segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

FOURPLAY EM MOÇAMBIQUE


Galácticos do jazz coloriram verão do nosso contentamento
Há dias assim: exigimos que tudo nos corra de feição; que a perfeição seja o mínimo grau a atingir no que fazemos ou fazem os outros por nós. Um desses dias foi, certamente, a última sexta-feira, em que actuou pela primeira vez em nossa casa a banda norte-americana de jazz Fourplay.

A perfeição que se exigia na organização da aparição do ilustre quarteto deriva do óbvio facto de Bob James, Nathan East, Larry Carlton e Harvey Mason não serem... “quaisquer” artistas. São estrelas de classe universal, que enchem de expectativa seja qual for o amante da música, tanto aquele que já os tenha visto tocar num palco no estrangeiro, como quem os conheça por via de temas como “Chant”, “Bali Run”, “Still The One”, “Flying East”, “Robo Bop”, “Swamp Jazz”..., alguns dos que percorrem a dezena de discos que foram lançando desde 1991, quando surgiram como banda.

Ora, lamentações e lamúrias seriam o nosso pão de hoje se alguns aspectos mal acautelados do ponto de vista de organização não tivessem sido apagados pela celestial performance rubricada pelos Fourplay no Parque Municipal da Matola, definitivamente um local ideal para grandes espectáculos musicais, de jazz em particular. No entanto, porque não é de memória que se faz a vida, mas de sensatez, prudência e pragmatismo, há que chamar à atenção sobre alguns aspectos que tendem a enraizar-se e a tornar-se numa cultura dos moçambicanos, particularmente aqueles que nos organizam grandes espectáculos.

O concerto do quarteto dos “States” estava marcado para as 21:00 horas, mas só viria iniciar precisamente uma hora e quase 50 minutos depois. É absolutamente inadmissível pregar uma seca destas em gente ávida em ver os seus ídolos, principalmente se se considerar que a ida das pessoas ao espectáculo foi também um processo stressante (adquirir um ingresso para o “show” dos Fourplay foi fácil apenas para uma pequena porção dos vários fãs que se fizeram aos jardins do Parque Municipal da Matola, pois a informação sobre os locais de venda não circulou devidamente).
Mais, aquela noite era algo chuvosa, com pingos e aguaceiros a desesperarem quem tinha saído de casa para um parque a descoberto, mas que mesmo assim foi por se tratar de uma ocasião especialíssima essa vinda do grupo norte-americano.

Se quisermos uma boa reputação para o nosso país, os promotores de espectáculos musicais com estrelas internacionais também devem contribuir. É impressionante a diferença que existe entre nós e os outros no cumprimento de horários. Pensamos que é chegado o momento em que os eventos públicos iniciarem à hora em que são marcados. Há problemas de última hora?
Comunique-se e peça-se desculpas e compreensão às pessoas que ficam vários minutos à espera de algo que já devia ter começado. O atraso verificado na Matola faz-nos recordar uma famosa casa de espectáculos da cidade de Maputo, em que um “show” marcado para determinada hora só começa duas, três, quatro ou mais horas depois...

Esta chamada de atenção deve servir também para o público. Por ele também passa parte da responsabilidade (ainda que pequena e sem ser exemplo concreto aquele que tanto esperou o Fourplay). Se todos chegarmos “a tempo e horas” e manifestarmos (civilizadamente) a nossa indignação com os atrasos, compreenderão os promotores destes eventos que todos os esforços devem ser feitos para evitar irritar as pessoas.

VALEU A PENA” SOFRER...
Ficando para trás os problemas de organização (de que destacámos apenas o horário), o concerto de Bob James, Nathan East, Larry Carlton e Harvey Mason (respectivamente teclista, baixista, guitarrista e baterista) soube-nos muito bem. Começamo-nos a habituar a ter grandes artistas em nosso solo, faltando para que as suas actuações nos fiquem na memória um nível de produção aceitável. A vinda dos Fourplay será muito recordada entre nós muito por aquilo que a banda fez num recinto bem escolhido pelo promotor.

O simbolismo desta actuação está no facto de, como banda, estes artistas terem cá actuado pela primeira vez. Individualmente, Nathan East já cá esteve antes, em 1989, integrado na banda de Eric Clapton, que actuou no Estádio da Machava. East é um talismã do guitarrista britânico, que sempre o chama para os seus projecto.

East, um baixista que carrega em si muito talento e energia, já trabalhou com músicos de eleição a nível mundial. É o caso do seu compatriota Babyface, que chamou a dupla Clapton/East para aquele que se pode considerar o seu melhor disco: “MTV Unplugged In New York City”. No DVD desse álbum, um grande espectáculo ao vivo, pode-se ver o esplendor de Nathan East a dedilhar o baixo e a luxúria de Eric Clapton na guitarra nos temas “Change The World” e “Talk To Me”.

