Inhambane luta para tornar-se num destino turístico de eleição em Moçambique e na região, socorrendo-se, para isso, da sua maior potencialidade, que são os seus cerca de 700 quilómetros de costa repletos de majestosas e modernas estâncias turísticas, algumas construídas recentemente com um desenho arquitectónico que atrai a todos que elegem a província como destino preferencial. É nesta perspectiva que o executivo de Inhambane encontrou nos festivais culturais uma estratégia para promover aquele que é tido como um dos maiores recursos para reforçar as receitas do Estado.
O principal desses eventos é o Festival do Tofo, inaugurado já vão cinco anos, com o objectivo de juntar operadores nacionais e estrangeiros para reflectir sobre a actividade turística e a exploração racional e sustentável de recursos. Esta realização acasala o turismo à cultura, pois esta constitui uma importante chave para divulgar potencialidades.
A edição deste ano do Festival do Tofo teve lugar no fim de semana e no seu decurso foi possível testemunhar algumas iniciativas que servem verdadeiramente para promover Inhambane. Através de alguns vídeos, muitos locais, alguns dos quais ainda virgens, bem como o plano do governo e ainda as ideias existentes para melhor explorar o potencial turístico de Inhambane, puderam ser visionados. E como não se pode juntar todos estratos da sociedade para falar do turismo e cada um virar as costas, o festival cultural serve, assim, para junta o útil ao agradável.
Todavia, nos últimos anos, o festival do Tofo só se realiza, ao que parece, para cumprir calendário, já que a comunidade de Inhambane já se habituou que em Outubro ou Novembro há sempre um espectáculo gratuito que o governo organiza agora na praia da Barra, uma vez que no Tofo a erosão tomou conta de muito do espaço antes aproveitado para o evento. Não tem havido divulgação à volta do festival, como foi estabelecido quando o evento foi decidido, nem transmissão directa na TVM, como aconteceu nas primeiras três edições.
O sector turístico na província está algo monótono, não correspondendo com as exigências de agressividade do sector. Aparentemente, a Direcção Provincial do Turismo em Inhambane anda a leste dos acontecimentos e pouco domina a área; conhece pouco da grande actividade do que propriamente os turistas estrangeiros que conhecem todos espaços vazios para investir e os pequenos labirintos que dão acesso às mais belas praias.
O festival cultural do Tofo, que além de chamar músicos nacionais e estrangeiros, muitos dos quais não conhecidos, devia igualmente juntar a gastronomia local, coisa que está no papel mas que não acontece. Muitas das bandas que são chamados a actuar não oferecem qualidade desejada, tal como se viu no último fim da semana, o que foi testemunhado por cerca de 70 mil pessoas que lotavam por completo o espaço reservado para o evento na praia da Barra.
Os espectadores reclamaram de tudo, incluindo da qualidade de som que saia do palco, algo que preocupou os músicos, como foi o caso de Wazimbo. Este artista, apesar de muito ovacionado pelo publico, viu a sua entrega e dedicação a serem ofuscadas pela qualidade de som. As lindas mensagens deste músico, assim como da dupla Búfalo e Watsongo, não se ouviam. O barulho dos convivas era superior ao do que saía do equipamento ali montado.
ARTISTAS DE INHAMBANE PRETERIDOS
Ao que tudo indica, a Direcção Provincial do Turismo trabalha sozinha na preparação deste evento, situação diferente de tempos idos, em que eram envolvidas pessoas conhecedores de equipamentos musicais, som e luz. Nos dias que o Festival do Tofo, não passa de um espectáculo gratuito onde desfilam poucos músicos da actualidade. Curiosamente, não foram chamados a actuar neste espectáculo que arrastou pessoas de todas idades ao local valores que despontam na arena musical na província de Inhambane, que dariam mais valor à brincadeira. Mr. Nandolas, Anibalizinho, Alcino Margarida, Lito la Gaia, Vitoria Jacobe, Rainha Avelino, João Marrime e Fernando Macedo são alguns deles, num lote em que se pode contar a vencedora da última edição do programa de entretenimento televisivo Fama Show Amélia Lichucha. Estes artistas podiam muito bem ter participado num espectáculo em que actuem nomes como os veteranos Magid Mussá, Guê-Gueê, Wazimbo ou António Marcos.
