segunda-feira, 22 de março de 2010

Lira desconstrói mitos no Big Brother


Depois de um dia ter visto a Lira a actuar no pequeno espaço do “Mafalala Libre”, o promotor de espectáculos e proprietário da Big Brother Entertainment, Julinho, não mediu esforços para levar aquela cantora sul africana aos seus “aposentos”, isto é, ao espaço “Big Brother”. Resultado: Em plena casa cheia, sexta-feira, Lira desconstruiu os mitos de que o jazz e o soul music só fazem festas restritas no panorama musical nacional.

Foi uma das perguntas que os jornalistas colocaram ao “homem forte” do Big Brother Entertainment quan­do se deram conta da pre­sença de uma cantora de jazz no seu espaço, con­traria­mente aos géneros musicais que vêm sendo ali ofere­cidos, com particular des­taque para géneros tropicais como zouk, qui­zomba, entre outros dos PALOP´s e das Antilhas. Julinho explicou, em con­ferência de imprensa, que a filosofia da instituição que dirige consiste em promover música de quali­dade, inde­pendentemente de se tratar de jazz, soul music, mar­rabenta, pas­sada, rock, zouk ou qui­zomba.

“O nosso interesse é servir diversos tipos de público que andam à procura de boa música”, precisou o promotor.

Foi o que se viu. Depois de terem subido ao palco Jenny e Sety Suazi, que fecharam o cerco, a sul africana Lira não deixou os seus créditos em mãos alheias. Aliás, na referida conferência de imprensa, a artista das terras do rand já havia avisado que seria uma honra para ela tocar para um público maior, uma vez que, nas suas próprias palavras, a primeira experiência em Moçambique, que aconteceu no “Mafalala Libre”, tinha sido com um público ainda mais reduzido. No “Big Brother”, estiveram mais de uma centena de pessoas, criando um ambiente sugestivo e a condizer com as festas de Natal e de Fim do Ano, onde toda a gente troca abraços e emite desejos recíprocos de um próspero ano novo.

Não é por acaso que Lira se considera fã incondicional de cantoras como Aretha Franklin e Miriam Makeba, pois o público, através dela, acabou entrando em con­tacto com sons que mostram as boas influências que a cantora tem.

Na companhia de uma banda constituída por sete elementos, Lira tocou músi­cas que expressam a neces­sidade de uma maior apro­ximação entre as pessoas, independentemente da raça, religião, etnia, entre outras formas de discriminação. Foi possível ouvir temas dos seus quatro álbuns, de­signadamente, “Woman Li­fe”, “Saw Mind”, “Lira Life and Celebration” e “Fill Good”. Para além de soul music e jazz, Lira fez escola no kwito, algo que considera como tendo sido para efeitos de marketing para melhor se posicionar no mercado.

Escrito por Armando Nenane

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