Entrevista com DJ Ardiles para o Channel O.
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Dilon Djindje, um dos alicerces da Marrabenta, envolvido na musica de fusao com o Hip Hop, conversando com Duke Williams para o channel O, deixa ficar um conselho de quem ja experimentou muito... Confire no video.
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Duke Williams conversou com a jovem Hawaiiu, a nova aposta para o estrelato do produtor Dinho (produziu Neyma) da "label" DXS. Hawaiiu ja se encontra na fase de trabalho de estudio, gravando temas para o seu CD a lancar brevemente.
Confira neste video do Channel O. Part 1 e part 2
Leia Mais…O Otis, foi cultivando junto aos Djs o estilo que mais o agradava até hoje: House Music, e que bem lhe foi sucedido.
Em 2008, decide apostar no que inevitavelmente iria acontecer: Lançar o seu novo cd, apostando num som enovador, com influências africanas, americanas e um pouco de algo do resto do mundo.Nasce o CD "Otis in the House" como mais uma experiência no seu mundo da música.
Entrevista à Revista Autores Otis é um dos poucos artistas moçambicanos que escolheram Portugal para seguir uma carreira musical. Filho de um maestro, cresceu ao som de vários estilos musicais e, actualmente, é considerado por muitos como o melhor saxofonista a residir e a actuar em Portugal. Discípulo de Dollar Brand (Abdullah Ibrahim), com quem já tocou, Otis acabou de lançar o seu quinto trabalho discográfico a solo, "Olhando para trás". Um disco tranquilo, onde o autor recorda todas as influências que fizeram dele um músico de excepção.
Autores - Não é comum encontrar artistas moçambicanos em Portugal, contam-se quase pelos dedos de uma mão os que vieram para cá. Preferiram fica em Moçambique ou foram para outras paragens?
Otis - Em Moçambique, talvez pela influência sul-africana, os nossos músicos que saem do país vão, em primeiro lugar, para a África do Sul, uma terra de excepção. E dali saímos para o Zimbabué, a Tanzânia e outros países. Mas não é fácil triunfar na África do Sul: eles "defendem-se" bem, são proteccionistas, é preciso ser muito bom para vencer na África do Sul. E, por mim, acho que o esforço para penetrar no mercado sul-africano não compensa. Aquele país é um mundo, tem de tudo, é uma potência. Tem de ser muito bom para eles nos deixarem entrar, senão é mais um que por lá anda. Para mim não compensa. Não é que tenha medo da competição, mas prefiro estar em Portugal.
Autores - Quando se fala em Moçambique, a nível musical, lembramo-nos logo da marrabenta. Mas o Otis é um músico moçambicano que toca saxofone. De onde vem essa paixão?
Otis - Eu nem gostava de saxofone, foi o meu pai que me obrigou. Ele era maestro de uma banda, em Inhambane, e hoje agradeço-lhe ter-me influenciado. Quanto à marrabenta, é a nossa música popular e não a esqueço. No meu primeiro disco misturei marrabenta em alguns dos meus temas, mas essa experiência não foi bem sucedida. Só funcionou nos discos seguintes, e já editei cinco. No último disco, pode-se ouvir muita marrabenta.
Autores - Como músico instrumentista é fácil arranjar espectáculos, ter trabalho?
Otis - Estive dez anos para conseguir entrar no mercado português, não foi fácil. E trabalhei com gente importante, trabalhei no Fontória, e foi a partir daí que começaram a abrir-se-me as portas desse mercado. O Roberto Leal viu-me uma vez na televisão, contactou-me, e comecei a trabalhar com ele. Foi uma experiência extraordinária, tenho excelentes recordações, fizemos tournées por todo o mundo. Além disso também toquei com o duo Miguel e André, com Paulo de Carvalho, o Eduardo Paim, o Paulo Flores, entre muitos outros - e peço desculpa aos que me esqueço de citar. Estes músicos ajudaram-me muito, integrei-me melhor na sociedade e na música portuguesa. E ganhei experiência, posso tocar vários estilos musicais. O mercado português é pequeno, para podermos viver e ter trabalho temos que noa adaptar. Tocar um único género musical em Portugal não dá, não sobrevivemos.
Autores - Essa experiência contribuiu para a fusão que actualmente faz na sua música?
Otis - Nem mais. Ter tido a oportunidade de tocar com músicos de várias áreas e em vários lugares do mundo fizeram de mim um músico polivalente. Com o meu sax consigo tocar um pouco de tudo, desde marrabenta, kizomba, fado, Rn'B. Até música chinesa...
Autores - Essa mistura de influências nota-se nos discos que gravou até agora?
Otis - Sim. Até agora gravei cinco discos, e o mais curioso é que consigo vender mais no estrangeiro do que em Portugal. O mercado português é pequeno e as pessoas não estão habituadas à música instrumental. Dou um exemplo: o disco "Influências" que gravei em 1999, vendeu mais nos Estados Unidos do que cá. Claro que nos Estados Unidos o mercado é potencialmente forte e muito maior, mas na verdade é que eu nos Estados Unidos não sou conhecido como sou aqui.
Autores - Já consegue viver só a fazer música?
Otis - Agora sim. tive uma altura que era complicado, mas felizmente agora tenho muito trabalho. Não faço só concertos, sou chamado para animar eventos, lançamentos de marcas, inaugurações de lojas, resstaurantes... Trabalho de Segunda a Domingo.
In revista Autores
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