O conjunto Kapa Dech foi fundado em Abril de 1996, integrando 10 jovens músicos provenientes de varias bandas da Cidade de Maputo. Um pouco depois da sua criação dois elementos do grupo foram estudar fora do País.
A valorização de ritmos genuinamente moçambicanos através da sua utilização na música, foi a base que norteou a criação do grupo que passados quatro anos de carreira é uma referência obrigatória na cena musical nacional.
Na sua génese, os K10 são fruto da banda infantil Pétalas Amarelas, pelo menos três dos seus fundadores dali provem: o vocalista Tony e os “Kb`s players” Rufus e José Pires.
No desmembramento da flor, essas três pétalas foram fundar os Kaway K10 em 1991, juntamente com outros sete elementos entre os quais Pinto e Paulo (actuais bases da banda Mozpipa). Os Kawai K10, passaram a ter como Manager o Tony Chon Chu, ensaiando durante mais de um ano nos seus estúdios, sem contudo conseguirem actuar; tal situação, desanimou os seis elementos da banda, ficando reduzida a apenas quatro fieis: Tony, Mito, Rufus e José Pires. Começaram as performances, mas basicamente em festas tocando house music. Juntam-se mais tarde ao alemão Roland num projecto que antes do culminar com a publicação do disco de estreia, a união não foi além.
Decidem experimentar editar um álbum pela Rádio Moçambique com temas originais alguns dos quais conhecidos pelo público, embora remexidos pelo Produtor Malache (actualmente com residência fixa numa das Cidades da África do Sul a mais de 7 anos).
Não tardou que outros músicos fossem convidados a integrar o projecto na altura. Roberto Isaías (ex. Satélite), Neco (ex. Libhubo, popularizado pela canção) Tchouririba, António Firmino (ex. guitarrista da Elvira Band) e Almeida (ex. baterista dos Panzers). Em conversa com o Roberto Isaías, um dos actuais vocalistas da banda K10, ele recua no tempo e recorda como eram as regras de jogo em relação a actuação dos três vocalistas em publico: “Sendo nós três vocalistas (Roberto Isaias, Tony jango e Neco - agora a estudar em terras Lusas e desintegrado da banda), combinavamos que nos espectáculos, cada um de nos deveria interpretar três temas, pois assim evitávamos confusões entre nós.”
Os anos se passaram e cada dia novas experiências com momentos as vezes de muita turbulência dentro do grupo.
A revira volta
Na “cidade da luz", uma porta lhes foi aberta: chegou o momento de alguém acreditar no grupo. De Kawai K10 para simplesmente K10, estes jovens humildes, levaram de Maputo a lição bem estudada - não era para menos para quem há já algum tempo perseguia tal objectivo. Nunca lhes havia passado pela cabeça que um dia a sorte (bem merecida) lhes proporcionaria condições de registar o primeiro disco num dos melhores estúdios de gravação onde passam com frequência as grandes estrelas da canção africana (Cesária Évora, Tito Paris, Ildo Lobo, Lokua Kanza, entre outros). De 17 a 28 de Janeiro de 1998, dá-se o primeiro encontro entre os Kapa Dech e os estúdios franceses. A banda levava consigo os seus próprios instrumentos por forma a facilitar as gravações e a produção executiva esteve sempre a responsabilidade da banda, a quem foi concedida toda a liberdade para um "fly" mais realistico (human touch) com excepção dos sopros e das vozes das coristas recrutadas em terras francesas.
Enquanto gravavam, discutiu-se qual seria o titulo e sem muitas reviravoltas, os técnicos acharam atribuir-lhes o nome de Katchume em alusão ao número de elementos que deu arranque ao projecto K10 e que por conveniência editorial passou a Kapa Dech.
"Katchume” - o primeiro disco dos K10
O disco de estreia foi gravado em 36 pistas num sistema que tecnicamente se chama "live", isto é, os instrumentos são tocados todos em simultâneo, porém em compartimentos diferentes emparelhando-os caso houvesse similaridade. Passados 11 dias, os jovens regressam a casa exaustos mas felizes!
O lançamento foi assegurado pela Lusafrica. O momento a muito esperado passou a realidade: O lançamento, foi transmitido em directo por um canal televisivo francês destinado ao Continente africano e o Katchume foi recebido pela imprensa especializada parisiense como um projecto discográfico promissor de uma banda de oito jovens desconhecidos na Europa provenientes de um país da África Austral, com sonoridade muito forte. A critica foi positiva.
Kapa Dech nunca mais parou, e sempre que a ocasião e o momento justifica a presença dos jovens, estes dão a cara sem nunca decepcionar. Durante a longa conversa mantida no estúdio privado da banda (sob a responsabilidade do teclista Zé Pires) sob muitos risos, não faltaram algumas curiosidades que certamente muitos de nós querem saber.
Questionados se se consideram famosos, não hesitaram em responder em coro que não! Ainda falta muito para atingir as estrelas do céu - remataram. Uma outra curiosidade não faltou; Relacionada com a “gerência” de tantos fans maioritariamente as do sexo feminino. Cada um foi dando suas justificações, mas no fim todos foram unanimes ao afirmarem que brincadeira tem hora. A dica é: enquanto actuam, simulam enviar "piropos" para as fans parecendo conquista apenas para animar a festa. “Terminado o espectáculo, elas não resistem, são abraços, outras, mais ousadas, um beijo... enquanto que eles (os fans) são mais simples, apenas elogios e logo a seguir um convite para copos”.
Tsuketani
Actualmente, os jovens preocupam-se apenas com a promoção do último disco Tsuketane igualmente gravado em Paris no mesmo estúdio onde militam cantores como Filipe Mukenga e Saly Nholo...
Não esta nos planos desta banda voltar aos estúdios tão já e quanto a espectáculos nas cidades de Moçambique, é difícil prever, pois segundo eles, o grupo empresarial local não da mão a torcer e a produção de um espectáculo, no mínimo custa USD5000.
Menções Honrosas
2004 - Prémio Melhor Interprete - DaVinci TVZine 2003 (17 de Abril, Maputo)
2004 - Prémio promovido pela Joy of Jazz (RSA)
2004 - Prémio promovido pelo Hoppy Kopy (RSA)
2003 - Prémio promovido pela Joy of Jazz (RSA)
2002 - Prémio Fundac Consagração (Maputo)
2002 - Prémio Imprensa - Ngoma Moçambique
2001 - Prémio de Melhor Banda - Gala Personalidades (Maputo)
2001 - Prémio Achoes of Life (Cape Town, RSA)
2001 - Prémio Steps for Future (Cape town, RSA)
2001 - Prémio Homenagem Samora Machel (Johanesburgo)
2001 - Prémio Olympia Bruno Coquartryx (Paris)
2001 - Prémio “Luta contra Racismo” (Durban, RSA)
2000 - Disco de Ouro (Vidisco, Maputo)
2000 - Prémio Artistas Revelação dos PALOPS
1999 - Disco de Prata (Vidisco, Maputo)
1999 - Prémio Canção no Ngoma Moçambique
1999 - Eleitos pelo Jornal Noticias como Personalidades do Ano
1998 - Convidados pelo Governo Norueguês para actuar na Naruega
1998 - Convidados pelo Governo Sueco a visitar aquele País
1997 -Vencedores do festival Music Crossroads (Harare) que culminou com a gravação Katchume (1998) em Paris.
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