segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Tonota: O amor africano na guitarra de Jimmy


JIMMY DLUDLU, um dos maiores guitarristas moçambicanos, lança esta sexta-feira, em Maputo, a sua mais recente produção discográfica intitulada “Tonota in the Groove”, num espectáculo de palco a ter lugar no Centro Cultural Franco Moçambicano (CCFM).

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Um show na marginal de Sumbe

Neyma

Um show na marginal de Sumbe

A cantora Neyma foi uma das figuras de destaque do Festival Internacional do Sumbe, FestiSumbe, que se realizou este fim-de-semana na Marginal do Sumbe, capital de Kwanza Sul, Angola.

Segundo a “Angola Press”, a artista fez-se ao palco depois da performance da bailarina, também moçambicana, Elizangela e, em 20 minutos, cativou o público numa actuação interactiva em que esteve bem acompanhada por três bailarinos e mostrou aos angolanos o que se faz musicalmente em Moçambique.

Neyma antecedeu musicalmente o angolano Carlos Burity, que encantou o público com temas como “Tia”, “Malalanza”, incluídas no seu mais recente disco “Malalanza”.

No final, Neyma considerou a realização anual do FestiSumbe um espaço e oportunidade de troca de experiências e intercâmbio entre músicos dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP).

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Tarde de ritmos eclécticos


Lizha james, Ary, Yola Araújo e Sweet Boys

Caiu, semana finda, o pano da primeira temporada do “Posso ser uma estrela” do “Super Tardes” da STV, mas hoje a festa continua.

Muita adrenalina é o que se viverá, numa tarde em que serão exibidos vídeos retratando os melhores momentos deste reality show.
Ao invés do estúdio 222, a festa de hoje terá lugar no Cine Gil Vicente, às 16h00. O ingresso está condicionado à compra de uma recarga de 50 meticais da vodacom, não usada, que deve ser exibida à entrada. Será um show especial de entrega de prémio ao vencedor da rubrica “Posso ser uma estrela”. Os dez finalistas estarão em grande para cantarem em dueto e individualmente. Aliás, esta é uma oportunidade para rever nomes como Lourenço Carlos, Helga Custódia, Deltino Guerreiro, Neima Lumbela, Vasta Capela, Claudete Cardoso, Maira Odaisse, Celso Notiço, Assa Matusse, entre outros, que durante semanas deram muito gás no concurso de rediscoberta de talentos.

Nesta mega-festa, cujos entre os convidados especiais pontificam nomes como Yola Araújo, Ary, Lizha james e Sweet Boys, abriu-se uma oportunidade para que os cinco concorrentes que tiveram bom desempenho, mas que por insuficiências de votos não puderam chegar à final do “Posso ser uma estrela”, possam passear a sua classe em palco. Para abrilhantarem o palco, foram também “recrutados” os melhores quatro grupos de dança, que se sagraram vencedores da rubrica “quem sabe dança...”

João Ribeiro, director Operacional da Soico, descreve esta que foi a primeira temporada nos seguintes termos: “Foi sensacional e a temporada mostrou que há pessoas com pontecial e decididas a investirem monetariamente e em tempo, uma vez que todo o processo, desde a indumentária a ensaios, esteve a cargo dos concorrentes. A STV está apenas a criar espaço e a dar oportunidade para pessoas que têm vontade de mostrar o seu talento. E como resultado, estes mostram que têm iniciativa suficiente para encontrarem apoios para puderem exibir-se em palco”, frisou.

Um “caloiro” Guerreiro

Deltino Guerreiro foi o vencedor da primeira temporada da rubrica “Posso ser uma estrela” do programa Super Tardes. Semana finda, mostrou o seu melhor perante outros nove concorrentes, o que lhe conferiu o grande prémio, a ser entregue hoje. Após o anúncio do vencedor, Deltino Guerreiro disse ser difícil encontrar palavras para descrever o que sentia, pois a satisfação era imensa: “é sempre difícil falar em momentos como este, as palavras estão esgotadas, é muita satisfação para uma só pessoa, as palavras são escassas”. Guerreiro irá receber hoje como prémio um cheque gigante com o valor de 50 mil meticais. Consta também do prémio para o lugar que conquistou a gravação e edição de um vídeo a cargo da MG Produções, como também um estúdio disponível para gravar som. Ainda neste sábado, será entregue um Nissan Micra 0 Km a pessoa que mais votou no programa.Digite aqui o resto do post

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Cântico das diferenças

Salif Keita

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Cesária Évora termina a carreira.

