segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Xidiminguana, O grande cartaz

Xidiminguana
Fotop: Jornal Noticias

A falta de patrocinadores que injectassem dinheiro para suportar os custos desta digressão foi um dos maiores constrangimentos que os organizadores desta iniciativa tiveram. Aliás, Tomás Urbano diz que calculou desde o princípio que enfrentaria dificuldades, sobretudo nesse campo. Por outro lado, a ausência de financiamento sobretudo para o pagamento de cachés no decurso dos espectáculos fez com que muitos músicos declinassem o convite para integrarem a comitiva. “É que este trabalho é de sacrifício.

Um sacrifício por uma causa que é justa. Não tivemos dinheiro para pagar os músicos participantes e todos nós estamos a ir para lá a custo zero, pois por vezes temos que levar o nosso sentimento para aquela gente e, de modo, a com eles trocarmos impressões e desenharmos melhores maneiras de nos livrarmos de um problema que não é de todos”, explicou o músico, ao mesmo tempo que refere que, de todos os músicos contactos encontrou em Xidiminguana a abertura e incentivos necessários para continuar.

Urbano refere ainda que, “mesmo sem dinheiro temos que começar nós mesmos a trabalhar em prol de causas sociais como esta. Nós como artistas temos que levar a animação, a mensagem de esperança e de harmonia, de paz e sossego para aqueles que a precisam. Mas, também, lá buscamos outras formas de aprendizagens”.

A mudança de comportamento, para o nosso interlocutor, começa no facto de não se ficar à espera que sejam instituições governamentais ou privadas a realizarem acções de educação e entretenimento, uma vez que não está vedada a possibilidade de criação de iniciativas desta natureza.

Aliás, Xidiminguana é a cabeça de cartaz dos espectáculos que se realizarão, e o facto de ser um músico de massas será uma mais-valia para a prossecução deste evento.

Entretanto, a escolha de Chicualacuala como ponto de partida para este facto deriva do facto de aquela localidade fazer fronteira com o Zimbabwe, um país com altos índices de HIV/Sida. O fluxo migratório de zimbabweanos que entram no nosso país, através de Chicualacuala, à busca de melhores condições de vida é intenso, em virtude do colapso sócio-económico daquele país vizinho. Na perspectiva de Tomás Urbano, urge inverter este cenário para que também não tenhamos uma situação de colapso social.

FRANCISCO MANJATE

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