segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Uma “Terezinha” para Xidiminguana


“Criança que não chora, não mama”, diz o velho adágio popular. O conceituado músico moçambicano Domingos Honwana - o célebre Xidiminguana - sabe disso. Sabe e até pode testemunhar como essa velha máxima é também válida para os adultos. Naturalmente que entre os adultos, há choros e choros...



Havia vários meses que Xidiminguana vinha “chorando” por uma guitarra para fazer o que ele mais gosta: tocar e encantar. Já várias guitarras envelheceram em suas mãos ao longo de uma carreira que já começa a espreitar a longevidade. Num país como o nosso, cheio de carências, não é coisa fácil um músico ter uma guitarra própria! Andam muitos guitarristas exímios por este país fora, que não se podem orgulhar de ter uma guitarra. Quando têm uma para tocar, é emprestada, e ai quase sempre não dá para “se libertarem”.

Xidiminguana conhece essa experiência de saber e querer tocar, mas não poder fazê-lo porque não há guitarra disponível. Cenários como este, amordaçaram por diversas vezes o talento de Xidiminguana, até que decidiu partilhar esta sua preocupação com alguém que acreditava que o poderia ajudar.

Tudo começa quando a Autoridade Tributária decide promover uma campanha de divulgação do imposto pelo país fora, uma iniciativa que além de envolver os órgãos de comunicação social, associou alguns músicos escolhidos a dedo, para com o seu talento de artistas ajudarem a fazer chegar mais longe a mensagem sobre a importância de os cidadãos conhecerem e pagarem impostos. Um dos critérios de escolha é a abrangência das línguas usadas por tais artistas nas suas canções. Bem pensado, melhor feito!

Assim mesmo, na região norte foram escolhidos dois músicos: Aly Faque e Júlia Mwito. Na zona centro, os eleitos são Madala e Nyeleti e, no sul, Anita Macuácua e Xidiminguana. Um dos resultados deste acordo é a amizade que nasceu e que floresce entre os artistas e a AT, que agora olham para cada um daqueles músicos não apenas como agentes de entretenimento, mas como parceiros na educação para a cidadania fiscal.

Mas os artistas têm os seus problemas. Têm as suas carências. Limitações. Materiais e financeiras. Uns têm mais do que os outros, mas todos têm dificuldades. Xidiminguana também! Foi então que, certo dia, Xidiminguana apresentou a sua preocupação aos seus amigos da AT. Pediu lhes que fizessem alguma coisa para que ele pudesse ter uma guitarra. Nova. Sua. Para não ter mais que pedir emprestado e ver se forçado a interromper as músicas a meio da interpretação...

O apelo de Xidiminguana foi ouvido. Os funcionários da AT assumiram a preocupação do seus parceiro como sua também. Pediram que Xidiminguana fosse ao mercado identificar a guitarra dos seus sonhos. Depois começaram a contribuir. Cada um à medida das suas possibilidades. Afinal, “grão a grão, a galinha enche o papo...”.

Xidiminguana foi ao mercado e escolheu uma guitarra. Escolheu uma guitarra nova. Aquela era uma oportunidade que os amigos lhe davam. Não podia desperdiçar, muito menos trair os seus desejos. Escolheu bem!

Na semana passada, Xidiminguana foi convidado de honra à reunião do Conselho Superior Tributário, com direito a um espaço predefinido no programa do evento. O propósito era entregar ao artista, a guitarra comprada pelos seus amigos da AT.

Igual a si mesmo, Xidiminguana não perdeu tempo. Assim que recebeu a oferta das mãos do presidente da AT, Rosário Fernandes, puxou por uma cadeira para ensaiar uns dedilhados. Para deixar a marca, escolheu um clássico do seu vasto repertório musical: “ Vadla Vamutsona Mamane Bobiyane” (Não dão de comer à mamã Bobiyane). Assim mesmo, Xidiminguana levou todos os presentes na sala a uma viagem imaginária até Chibuto, ao som das cordas da sua nova companheira, que não tardou em baptizá-la pelo nome de “Terezinha”.

“ É assim mesmo na minha tradição. Não se escolhe mulher para o filho. Ele é quem escolhe! E foi isso que eu fiz. Escolhi pessoalmente a minha mulher. Esta é a minha nova mulher! Obrigado, meus amigos!”, confessou no seu inconfundível changana vernáculo!