Cesária Évora

A cabo-verdiana de 70 anos está fisicamente muito debilitada.

A cantora Cesária Évora pôs um ponto final à sua longa carreira, anunciou a sua editora, a Lusafrica. A cabo-verdiana de 70 anos está fisicamente muito debilitada.
A diva dos pés descalços Évora chegou há poucos dias a Paris para uma série de concertos e apresentações, agora cancelados.

O comunicado da editora explica que a cantora chegou a França num estado de “grande debilidade”. “Os médicos que a seguem em Paris ordenaram o cancelamento da sua próxima digressão. Cesária decidiu então, em conjunto com o seu produtor e agente, José da Silva, pôr um fim de maneira definitiva à sua carreira.”

Os problemas de saúde de Cesária Évora têm vindo a complicar-se desde 2008, quando, em Março, sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) durante um concerto na Austrália.

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A mãe dos poetas moçambicanos




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"Sangue Negro” de Noémia


Na data em que a poetisa completaria 85 anos, 20 de Setembro de 2011, a Marimbique reeditou “Sangue Negro” de Noémia de Sousa e proporciona-nos uma leve caminhada pelos corredores do tempo, ou melhor, da história, da revolta e da emoção.

“Nossa voz ergue-se consciente e bárbara/ Sobre o branco egoísmo dos homens/ Sobre a indiferença assassina de todos”. Noémia de Sousa não poderia ter um interessante poema para dedicar a José Craveirinha, seu velho companheiro dos pequeniques que traçavam as linhas nacionalistas na última metade da década de 1950.

O poema “Nossa Voz”, que abre o livro “Sangue Negro”, lançado ontem em Maputo, na sua segunda edição – desta vez pela Marimbique – prepara-nos para um regresso à história, mas sem abandonar as fundamentais e humanas bases de actualidade que sempre compuseram Noémia de Sousa. Nelson Saúte, que assina o prefácio do livro, nunca escondeu esse profundo sentimento pela senhora que uma vez inspirada pelo spiritual ongs dos negros da América brandaria em versos “deixem passar meu povo”... Escrevíamos que Nelson Saúte nos prepara para esse regresso ao tempo que de que falávamos. Primeiro, ele assume-o ao postar a começar um conselho de José Craveirinha.

“Nelson: procura ser um fiel servo da memória de todos os tempos para que a tua voz se faça ouvir no teu tempo. E escuta com atenção o que te dizem as vozes de outras bocas, de outros mensageiros e as melodias de outras xipendonas. Então sentirás sobre os ombros o peso – o verdadeiro peso – de um genuíno legado, o legado do teu amanhã em que dirás com toda a humildade: ‘Sou um homem de ontem mas não me neguem um lugar de repouso nos céus do vosso Hoje.’”

Um outro escritor, José saramago, segundo Saúte, o teria dito uma vez que ele – Saúte – estaria a “conviver com os seus antepassados literários”. São esses antepassados que os resgataria para “Os Habitantes da Memória”.

O seu prefácio em “Sangue Negro” de Noémia faz-nos reviver esses diferentes tempos. chama-nos atenção para esse passado que teima em habitar com legitimidade no nosso presente, através dos poemas que nos remetem à história, alertando-nos para as mesmas lutas hoje.

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segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Wazimbo e Jose Mucavel em namoro...

Cerca de 10 anos depois

“Nwahulwana”, ou simplesmente pássaro irresponsável, é o título da música que destruiu uma amizade que datava desde a infância de dois gurus da música moçambicana. Estamos a falar de Wazimbo e José Mucavel, que entraram em diferendo quando disputavam direitos autorais do prestigiado e badalado tema “Nwahulwana”.
Aliás, o tema em alusão, para além de fazer parte dos spots da multinacional norte-americana Microsoft, foi usado como trilha sonora do filme “The Pledge”, pertencente ao actor Jack Nicholson.

Mas não é de mágoas do passado que queremos nos concentrar, e sim dizer que os dois astros do clássico moçambicano despiram-se de orgulho e abraçaram- se, numa iniciativa promovida pelo apresentador de televisão Gabriel Júnior.

A reconciliação surge como resposta ao apelo feito pelo ministro da Cultura, Armando Artur, onde ideia principal é criar um clima são no seio dos músicos moçambicanos. É caso para dizer que boas notícias não tardam, chegam no devido momento. Isto porque o país acolhe, desde última sexta feira, a quarta edição do Festival da Marrabenta e o entendimento dos músicos é um ganho só para os fãs e amigos, mas também para o país no geral, sobretudo para a cultura moçambicana.

