segunda-feira, 2 de março de 2009

Discípulo de Jimmy Dludlu, é um astro


Se ele e Jimmy Dludlu fossem pai e filho seria como dizer filho de peixe sabe nadar. Mas não são.
Tem em comum o facto de terem nascido no bairro do Chamanculo e sabem tocar a guitarra tão igual como dois gêmeos sanguíneos. Falamos do jovem João Cabral que nos próximos dias vai, finalmente, lançar o seu novo disco. Intitulado “River of Dreams”, o álbum resulta de 14 anos de trabalho e de influências internacionais na cidade sul-africana de Cape Town, onde se encontra radicado.
O músico bebe da experiência de artistas como Jimmy Dludlu, Moreira Chonguiça, Frank Paco, Dino Miranda, John Hassan, Orlando Venhereque, Ivan Mazuze, entre outros.
João Cabral ou simplesmente Cabral, é natural do Chamanculo e aos 17 anos já tocava guitarra na igreja. Nessa altura com o ouvido muito inclinado para o Rock.

Viveu a adolescência ouvindo nomes sonantes da época como os Dire Straits, Europe, Pink Floyd, Eric Clapton, Iron Maiden, Carlos Santana, Guns And Roses, Bon Jovi e os Queen. Nos anos 90, a nova estrela pôde tomar contacto, pela primeira vez, com sons de George Benson e Earl Klugh , dois guitarristas de respeito e que são uma incontestável fonte de inspiração para qualquer principiante do jazz.

Cabral deixou-se ainda influenciar por Pat Matheny e Lee Ritenour, dois nomes inconrtonáveis do jazz. Mas sendo do Chamanculo e vendo em Cape Town Cabral ouviu muito os temas de Jimmy Dludlu e os seus ecos do passado, retratando a terra mãe e os tempos de mudança que se assistiam em África. Assistiu a numerosos concertos seus.

Viveu e conviveu com ele em muitos palcos e aprendeu da sua humildade. Cabral já sabia o que queria da vida. Decidiu estudar jazz e aperfeiçoar a arte de tocar a viola.
Em 2003 ingressa para o renomado colégio de música da Universidade de Cape Town para estudar o jazz, depois de, desde 1997, ter tocado em vários espectáculos na África do Sul, a convite de músicos residentes e também de outros continentes.

O disco “River of Dreams” de 16 faixas, pode -se dizer que é produto fiel dessa caminhada árdua do jovem artista, que ao longo do tempo soube esmerar-se no encanto e na paciência, para começar o difícil caminho de busca de afirmação de maturidade.
Cabral quer entrar para o mercado moçambicano com a força que levam as pessoas do seu tempo e estilo: geniais e imprescindíveis.

Mais sobre esta informação só no jornal “ O País” edição de 26/02/09


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