Bom amigo que é, Xidiminguana prometeu para breve a publicação de uma música especialmente dedicada aos seus amigos da AT, a quem pretende agradecer publicamente. Cá por nós, eles fizeram por merecer!.
  • Júlio Manjate

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Dama do Bling: Facebook


Dama do Bling esta mais 'conectada" aos fans, hoje mais do que nunca. Acesse o seu perfile na internet e socialize com esta personagem.
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Declarações de um apaixonado – Hermínio

Laggost Produções/ Vidisco, 2008
É claro q já devia ter postado isto há bem mais tempo, mas epa, há bem mais tempo meu PC ‘tava lixado. Será tarde demais? Qiçalixe!
Ei, ouvi dizer q Hermínio não ‘panhou nada pelas vendas deste disco, q foi matrecado pelo seu próprio agente, Laggost! É verdade isso? Fogo! É este tipo de cenas q impede q a nossa música cresça, pois desmotiva gente realmente talentosa, como é Hermínio.

A primeira vez q o ouvi foi no coro de uma daqelas canções de “enaltecimento do q é nosso”, de MC Roger. Acho q é aqela sobre a EDM. Será q foi Roger q descobriu Hermínio? Não será esta a verdadeira vocação de MC Roger? Oxalá descubra talentos nesse trabalho q anda a fazer com crianças desfavorecidas...
Como eu disse o outro dia aqi numa postagem, agora escuto cada vez menos Rap e mais R&B, e não é só porq o Hip Hop anda moribundo mas é q o nosso R&B está em notável crescendo. Nomes como Doppaz, Preto, Ace Nells e agora G2 p’ra além do próprio Hermínio são a prova disso.
Declarações de um apaixonado é um álbum impressionante, especialmente se tivermos em conta a mediocridade musical q temos q suportar nos dias q correm. Num alinhamento de 12 faixas de puro R&B, pode-se encontrar aqi números p’ra dançar, baladas e até um pouco de acústico. Aliás, é acusticamente q o álbum abre com o sobejamente conhecido tema Lau com a participação de Stélio (dos Kapa Dêch) no dedilhar. Logo de seguida vem a minha favorita do disco, Sexy Girl produzida por G2 e com Impro no Rap. Hermínio não só é talentoso. O gaj’ grama de cantar! Dá p’ra sentir o seu amor pela música quando nesta faixa começa por “I love you so much more than you beeeli-eeeeve, yeah,yeah...” Fogo!
Como mandam as regras do R&B, a decepção amorosa é retratada logo a seguir através do tema como pudeste, produzida desta feita por Proofless, onde Hermínio se lamenta: “como pudeste te esqecer de mim assim tão fácil? E ensinar-lhe o q eu te ensinei/ e dividir com ele o q eu te dei? ”.
Os temas p’ra mexer são sem dúvidas professora e o bombástico vai custar q dispensa qualqer comentário. E, estas duas faixas tem a assinatura de Proofless na produção.
De volta às baladas, Bagas dá seu contributo produzindo o tema mil à hora, q faz recordar aqela canção de Gutto q rebentou há luas atrás, debaixo dos lençóis (é esse o título?). Aliás foi Gutto q deu aqele impulso ao R&B lusófono, não? Depois Anselmo Ralph levou a cena p’ro outro nível e agora os moçmbicanos controlam o game. Na faixa hoje à noite, na companhia G2 e Impro em mais uma produção de Proofless, o lado atrevido e sensual de Hermínio salta ao de cima quando canta: “nossos corpos colados e o desejo à nos pedir/ cansados e suados e a vontade à nos punir ” e depois “tu me dás, eu te dou, tu me dás e depois... hmmm! ” .O álbum fecha como começou: acusticamente. Vai custar remix é o tema q fecha com chave de ouro declarações de um apaixonado, com a participação de Ace Nells e novamente Stélio na guitarra.
Se ainda não tens o álbum é melhor comprares. Só tens a ganhar.
Top 4 do cd: Sexy girl, Como pudeste, Vai custar e Hoje à noite
POSTED BY KANINO AT 12:06 PM 9 COMMENTS

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CD Amor & Drama de G2 a venda na Garagem

Já à venda o novo single do G2 ,Amor & Drama. Está à venda na GARAGEM

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Costa Neto Visitou Big Brother


O músico moçambicano Costa Neto procede ao lançamento do seu disco hoje, sexta-feira, no espaço Big Brother.

