segunda-feira, 10 de novembro de 2008

"Abstenhamo-nos do sexo gratuito" - Tomas Urbano


Abstenhamo-nos do sexo gratuito e façamos amor - Tomás Urbano, que lidera uma digressão musical pelo norte de Gaza, visando o combate ao Sida


“ABSTENHAMO-NOS do sexo gratuito e façamos amor”. Foi com estas palavras que começou a entrevista com o músico moçambicano Tomás Urbano, a propósito de um programa de entretenimento musical, mas que encerra em si a educação cívica e sexual reprodutiva, a ser desenvolvido no norte da província de Gaza.

Prometendo verdadeiros momentos de festa, entretenimento e educação cívica sobre questões ligadas ao Homem e ao HIV/Sida, os organizadores do evento dizem que vão aproveitar os seis dias em que estarão nos distritos de Chicualacuala, Mabalane e Mapai para também trocar experiências com a população e os artistas que existem naqueles locais sobre diversos aspectos da vida cultural, social. Haverá momentos de oficinas de música e encontros com a população, onde cada um dos integrantes da comitiva vai falar sobre as razões e pertinência de existência de um projecto daquela dimensão.


Esta tem o apoio dos Caminhos de Ferro de Moçambique, que lhes disponibilizou transporte ferroviário. O Fundo Nacional para o Desenvolvimento Cultural (FUNDAC) apoiou este projecto, doando produtos alimentares para os músicos e outros integrantes da comitiva.
Mas também, os organizadores do projecto dizem agradecer todos aqueles não puderam apoiar-lhes, embora tenham manifestado vontade de participar.


Aliás, a natureza do programa, cujo projecto foi desenhado pelo próprio Tomás Urbano, tem em vista uma nova estratégia de combate e prevenção contra o HIV/Sida, onde os músicos propõem que, na ausência de resultados satisfatórios quanto aos sexo para mais tarde, então que se prima pelo lado amoroso-afectivo e não pelo sexo gratuito. Vai daí que, o projecto tenha como nome “Hayekani Massango mu Dzudza Muzimba” o mesmo que “Abstenham-se do sexo e fervilhem com a dança do amor que os corpos revelam”.


Músico experimentado, Tomás Urbano diz: “queremos fazer com que as pessoas mudem a forma de pensar, para que tenham uma outra visão. Mas também queremos que o assunto seja abordado de uma outra maneira. Se falamos de preservativo e as pessoas não acatam, falamos de abstenção e ninguém houve, então temos que procurar outras estratégias, pois o mais importante é nunca desfalecermos sob pena de arruinarmos os nossos sonhos. Continuamos a enfrentar os mesmos problemas, daí que pensamos que ao dizer as pessoas para que, não conseguindo deixar de fazer sexo, então que se abstenham do sexo gratuito e comecem a fazer amor”.


Vuthu Gaza e Maputo Star são as bandas que farão parte desta digressão à par dos solistas Cecília Nguenha, Percina Chirindza, Xidiminguana e o próprio Tomás Urbano.


Na sua explicação, Tomás Urbano disse que a escolha das duas cantoras prende-se com o facto de elas serem artistas com talento, mas não terem oportunidade de se exibirem em palco, daí este servir também de um momento para dar espaço.


Nesta digressão irão integrar outros dois elementos que fazem parte do Projecto PSI, da cidade de Xai-Xai.
Os organizadores do evento estão a trabalhar no sentido de haver um momento em que as pessoas serão convidadas a realizarem testes gratuitos de HIV/Sida, para além de se continuar com o processo de distribuição de preservativos, transmitindo formas de aconselhamento e incentivando à realização de testagens voluntárias.


A partida da caravana será feita no dia 27, na central dos Caminhos de Ferro de Moçambique, em direcção à Chicualacuala, o programa vai arrancar a 29 deste mês. No dia 30, a caravana irá actuar em Mabalane, partindo dali para Mapai para um espectáculo no dia 31, regressando a Maputo a 1 de Setembro.


“Paralelamente à divulgação de mensagens de combate e prevenção a este mal, queremos aproveitar esta oportunidade para entreter as pessoas, pois é sabido que o norte da província de Gaza, sobretudo os locais por nós escolhidos, carecem de momentos de entretenimento. São raras as ocasiões em que a gente ouve falar de espectáculos que se realizam naquele ponto do país. Aquelas regiões vivem praticamente isoladas, e nós queremos aproveitar esta festa para dizer a eles que nós estamos com eles e que devem continuar a manter os mesmos princípios”, comentou Tomás Urbano.

1 comentário:

Anónimo disse...

sou moçambicano estudando no Brasil achei muito bacana o blog mas uma obsercaçao... porque colocar musicas que estao trancadas... brasileiros chamam isso uma porra... nao sejam assim irmaos