Em declarações registadas, Wazimbo não só se desculpou a José Mucavel como também disse que “o Zé é uma luva para as minhas mãos e um sapato para os meus pés, por isso lamento pela situação que sempre me entristeceu, pelo que lhe peço desculpas”.

Mucavel não poupou verbo e rematou: “o único músico que sabe interpretar as minhas composições é o Wazimbo e desde já está autorizado a fazê-lo com todas elas”.

Recorde-se que, há dias, o músico Wazimbo disse ao “O País”, depois de um espectáculo realizado na Matola, que o tema “Nwahulwana” foi algo que partiu de um nome fictício de mulher, “que eu louvo pelos seus feitos e encorajo a batalhar pela vida. Não é que esta “Nwahulwana” exista de facto. não é uma pessoa concreta, mas sim uma criação que vem da minha inspiração. Não existe uma rapariga com o nome Maria Nwahulwana, é uma homenagem a todas as mulheres”.

Por seu turno, e em contacto telefónico, Umberto Benfica assegurou que o aperto de mão entre ele e o músico José Mucavel constitui uma mais-valia para a música moçambicana.

“Tal como viram na televisão, nós nos apertamos as mãos em nome da música moçambicana. Respondemos positivamente ao apelo feito pelo ministro da Cultura, Armando Artur. Na verdade, fizemos as pases em nome da nossa cultura”, disse Wazimbo.

De hoje em diante, tal como avançou o músico, é só consolidar as nossas relações e fazer crescer a amizade. Para José Mucavel, a reconciliação dá início a uma nova era no mundo da música moçambicana.

“Finalmente, nos entendemos da melhor maneira. Vamos voltar a falar-nos, a dividir os palcos.

Aliás, aceito a possibilidade de gravar novos temas musicais com ele, afinal de contas Wazimbo é um óptimo profissional.

Eu, particularmente, estou satisfeito. Estou disponível para esquecer tudo e tocar a vida para frente”, disse Mucavel.

Importa referir que José Mucavel e Wazimbo estão, neste momento, a gravar um novo tema para alegrar os corações dos seus fãs.

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Malawi espera por Dilon


O “king” vai a Malawi a convite de um amigo que tem acompanhado a sua carreira. Fascinado pela forma como ele se impõe em palco e assume o espectáculo, não resistiu a fazer uma proposta para actuar naquelas terras. Djindji disse “sim” e prometeu ao amigo um “grande espectáculo”. É com segurança juvenil que assume os desafios. Pelo menos assim o disse na curta entrevista que tivemos. Primeiro, assume com simplicidade os seus 83 anos de idade e 70 de carreira, para depois garantir que se sente muito jovem e com capacidade de dividir o palco com muitos que marcam a nova música.”

“Toquei na guitarra pela primeira vez aos 11 anos. O meu tio gostava de andar comigo nas suas bebedeiras e, sempre que ficasse grosso, dava-me a guitarra para segurar e ai eu aproveitava e aprendia algumas notas.”

Mesmo desejando fazer apenas uma carreira musical, não resistiu às condições de vida e, em 1951, seguiu o mesmo caminho de muitos outros jovens que encontraram na África do Sul uma saída. Era o período de dzukuta em Moçambique.

“Em 1951, fui para África do Sul. nessa altura, aqui dançava-se muito dzukuta. Foi nesse momento que conheci Francisco Mahecuana, Fany Pfumu e Alberto Mutcheca. Aliás, em 1973, subi ao palco pela primeira vez com Fany Pfumu.”

É com Fany que Djindji “discute” a coroa de “rei” de marrabenta. “FanyPfumu sempre reconheceu que sou o rei da marrabenta, só que o público tem criado equívocos sobre o assunto. Numa das suas músicas ele diz, ‘a Marracuene kuni king ya marrabenta, nwine a mu ngue lungui ka yona’, aí ele reconhece que em marracuene existe um rei da marrabenta, diante do qual vocês não podem aguentar. ele diz ‘vocês’ e não ‘você’, ou seja, ele excluiu-me, automaticamente, nesse problema reconhecendo, de seguida, que eu sou o único rei da marrabenta no país.”


Quarta, 10 Novembro 2010 Gildo Mugabe.