Ao que tudo indica, a Direcção Provincial do Turismo trabalha sozinha na preparação deste evento, situação diferente de tempos idos, em que eram envolvidas pessoas conhecedores de equipamentos musicais, som e luz. Nos dias que o Festival do Tofo, não passa de um espectáculo gratuito onde desfilam poucos músicos da actualidade. Curiosamente, não foram chamados a actuar neste espectáculo que arrastou pessoas de todas idades ao local valores que despontam na arena musical na província de Inhambane, que dariam mais valor à brincadeira. Mr. Nandolas, Anibalizinho, Alcino Margarida, Lito la Gaia, Vitoria Jacobe, Rainha Avelino, João Marrime e Fernando Macedo são alguns deles, num lote em que se pode contar a vencedora da última edição do programa de entretenimento televisivo Fama Show Amélia Lichucha. Estes artistas podiam muito bem ter participado num espectáculo em que actuem nomes como os veteranos Magid Mussá, Guê-Gueê, Wazimbo ou António Marcos.
Pouco se falou de turismo neste espectáculo. Os organizadores forçaram o governador de Inhambane, Itae Meque, a subir ao palco para dizer alguma coisa sobre o evento. Muito ovacionado pelo público, Itae Meque fez-se ao palco, perto da meia-noite, intercalando a sua intervenção com exibição de General Muzka, único estrangeiro que passeou a sua classe neste último festival.
Meque disse que estava ali como forma de dar força aos operadores turísticos para darem o seu melhor porque é uma das actividades que pode tirar Inhambane da pobreza. “Vamos trabalhador de maneira organizada e coordenada porque aqui ha lugar para todos. Nada de excessos, as leis sobre o turismo estão claras. Desmandos nada! Aqui não há praia para brancos nem para pretos. É por isso que estamos todos aqui”, afirmou o governador.
General Muzka, esse machangana da África do Sul, deu o ar da sua graça. Apercebendo-se das fragilidade do som, foi conversando e explicar o alcance das mensagens das suas musicas, coisa que fazia com som baixo. Momento impar do espectáculo quando disse que ele acredita que os “Mambas”, a selecção nacional de futebol de Moçambique, tem capacidade de chegar ao CAN 2010, bastando apenas um grande apoio do público, tal como ele já começou a fazer com a música que já fez sobre a nossa equipa. Muzka cantou e encantou os seus fãs, que foram aquele local para ver e conviver com o autor de “Xenofobia”, uma faixa musical do mais recente álbum deste homem apaixonada pelo Moçambique.
ACIDENTES, PARA NÃO VARIAR...
Como não deixaria de ser, o festival de Tofo terminou com acidentes de viação, que obrigaram a que uma dezena e meia de feridos, quatro deles em estado grave, tivessem que ser levados ao hospital. Registaram-se três acidentes de viação, que se saldaram também em danos materiais.
Como não deixaria de ser, o festival de Tofo terminou com acidentes de viação, que obrigaram a que uma dezena e meia de feridos, quatro deles em estado grave, tivessem que ser levados ao hospital. Registaram-se três acidentes de viação, que se saldaram também em danos materiais.
Cerca de 70 mil pessoas acompanharam o festival, que arrancou sábado e só iria terminar na manhã de domingo. Porque o movimento de regresso à zona urbana de Inhambane era grande, a Polícia teve que se aplicar, quer controlando o trânsito em si, quer pondo fora de acção alguns fora-da-lei que, usando dos seus truques, tentaram apoderar-se de bens alheios. Quatro deles nem sequer viram o festival, porque foram neutralizados a tentar roubar telefones celulares e outros a fumarem estupefacientes.
Os fiscais marítimos estiveram igualmente atentos. Não permitiram mergulhos durante a noite. Como resultante da sua acção vigilante, não houve morte qualquer morte por afogamento, o que no ano passado aconteceu. O festival foi um momento excitante, mas não correspondido pela qualidade de organização.
Victorino Xavier
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