Intitulado Mandjolo (Nome da localidade onde o músico nasceu, no distrito de Matutuíne), o disco é uma miscelânea de ritmos incorporando a Marrabenta aos ritmos portugueses.


Para o concerto do lançamento, Costa Neto terá como convidados os músicos Stewart Sukuma, Wazimbo, Roberto Chitsondzo, David Macuácua, entre outros. O concerto é esperado com muita expectativa visto juntar no mesmo palco nomes sonantes da música moçambicana. A actuação de Costa Neto, radicado em Portugal, será o reviver dos palcos moçambicanos em grande estilo.


DIÁRIO DE NOTÍCIAS – 09.10.2009

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Mingas, a perola do Indico.

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Jimmy Dludlu: O pólo do Joy of Jazz

Jimmydudlo

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Fica o eco da sua voz, vovo Amélia!


"Swilo swa missava swa khaluta" diz o refrão da canção gravada em 1997 pela decana da música ligeira moçambicana Amélia Moiana e que deu direito à participação na final da edição do mesmo ano do “Top Feminino” parada de música feita por mulheres, organizada pela Rádio Moçambique. “Swilo swa missava” é um hino ao amor, ao convívio, à harmonia e à compaixão entre os homens. É uma lição de moral que vovo Amélia quis deixar como legado, criticando a ganância, a mesquinhez, a intolerância, a falta de entendimento, alertando sobre o impacto desses malefícios, mas também sobre o sentido que se deve dar à vida. Conselheira e educadora, Amélia Alfredo Moiana, de seu nome completo, “deixou as coisas da terra”, perdeu a vida na noite da última sexta-feira, vítima de doença e seu corpo foi enterrar na tarde de ontem, no cemitério de Lhanguene, depois de uma justa homenagem no “Khovo”, a igreja de seu coração.


Vovo Amélia para quase todos, jazz woman para os que sentiam e entendiam a alma das suas cordas vocais, partiu numa altura que trabalha para a gravação do seu segundo disco.

É verdade que há muito que vovo Amélia não gozava de uma saúde física para percorrer os sinuosos caminhos da música, sobretudo aqui em Moçambique, mas seu sonho foi sempre de registar o pouco da graça que Deus lhe deu.

Tinha energia para sonhar e acreditar que pese os problemas de saúde associados à sua avançada idade, muito ainda tinha por oferecer à música moçambicana.

Possuía um coração muito forte, uma imensa fé, daí a sua predisposição para entrar no estúdio e gravar mais um disco.

Descoberta para o grande público por Eldorado Dabula, no programa “Keti-Keti” da Rádio Clube (actual Rádio Moçambique) lá para década de 60.

Mas antes de aparecer naquele programa Amélia Moaina, contou numa das conversas, que começou a cantar ainda em tenra idade, por influência do pai que foi maestro da Igreja Missão Suíça, actual Igreja Presbiteriana de Moçambique e da mãe. “Minha mãe também tinha uma voz linda, mais linda que a minha”, dizia sempre Amélia Moiana.

Eldorado Dabula catapultou Amélia Moiana para o grupo Djambo. Foram momentos de glória infelizmente desconhecidos por muitos, dadas as contingências da época.

Quando a notícia da sua morte me chegou aos ouvidos, confesso que fiquei meio desnorteado a final era uma pessoa que gostava tanto. Não chorei por que logo de seguida veio à memória os grandes momentos de convívio que tivemos quando preparávamos o único grande espectáculo de palco que realizou nas últimas décadas.

Veio aquela majestosa actuação em Abril de 2003, no Centro Cultural Franco-Moçambicano. Acompanhada por jovens que integravam a Banda Azul (grupo que carinhosamente ela tratava por Bafana Bafana) nomeadamente Raimundo (piano), Sacres (baixo), Stélio (bateria), Jimmy (guitarra) e ainda as vozes de Cadinho, Ruth e Saugina.

Só quem esteve no Franco-Moçambicano pode comentar e afirmar com viva voz que Moçambique perdeu uma grande voz escondida ao longo do tempo porque o sistema assim o quis.

