Melhor Vídeo Feminino".

Neyma Alfredo é outra jovem cantora moçambicana que concorria a prémios, mas não conseguiu arrecadar nenhum prémio.

Na sua quarta edição, o concurso "Africa Music Vídeo Awards" contou com a participação de 12 países do Continente Africano.

Entretanto, importa recordar que a cantora Dama do Bling lançou recentemente o seu mais recente disco de originais, editado pela Olá África, intitulado "Chamadas para Bling". O espectáculo do lançamento do disco teve lugar no Cine-África e contou com a participação de vários músicos convidados, entre os quais Wazimbo e Denny OG.


Fonte: Jornal Noticias






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