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Video Doppas - Ele era meu melhor amigo.

Conjunto Joao Domingos

Escute temas do conjunto Joao Domingos.
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Video Costa Neto - Ava sati va Lomu

Viagem ao âmago da nossa identidade identidade cultural


2010 é o ano da marrabenta há um festival da marrabenta, há um comboio da marrabenta e até “artistas unidos” pela defesa da marrabenta.

Os puritanos consideram que se está a registar uma deturpação no uso do termo “marrabenta”, para designar qualquer forma de expressão cultural de índole moçambicana, em termos de música ligeira. Até que ponto isso é verdade?

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DJAMBU - Uma orquestra imortal


Desde a sua criação, a Orquestra Djambo toca com sentimento o quotidiano de um povo, suscitando um grande entusiasmo nos moçambicanos. E, diga-se, fá-lo com obrigação patriótica pois atravessou gerações e hoje é, sem dúvidas, uma das mais conceitudas orquestras do país.

“A Orquestra Djambo tem uma história longa”, começa por dizer Moisés Ribeiro da Conceição, de 91 anos de idade, um dos dois fundadores ainda vivos do agrupamento instrumental que começou por ser um conjunto e, depressa, se tornou uma orquestra, com sonoridades e ritmos moçambicanos.

Porém, depararam-se com um problema – o primeiro de muitos que o agrupamento teria pela frente: um dos elementos não se exercitava, neste caso Domingos Mabombo, porque não dispunha de um instrumento (piano). O Centro Associativo dos Negros da Colónia de Moçambique era o único que dispunha de um piano na época. Domingos, cujo pai era um dos sócios daquela agremiação, teve a ideia de pedir o espaço de modo a que todos os elementos do grupo, da qual fazia parte, pudessem ensaiar. Foi-lhes concedido o lugar e a banda começa a dar os seus primeiros passos.

Os seus ensaios eram frequentemente apreciados por diversas pessoas. Certo dia, Samuel Dabula, trabalhador da Rádio Clube de Moçambique – actual Rádio de Moçambique – foi assistir a um dos ensaios do agrupamento, tendo ficado espantado com o virtuosismo que a banda apresentava e comunicou à direcção do Centro que se preparava para organizar um baile na quadra festiva.

E o contrato para actuar não tardou a chegar, aliás, na madrugada do mesmo dia, receberam uma proposta para se apresentarem no Natal e no fim do ano. Recusaram-se a tocar na passagem do ano porque não queriam ficar “presos” à agremiação numa época em que surgiam novas propostas, mas aceitavam actuar nos próximos eventos.

“Sentimo-nos constrangidos por não termos satisfeito o pedido do Centro, uma vez que nos oferecia espaço para ensaiar e um dos elementos da banda era filho de um dos sócios”, diz Moisés. O conjunto começa a ganhar forma e muita aceitação popular, mas ainda não tinha nome. Chamavam-no Conjunto de Young Ussufo.

Mais tarde, a banda atravessa um momento de crise. Young Ussufo leva os seus instrumentos musicais e um dos elementos – Orlando – decide abandonar o agrupamento para tocar numa outra banda, mas os outros integrantes convenceram-no a não fazê-lo.

Apenas com piano, trompeta, saxofone e trombone, o grupo de jovens músicos teve de conceber um plano para animar as noites de então cidade de Lourenço Marques. Surge a ideia luminosa de buscar a ajuda da direcção do Centro. A agremiação prontificou-se a adquirir o material, mas os músicos iriam pagar mensalmente com o dinheiro de espectáculos. Assim, a banda ganhou forma novamente e começam os ensaios no mesmo local.

À procura de nome
O conjunto actuou em diversos locais da cidade de Maputo sem nome. “Quando sentimos que éramos maduros o suficiente, decidimos procurar um nome”, conta o decano da Orquestra Djambo.

Cada integrante tinha de sugerir um nome, mas as propostas não colhiam consenso. Tempo depois, Domingos teve a ideia de baptizar o conjunto de “Djambo”, inspirado num tema de um disco de música cubana denominado “Mambo Djambo”. Os restantes membros do agrupamento concordaram com a ideia, pois apreciavam a música, mas ninguém sabia o significado da palavra “Djambo”. “Mais tarde, com ajuda de um brasileiro que sempre vinha assistir aos nossos ensaios ficámos a saber que Djambo quer dizer ritmo”, diz Moisés.