Não chorei por que começou a coar nos meus ouvidos as canções “Moya Wanga”, “Lwandle”, “A Mintirho”, “Amiga”, “Lirandzo”, “A Va Khale”, e a inigualável “Swilo swa missava”.

Moçambique perdeu uma grande voz porque os caminhos para a produção de arte e cultura no geral, e da música em particular, são sinuosos, mas melhor dizendo, são mesquinhos.

Ninguém pode explicar por que nunca se abriram as portas para Amélia Moiana gravar as suas canções que não eram poucas. Não se abriram porque o nome, não o trabalho dela, pouco dizia às pessoas que estão a frente desses processos. Pura e simplesmente por isso, porque pelo trabalho são poucos os músicos moçambicanos com sua estirpe.

No último espectáculo de palco que ofereceu há seis, no Centro Cultural Franco-Moçambicano, Amélia Moiana demonstrou que mesmo aos 72 anos (na altura) era de uma “senhora” voz, cultivada e escondida atrás do gospel. Cantava a marrabenta, jazz, blues, tudo que o espírito impunha com uma mestria somente sua.

“Swilo swa missava swa khaluta” não mentiu Amélia Moiana, estamos de passagem e neste momento de dor e consternação, pouco nos resta senão tirar chapéu e curvar perante a sua voz que vai continuar a coar nos nossos ouvidos.

  • João Fumo

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segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Vodacom e Moreira Chonguiça anunciam parceria


A Vodacom está envolvida na valorização da música
A empresa Vodacom Moçambique anunciou hoje, em Maputo, um acordo com o músico moçambicano Moreira Chonguiça que, de entre vários aspectos, preconiza a oferta de espectáculos ao público nacional.

Falando à imprensa durante o anúncio da parceria, o Presidente do Conselho da Administração da Vodacom Moçambique, Salimo Adbula, disse que esta empresa tem se envolvido na valorização da música moçambicana.“Os músicos moçambicanos elevam a sua música no país e além fronteiras e nós queremos que esta seja ouvida e aproveitada, sobretudo pelas novas gerações”, disse Abdula.
Moreira Chonguiça é um jovem saxofonista e compositor moçambicano que se destacou nos últimos anos nos palcos da vizinha Africa do Sul, onde estudou música, tendo posteriormente também angariado muitos fãs do seu próprio país.

AIM

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Artistas homenageiam Miriam Makeba em Paris


Várias grandes artistas da música africana darão três concertos a partir da sexta-feira próxima em Paris para render homenagem à imensa artista sul-africana Miriam Makeba "Mamá África", falecida no ano passado na Itália em pleno concerto.Angélique Kidjo, promotora do evento, convidou as Nigerianas Asa e Ayo, a Conakry-Guineense Sayon Bamba, a Ivoiriense Dobet Gnahoré e a Maliana Rokia Traoré.

Intervirão ainda no quadro deste evento intitulado ""ElaS" e dedicado às mulheres, um coro sul-africano e um guitarrista Vusi Mahlasela, ex-membro do grupo de Miriam Makeba.
Estes concertos musicais inscrevem-se no quadro do Festival da Ilha de França que propõe cada ano cerca de 30 concertos na região parisiense.Miriam Makeba, cujo verdadeiro patrónimo é Zenzile Makeba Qgwashu Nguvama, nasceu em 1932 em prisão quando a sua mãe grávida cumpria uma pena.
Considerada como uma das mais bonitas vozes de África, Makeba denunciava, através das suas canções, o regime do apartheid.Apesar de ter nascido Sul-africana, Miriam Makeba foi privada da sua nacionalidade por este regime, mas no seu exílio, ele tinha optado pela nacionalidade conakry-guineense em 1960 e argelina em 1969.
Obrigada ao exílio em 1950 pelo regime racista que proibiu a difusão de todas as suas canções na rádio, Miriam Makeba só voltou ao seu país 31 anos mais tarde com a libertação de Nelson Mandela, primeiro Presidente sul-africano negro.
Durante todo o seu exílio, ela continuou a pregar discursos anti-apartheid e preconizar o boicote da África do Sul.Mamá África morreu a 9 de Novembro de 2008 aos 76 anos de idade em Napólis, na Itália, vítima de uma crise cardíaca quando participava num concerto de apoio a um jornalista- escritor italiano anti-mafia, Roberto Saviano.

PANA

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