Voltando ao espectáculo do Fourplay, foi absolutamente estimulante estar num verde contagiante que é o relvado do Parque Municipal da Matola para ver evoluir uma banda de jazz de eleição a nível do mundo.

Mas mais estimulante, excitante até, foi ver os artistas entrarem para o palco, para satisfação de uma multidão que, mais do que ávida de momentos musicais únicos, queria deliciar-se com o engenho e talento de um quarteto que, no contexto do jazz, pertence à uma galáxia em que cabem muito poucas bandas. E “Galaxia”, do disco “Heartfelt”, que os Fourplay lançaram em 2002, foi o tema de entrada.

O delírio estalou entre no seio do público quando Nathan East e Bob James deram os primeiros toques de “Chant”, provavelmente o mais conhecido (e amado) tema da banda. Esta música faz parte do CD “Between The Sheets”, o segundo do grupo.
A melodia de “Chant”, cuja beleza se deve não apenas ao som dos instrumentos mas à afinação vocal de Nathan East (também um grande cantor), foi entoada por todos, como seria a partir daí nos temas cantáveis que o quarteto tinha alinhado para esta sua primeira aparição em solo moçambicano. “After The Dance” – apresentando numa versão em que East quis pôr o público a ouvir a sua melódica voz – ou “Between The Sheets”, que foi, provavelmente, o mais seguido pelos espectadores, são duas esplêndidas canções apetecíveis de ouvir ao vivo.

A meio da apresentação já se ouvia comentários do tipo “valeu a pena sofrer”, em alusão à seca – e àlguma molha – que os espectadores foram apanhando enquanto esperavam desesperadamente pela subida da banda ao palco.

Os temas instrumentais foram o forte deste “show” (aliás o som dos metais constitui a essência do jazz). O encanto de temas como “Bali Run”, “101 Eastbound”, “Flying East”, “Wish You Were Here” ou Free Range” invadiu as almas que se fizeram ao Parque Municipal da Matola contaminando-as de uma alegria sensível apenas quando estamos perante verdadeiros galácticos da música. Sensível na ocasião e que vão durar muito mais tempo dentro de quem conseguiu estar neste espectáculo.

Os Fourplay vieram ao nosso país numa época especial: o verão, propício para concertos e festivais musicais majestosos, como o desta banda norte-americana. Porque este, sim, foi um espectáculo para recordar, recordarmo-nos-emos do verão de 2007/2008 como um dos do nosso contentamento, contrastando com o inverno que traz descontentamentos como o que inspirou o norte-americano John Steinbeck a escrever um dos seus mais lidos livros, “O Inverno do Nosso Descontentamento”.
No inverno nós não ficamos desafortunados como o jovem Ethan Hawley de Steinbeck, mas ficamos totalmente desprovidos da magia musical de grandes artistas em espaços abertos como o Parque Municipal da Matola, que desta vez foi palco para Bob James, Nathan East, Larry Carlton e Harvey Mason juntos.
O CLÍMAX DE UMA SATISFAÇÃO
A música ia fluindo do palco montado no parque e as pessoas iam recordando-se de pedir esta, aquela ou aqueloutra composição de que se encantaram ao ouvi-las da quase dezena de discos que a banda foi gravando desde o seu surgimento em 1991. Uma das mais solicitada foi, depois dos Fourplay terem tocado “Chant”, “Between The Sheets”, “After The Dance”, “Flying East”…, aquelas que os fãs mais conhecem, “Bali Run”, com que o quarteto simulou despedida.

Pelo meio também ficaram os temas – ainda desconhecidos pela maioria do público – do mais recente disco do quarteto, “Energy”, acabado de sair em Setembro. É um álbum que promete, até porque, segundo anunciou Nathan East, tem um tema nomeado para os “Grammy” do próximo ano.

O epílogo desta apresentação dos “fab four” (uma famosa revista norte-americana de jazz tratou-os assim uma vez, recordando a alcunha do também quarteto britânico, mas não de jazz, Beatles), veio quando tocaram “Maputo”. É uma homenagem que o baixista Marcus Miller (o produtor e executor da viola-baixo na maioria dos álbuns do malogrado Luther Vandross) fez à capital moçambicana. Miller esteve entre nós nos anos 1980 e compôs esse lindo tema, que foi gravado por ele e o saxofonista David Sanborn num projecto que contou precisamente com Bob James para os teclados.

Na versão do Fourplay de “Maputo” não houve sax. Aliás este é um instrumento absolutamente ausente nos trabalhos que a banda foi efectuando ao longo destes quase 18 anos de existência.
Bastaram as notas de James e alguns acordes de Nathan East, a que se lhes juntaram a fineza de Larry Carlton e a energia de Harvey Mason. Provavelmente aquela foi uma das melhores versões que se tocou daquele famoso tema cujo disco, “Double Vision” valeu à dupla James/Sanborn uma nomeação para os Grammy.