Na altura, existia um grupo musical com a denominação “Ritmo”. No entanto, optaram por chamar Conjunto Djambo de modo a que não fosse confundido com outra banda, e, mais tarde, passou a denominar-se Orquestra Djambo, visto que tocavam instrumentos de sopro.

Depois de muito trabalho, o agrupamento caiu na graça do público. “As pessoas admiravam bastante o nosso trabalho. Éramos a única orquestra de negros que tocava a verdadeira música tradicional moçambicana, por isso, recebíamos muitos convites para actuar em bailes”, lembra.
Os anos que se seguiram não foram fáceis para o agrupamento. A orquestra teve de sobreviver a tudo: começando pela desistência de alguns membros. Com bilhete de passagem na mão, viu-se impedida de actuar em Brasil e outros países. Viu as portas do Centro Associativo dos Negros da Colónia de Moçambique – espaço que era o local de ensaios – a serem fechadas pela PIDE com todos os instrumentos no seu interior em 1965. A orquestra começou a dissolver-se.

Desde sempre, a Orquestra Djambo foi um dos mais importantes agrupamentos. Animava as noites e eventos sociais da capital com o ritmo animado e melodias arrebatadoras da marrabenta, ndlama, xingombela, xigubo e nfena. Grande parte das composições era original. A orquestra também gravou um single com os sucessos “Elisa Gomara Saia”, “Bambatela Sábado”, “Laurinda” e “Xinwanana”.

Por volta de 1969, o agrupamento reaparece com alguns novos membros e uma nova denominação: Djambo 70. Mas esta “nova” orquestra não granjeou simpatia de um público habituado a uma marrabenta, com uma subtil mistura de pequenos insólitos da vida quotidiana e dos grandes eventos históricos, feita de sentimentos.

A orquestra do povo
Quando reabre o Centro Cultural de Xipamanine, marca-se uma nova fase para a Orquestra Djambo. Hoje, conta com sete integrantes, nomeadamente Moisés da Conceição, Raimundo Cossa, Inácio Magaia, Milagre Langa, Américo, Policarpo Dias e Cecília Xavier, para além de um corpo de bailarinos.

E é a orquestra mais aplaudida de sempre. “Sentimo-nos como peixe na água quando estamos no palco porque tocamos o dia-a-dia do povo para o povo. Expressamos a moçambicanidade ”, diz Policarpo Dias.

A orquestra é a figura de cartaz da quarta edição do “Festival da Marrabenta” que arranca esta sexta-feira (28). É a terceira vez que o agrupamento participa neste evento que tem como objectivo valorizar a marrabenta.

As composições da Orquestra Djambo estão registadas em bobinas na Rádio Moçambique. Não tem álbum gravado, mas dispõe de um single – composto por quatro temas – gravado por volta de 1964.

Escrito por Hélder chavier Quinta, 27 Janeiro 2011 10:56

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terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Um ano sem o mestre Nanando

Mestre! É como Nanando era carinhosamente tratado, guitarrista de créditos firmados cujo talento o fez brilhar e granjear simpatia em grandes palcos nacionais e internacionais, a nível dos apreciadores da música afro-jazz e não só.


Nanando fez parte de uma geração de artistas de ouro no nosso país, tendo sido uma das faces mais visíveis dos concertos que os músicos moçambicanos realizam nas casas de pasto, onde a música de fusão é o prato forte. Conseguiu, igualmente, fazer a fusão do estilo tradicional “ximandje-mandje” com o jazz e a marrabenta. Chegou a fazer parte do agrupamento Ghorwane, para além de ter trabalhado muitos anos na África do Sul e na Suazilândia, com outros músicos.

Depois da desintegração de Hokolókwè, Nanando fundou, com outros elementos, a banda Ngalanga. Mais recentemente, Nanando trabalhou num projecto musical que leva o seu nome: Nanando Project. Realizou igualmente vários concertos musicais, sendo que num dos quais contou com a participação do agrupamento Majescoral.

Quarta, 02 Fevereiro 2011

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Video Festival de Marrabenta

Festival da Marrabenta: Uma noite de declaração de amor à Marrabenta


Um evento grandioso, como é o caso do Festival da Marrabenta, não poderia ter uma estreia que não fosse grandiosa. E foi com uma autêntica chuvarada de estrelas da música nacional, com performance à moda skavalu, que, no Centro Cultural Franco-Moçambicano (CCFM), se assistiu a abertura daquele que é considerado o maior espectáculo de sempre da música moçambicana do país.

