segunda-feira, 18 de maio de 2009

Mucavele celebra 40 anos de carreira


O conceituado músico moçambicano José Mucavele realizou no domingo (10.05.2009), no Centro Cultural Universitário, um concerto alusivo aos seus 40 anos de carreira artística. 

A primeira parte do concerto foi abrilhantada pelo trio de conceituados músicos moçambicanos. Trata-se de Hortêncio Langa, Arão Litsure e João Cabaço.


O trio interpretou temas de João Cabaço, como por exemplo, “Xitimela” e “Mamana” e de conceituados músicos de proa nacionais. A apresentação deste trio foi nostálgico para o público presente no local. 

Outro músico que se fez ao palco foi Jomalu que apresentou um dos seus temas mais representativos intitulado “Deixem os Pintos Crescer”. Um tema cheio de balanço e ritmo.

Depois veio ao palco José Mucavele. Neste primeiro concerto alusivo a quatro decádas de carreira musical, o artista apresentou um repertório repleto de temas inéditos. Maior parte dos temas apresentados no concerto vão fazer parte do próximo disco, ”isto é tudo novo. As pessoas esperavam músicas conhecidas”, disse Mucavele. 

Os temas causaram boa impressão ao público. O único tema conhecido que o artista apresentou foi o famoso “Balada para as Minhas Filhas”. Neste tema, o artista foi acompanhado, na guitarra, da sua filha casula. A pedido do público, o intérprete do “Xigutsa xa Utomi” executou o tema criando proporcionando momentos marcantes à sessão.      

MINHA SINA
Questionado sobre os 40 anos de carreira, José Mucavele disse que o momento tinha muitos significados. Trata-se de uma trajetória de uma criatura que passou por muitos sítios e coisas. “Há tanta coisa misturada nestes 40 anos. Não é só a música, mas também tive outras coisas. Passei pela revolução. 

Acabei ficando na minha sina. Deus fez-me para ser músico. E eu sou aquilo que deus quis que eu fosse. Eu sou artista. Eu quero morrer artista”, afirmou José Mucavele. 

PARAR DE TOCAR
José Mucavele diz que nunca pensou em parar de tocar pela dificuldade que a carreira musical atravessa no país. Considera que quando se entra para a carreira musical, “é andar até morrer. Se eu parar morro. Eu não vou parar mesmo, nem que tenha outras coisas por fazer. Está destinado que eu sou artista até à morte”, sublinhou o artista.

MÚSICA MOÇAMBICANA
Falando particularmente da música moçambicana, José Mucavele lamentou o facto de os artistas não renovarem o seu repertório musical.

“Tenho tido o cuidado de sempre trazer algo novo. Gostaria que os outros artistas pudessem trazer tudo novo. Renovarem o repertório. Escuto artistas que tocam com o mesmo repertório faz cerca de trinta ou  quarenta anos. Eu acho que é um pouco aborrecido. Temos que dar coisas novas ao público”,  repisa. 

Escrito por: Edmundo Chaúque

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