“Maputo” foi o pico de uma satisfação que estalara logo que os Fourplay subiram àquele palanque. O fim da sua apresentação, que coincidiu com a queda de cada vez mais e grossos pingos de chuva acendeu uma satisfação que estava patente nos rostos das várias pessoas que tinham presenciado o espectáculo. A alegria era indisfarçável, como era possível ver pelos sorrisos que rasgavam os rostos à toda a sua largura, pelos comentários que iam fluindo em tons de voz que revelaram precisamente essa satisfação. Foram-se os Fourplay, ficaram aqueles momentos que os amantes do jazz gostariam de repetir, se possível em sua terra.
Gil Filipe

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Sons de Edú ouvidos em concerto


A BANDA Real, do popular músico Fanny Mpfumo, vai acompanhar, em concerto amanhã, (13/12/2008) o jovem músico Edú. O concerto deste músico terá lugar às 21.30 horas, no espaço Bar dos Amigos, localizado na zona do Magoanine-CMC, em Maputo.

Com quatro discos gravados numa carreira que está a aproximar-se para os dez anos, Edú diz que vai cantar temas que fazem parte da sua recente história musical e que muito contribuíram para lançar a sua carreira musical e o tornar naquele jovem músico e com fãs tal como é hoje.

Do seu repertório constam temas como “Unga pfumele”, “U tekile mbilo yanga”, entre outros seus e sairão de uma selecção de todos os discos que já lançou até então.
A par disso, Edú vai visitar, interpretando temas de grandes nomes da música moçambicana, um dos quais é o conceituado Wazimbo.

O músico Wazimbo é a fonte de inspiração e o ídolo de Edú, conforme reconheceu o jovem num breve contacto mantido com o nosso Jornal a propósito deste concerto.

Com efeito, de Wazimbo cantará os temas “Nakurandza” e “Maria” que são também algumas das várias bandeiras daquele que ficou registado nos anais da história musical moçambicana como tendo uma das vozes mais brilhantes e que os seus amigos e fãs o tratam por Tio Waz.

“Wazimbo é um músico que eu muito admiro. A minha admiração por Wazimbo vem desde os tempos em que ainda era adolescente e sempre cresci num ambiente que, felizmente, tive sempre oportunidade de ouvir as suas canções. E a forma por mim encontrada para prestar o meu tributo a ele por essa minha admiração é cantar essas suas músicas. E é algo que procuro fazer com a máxima perfeição”, disse Edú.

Neste concerto de Edú, que se desloca para concerto pela primeira vez ao “Bar dos Amigos”, o cantor diz que vai fazer uma mistura de sons e ritmos moçambicanos e outros tropicais, tudo que faz parte das suas criações musicais.

Deste modo, a marrabenta e o zouk são alguns dos ritmos que o jovem emprestará à plateia.
De Edú foram lançadas seguintes obras discográficas: “Jogo de Amor”, editado no ano 2000, “Outro Lado”, que é de 2003. Três anos depois, portanto, em 2006, lançou “Kutchu-Kutchu”, para no ano passado surgir com “Continências”.

É no disco “Continências” onde vem um dos mais populares temas de Edú que é “Mbilo Yanga”. Aliás, importa recordar que com esta música ele ganhou a parada musical, promovida pela Rádio Moçambique (RM) Top Ngoma Moçambique 2007, tendo sido guindado com o Prémio Canção Mais Popular.

Entretanto, já em 2004 havia sido brindado, igualmente no Top Ngoma Moçambique da RM, com o Prémio Revelação, um tributo que lhe sorriu pela canção “Unga Pfumeli”.

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Xidiminguana, O grande cartaz

Xidiminguana
Fotop: Jornal Noticias

A falta de patrocinadores que injectassem dinheiro para suportar os custos desta digressão foi um dos maiores constrangimentos que os organizadores desta iniciativa tiveram. Aliás, Tomás Urbano diz que calculou desde o princípio que enfrentaria dificuldades, sobretudo nesse campo. Por outro lado, a ausência de financiamento sobretudo para o pagamento de cachés no decurso dos espectáculos fez com que muitos músicos declinassem o convite para integrarem a comitiva. “É que este trabalho é de sacrifício.

Um sacrifício por uma causa que é justa. Não tivemos dinheiro para pagar os músicos participantes e todos nós estamos a ir para lá a custo zero, pois por vezes temos que levar o nosso sentimento para aquela gente e, de modo, a com eles trocarmos impressões e desenharmos melhores maneiras de nos livrarmos de um problema que não é de todos”, explicou o músico, ao mesmo tempo que refere que, de todos os músicos contactos encontrou em Xidiminguana a abertura e incentivos necessários para continuar.