Dentro de uma lista de 10 actuações em uma só noite, o desafio foi ter de escolher a apresentação que valeu a pena ver – diga-se também, não ver. Pois, os artistas esmeram-se, num choque de egos, a dar o melhor de si com intuito de cativar uma audiência sedenta de marrabenta. A qualidade da luz e do som não era das melhores, aliás, o ruído da bateria e das guitarras ofuscavam a voz dos músicos quebrando as melodias, além de em certo momento dar à impressão dos artistas estarem a improvisar e murmurar. Mas nem por isso a plateia deixou de vibrar e aplaudir a cada instante.

Apraz-nos registar que o público soube comportar-se, pelo menos até uma hora antes do término do espectáculo. Foi um concerto honesto e ideal para quem gosta de um festival com tudo no lugar. “Este ano o Festival da Marrabenta está melhor que o das edições passadas”, diz Joana Mucavele, quando a questionamos sobre o que estava achar do espectáculo, antes de soltar um grito de euforia. “Eu acho que não”, comenta um dos seus acompanhantes. “Com esse ruído da aparelhagem não dá para sentir a música. O som está a falhar”. Mas outro elemento foi mais comedido: “Ainda há muito espectáculo pela frente. De momento, está tudo positivo”. Este grupo de jovens faz parte de mais de duas centenas de pessoas que tomaram o espaço do CCFM.
O festival deixou muita gente à porta da sala de espectáculo. Muitos foram aqueles que não conseguiram lugar para sentar, havia pessoas de pé ao longo do corredor e outras encostadas ao longo das paredes.

Actuações memoráveis
A festa iniciou-se com a apresentação da Banda Militar que, qual exército infiltrado, criou uma atmosfera de brilho e vitalidade, interpretando alguns sucessos da música moçambicana – tocados como nunca ouvimos. O som de trompeta e trombone enchiam a sala e animavam o público que se mostrava, à primeira vista, recatado.

Mas a grande abertura do evento coube ao auto-intitulado “Rei da Marrabenta”, Dilon Djindji, e, diga-se, fê-lo com surpresa e competência. O músico subiu ao palco e assumiu as suas responsabilidades de “majestade da música moçambicana”. Com pouco mais de 80 anos de idade – boa parte deles dedicados à marrabenta -, o conceituado músico gabou-se de estar em forma, apesar da idade. “Hoje, vou surpreender-vos”, desafiava a plateia frequentemente. Musicalmente pode dizer-se que Dilon não apresentou nada de novo, ouvimos as mesmas músicas de sempre, mas com uma mistura dos sons da timbila. “A partir de hoje até o fim deste ano, vão ver-me actuar acompanhado pela timbila”, revela.

O músico mostrou os seus meticulosos e invulgares passos de marrabenta. Improvisou alguns passos de dança. Tropeçou algumas vezes. E público aplaudiu efusivamente. O seu repertório era constituído por três temas, mas o que colocou os espectadores em êxtase foi o sucesso “Va thekla Podina”. Seguiu-se um dos bons guitarristas moçambicanos, Xindiminguana, que não tem receio de exprimir o espírito da marrabenta que continua nele, volvidos mais de dez anos de carreira. O músico revelou mais uma vez o seu virtuosismo na guitarra, facto que lhe valeu um presente (uma nota de mil meticais) do antigo estadista moçambicano Joaquim Chissano que se encontrava na plateia a apreciar o festival.

Xindiminguana apresentou-se, como sempre, com a sua voz tímida e uma presença no palco recatada e monótono, mas galvanizou as atenções do público. Quando a jovem cantora Iveth subiu ao palco, a plateia reverenciou-a colocando-se de pé e aplaudindo a sua presença. Com o seu timbre de voz forte – acompanhada da cantora emergente Jutty –, Iveth aqueceu a noite com a sua entusiasmante música “Afro”. Depois seguiu-se o músico Victor Bernardo. O artista animou a plateia dando alguns passos forçados da marrabenta. No meio da sua música que tem no centro da história a mulher, o jovem polémico Azagaia entrou no palco, num dueto que se mostrou incongruente pois ritmo da marrabenta era demasiado lento para “reppar”.

Azagaia e Victor Bernardo declamaram um poema sobre o papel da mulher e depois o rapper controverso fez um “Freestyle” e incito-o público a juntar-se a ele em sua nova música. Momentos depois, abandonou o palco deixando os espectadores com água na boca. “Será que ele volta?”, pergunta, sem disfarçar alguma ansiedade, um espectador. “Acho que sim”, responde outro. Mas, para infelicidade do público, o músico não voltou dando azo à especulação de que ele desistira de actuar porque estava naquela sala o ex-presidente da República.
Mais uma dose de show

A segunda parte do espectáculo não poderia começar da melhor maneira. Quando a apresentadora do concerto Rosa Langa anunciou a entrada de Hortêncio Langa, o publico pôs-se a cantar um dos temas que colocaram o músico na ribalta. O músico apresentou duas músicas e retirou-se do palco. O público inconformado gritava insistentemente para que voltasse, acabando por regressar. “Esta música não estava no repertório”, justificava o músico para uma horda de espectadores que não queria saber dessa história. Hortêncio Langa pegou na guitarra e pôs-se a cantar “djim djim ó, djim ó”, a música que o público queria.
Hortêncio nunca esteve tão perto do seu público e foi o músico mais aplaudido da noite. Seguiu-se Costa Neto. Com a sua guitarra, fez uma viagem ao “reino marrabenta” e trouxe de lá o que há de mais profundo – Elisa Gomara Saia - tendo-lhe valido ovações. Não fosse também a actuação memorável da cantora Neyma, a segunda parte o concerto deixaria muito a desejar. A cantora mostrou grande qualidade nos passos de marrabenta e colocou o Centro Cultural do Franco-Moçambicano é constante ebulição. As suas músicas, com uma longevidade de pouco mais de 10 anos, revelaram-se tão actuais. Neyma terminou a sua actuação deixando o público de olhos a brilhar e queixo caído.

Depois entrou Roberto Isaías. O autor de “Lalani” mostrou-se mais à-vontade no palco e tomou conta do ambiente já criado pelo colega que lhe antecedeu. Embora com uma discografia a solo curta, Roberto Isaías hipnotizou o público. Já o conceituado Grupo RM, do qual Wazimbo é vocalista, não consegui manter o nível de agitação e emoção criado por outros músicos. O agrupamento realizou a menos interessante actuação da noite de que temos registo. Quando o grupo cantava a segunda música, o público foi abandonando a sala.

O calor que pairava naquele recinto começou a ser engolido pela brisa e as pessoas que lá permaneciam se mostravam recatadas. O repertório composto por seis temas foi monótono. A banda não esteve muito entusiasmada. “Ainda não começaram a tocar. Estão apenas a ensaiar”, comenta ironicamente um jovem encostado na parede. Depois de tocar quatro temas, a banda decidiu resgatar o êxito que marcou toda uma geração. Referimo-nos ao tema que aborda a história de um sapateiro. O público pôs-se de pé entusiasmado e mostrou conhecer a letra cantando, do princípio ao fim, a música.

Quando foi feita a apresentação da última música para o encerramento do concerto de abertura do Festival da Marrabenta, as pessoas começaram a abandonar a sala. O Grupo RM exibiu a última música do repertório. Terminava assim de forma fria a abertura de um festival que pretende animar as cidades de Maputo e Matola, e os distritos de Marracuene, Chibuto e Chokwe nos próximos dias.

Escrito por Hélder Xavier Segunda, 31 Janeiro 2011 14:57

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Video Festival de Marrabenta em Marracuene

Kaspa: Banda de Rock New Metal


A primeira reacção às bandas de rock de garagem pode ser de repulsa, mas depois habituamo-nos ao seu espírito irreverente e até encontramos alguma justificação para libertar o espírito rock que há em nós. Kaspa não foge à regra e mostra que a música não é apenas uma combinação de sons, mas também o resultado de um sonho.

São quatro, chamam-se Kaspa e não se dedicam apenas à música: são também estudantes e trabalhadores. O nome da banda pode não ser simpático, mas é resultado de um assaz peculiar sentido de humor.



Kaspa ainda não tem álbum gravado. Em sete anos de existência, teve de mudar de baterista por quatro vezes, facto que, segundo o vocalista, atrasou as perspectivas de evolução da banda. “Queremos gravar um disco com qualidade, e não apenas para os amigos e familiares apreciarem. Queremos que qualquer pessoa, mesmo o que não seja amante do rock, se identifique”.

Neste momento, o grupo está a preparar músicas que vão compor o primeiro trabalho discográfico da banda e, neste princípio do ano, pretende gravar um videoclip.
Regra geral, nas suas apresentações, a banda apresenta um misto de temas originais e algumas versões de conceituados artistas. As músicas retratam questões políticas, sociais ou sobre o quotidiano dos moçambicanos.

As músicas da Kaspa são um “New Metal” – rock mais urbano – poderoso e atractivo, onde o talento de cada elemento do conjunto ganha alento. O sistemático recurso aos clichés de “air guitar” e ao som de percussão dão um novo fôlego ao rock, hipnotizando o público e ganhando cada vez mais admiradores.
“O número do público tem vindo a crescer porque sempre procuramos inovar. Colocamos alguns ‘ingredientes’ moçambicanos que dão um tom africano à nossa música”, conta Pintas.

Quando questionados sobre o motivo de o rock se apresentar sempre em ambientes fechados, o vocalista da Kaspa diz: “O rock não está fechado, as bandas é que se encontram confinadas nas garagens”.

Escrito por Hélder Xavier Quinta, 27 Janeiro 2011 11:23

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Video de Mingas no Centro Cultural Franco Mocambicano

Festival da Marrabenta: passado, presente e futuro.


Num dia em que se discutiu a evolução e o conceito da marrabenta, a Orquestra Djambo argumentou com a actuação sem precedentes e meticulosos passos de dança que lhe é característico. O terceiro dia do Festival da Marrabenta foi reservado para o debate sobre o passado, presente e futuro da marrabenta.
No Domingo (30) o Centro Cultural Municipal Ntsindya, em Ximpanine, foi demasiado pequeno para acolher mais de uma centena de pessoas ávidas em ouvir o percurso histórico-musical deste ritmo. O debate foi antecedido de uma actuação de uma banda de jovens que se estreia neste estilo. Com um repertório desconhecido, o agrupamento musical conquistou a simpática do público, apesar de se ter revelado tímido.

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MINGAS

Mingas vive e trabalha em Moçambique, onde nasceu e onde ela cresceu. Destinado a cantar, Mingas participou de uma série de shows de talentos em sua juventude. Através deste processo, ela acabou se tornando o vocalista de uma das bandas mais populares em Moçambique na época, Hokolókwé. A banda excursionou extensivamente em todo Moçambique sob condições difíceis da guerra civil.

Mingas estabeleceu-se durante o período de desafios de transformação em Moçambique. Sua determinação e amor pela música foram as chaves que a puxou pela realidade tumultuada política do país.

Ela era uma cantora em 'Orquestra Marrabenta Star de Moçambique' durante turnês pela Europa em 1987-88. gravações a solo durante este período incluíram 'Ava Sati Va Lomu', 'Elisa Gomara Saia ". Mais tarde ela gravou "Nweti" e outras faixas com o grupo Amoya em Paris. Sua gravação de "Nweti" foi incluído na coleção Putumayo Records, "Mulheres da Internacional World '. Como parte do grupo Amoya, ela foi premiada com o "Grand Prix Decouvertes 90 'em um show Gala na Guiné Conakry.

Por alguns anos na década de 1990, Mingas apresentou ao lado de Miriam Makeba como backing vocal e artista solo durante as turnês internacionais Mama África que se estendeu por quatro continentes. Profissional destaques na carreira Mingas "durante esses passeios incluem apresentações no Opera House de Sidney, na Austrália e um desempenho para o Papa João Paulo II durante sua visita ao Brasil.
Durante sua carreira, Mingas foi realizada com artistas internacionalmente famosos como Hugh Masekela, Gilberto Gil, Mariza, Jimmy Dludlu, Yvonne Chaka Chaka e muitos outros.

Mingas passeios amplamente em todo o Moçambique, África do Sul e internacionalmente, ganhando um estatuto lendário em seu país. Para mais informações visite: www.mingas.com

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quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Lizha James - Stop Tráfico

Os melhores artistas não vão a SOMAS


Lamenta, Mitó, secretário-geral da Sociedade Moçambicana de Autores

A Sociedade Moçambicana de Autores pode ter dado passos positivos em cinco meses do novo executivo, mas o seu secretário-geral, Jaime Guambe (Mitó), diz ser necessário superar questões legais e fazer com que os melhores artistas façam parte da sociedade.
O secretário-geral da Sociedade Moçambicana de Autores (SOMAS), Jaime Guambe, diz que o balanço das actividades realizadas pela sua agremiação, nos últimos cinco meses, é positivo, embora persistam equívocos que ainda enfermam a classe dos autores moçambicanos.

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