Urbano refere ainda que, “mesmo sem dinheiro temos que começar nós mesmos a trabalhar em prol de causas sociais como esta. Nós como artistas temos que levar a animação, a mensagem de esperança e de harmonia, de paz e sossego para aqueles que a precisam. Mas, também, lá buscamos outras formas de aprendizagens”.

A mudança de comportamento, para o nosso interlocutor, começa no facto de não se ficar à espera que sejam instituições governamentais ou privadas a realizarem acções de educação e entretenimento, uma vez que não está vedada a possibilidade de criação de iniciativas desta natureza.

Aliás, Xidiminguana é a cabeça de cartaz dos espectáculos que se realizarão, e o facto de ser um músico de massas será uma mais-valia para a prossecução deste evento.

Entretanto, a escolha de Chicualacuala como ponto de partida para este facto deriva do facto de aquela localidade fazer fronteira com o Zimbabwe, um país com altos índices de HIV/Sida. O fluxo migratório de zimbabweanos que entram no nosso país, através de Chicualacuala, à busca de melhores condições de vida é intenso, em virtude do colapso sócio-económico daquele país vizinho. Na perspectiva de Tomás Urbano, urge inverter este cenário para que também não tenhamos uma situação de colapso social.

FRANCISCO MANJATE

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Video de Marlene

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Cesária Évora apresenta álbum novo para recordar tempos antigos


Lisboa – Cesária Évora vai recordar hoje (17/12/2008) o início da sua carreira na Rádio do Barlavento, apresentando o seu novo álbum, «Rádio Mindelo», num concerto no Cinema São Jorge.

A mais famosa cantora cabo-verdiana que sobe ao palco descalça vai interpretar hoje à noite 22 coladeras que marcaram o início da sua carreira. Os temas foram recuperados de bobinas gravadas pela Rádio Barlavento há 40 anos, entre 1962 e 1964, altura em que Cesária Évora começou a sua carreira. O trabalho recupera algumas canções na companhia do músico e compositor Gregório Gonçalves.

O reconhecimento e o estatuto de «diva da morna» só foi conquistado há duas décadas em França com o lançamento do álbum «La Diva aux pieds nus.» A cantora cabo-verdiana sofreu no início deste ano um acidente vascular cerebral mas diz já estar recuperada e afirma não ter «ideia de parar.»

A acompanhar Cesária Évora estarão os músicos Caco Alves (guitarra), Armando Tito (guitarra), Fernando Andrade (piano), Paulino Soares Vieira (Cavaquinho), Miroca Paris (percussão) e José Cruz (violino). O concerto, já esgotado, está marcado para as 22 horas.
(c) PNN Portuguese News Network

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Pinto Macaringue dos Mozpipa desabafa...


Há empresas que promovem a sepultura da nossa música - diz Pinto Macaringue, do MOZPIPA
MOZPIPA é uma das bandas formada nos últimos quinze anos de história musical no nosso país. Ela surgiu com muita força e nos últimos dez fez muito sucesso. Porém, de um tempo a esta parte ela nunca mais foi vista nos palcos, depois de uma gravação de quatro discos originais e várias digressões pelo país e mundo fora.

Pinto Macaringue é um dos fundadores desta jovem banda. Hoje é um jurista, não obstante continuar a trabalhar na área da música. Em entrevista concedida ao nosso Jornal, fala do percurso do seu agrupamento, do estágio actual da música moçambicana e do que levou a sua banda a primar mais por trabalhos de estúdio. Diz que a sua banda está a cumprir um dos propósitos da sua fundação, que é virar-se mais para acções mais sérias e não descartáveis.
Quando questionado sobre a pertinência hoje da existência de bandas, ele fala de forma aberta e diz que elas, tal como no passado, continuam a existir e a trabalhar com a mesma qualidade. Porém, diz, há muitas empresas que, a coberta dos princípios de responsabilidade social, estão simplesmente apostam na mediocridade e no facilitismo, acção que diz desconfiar estar a acontecer com gente ligada às mesmas instituições.
Uma das questões que se coloca quando falamos de bandas musicais é: por onde é que andam aqueles agrupamentos de jovens e de outros músicos que, num passado recente, fizeram sucesso. Esta pergunta é extensiva à sua banda Mozpipa?
- A banda Mozpipa existe. Só está simplesmente a cumprir com aquilo que são os seus projectos. O Mozpipa nasce em 1996/97 com um programa que pressupunha nos primeiros anos trabalhar e reunir material próprio que possibilitaria funcionar sem problemas. E os primeiros cinco anos existência serviram para isso. Nos anos 2000/01 vimos que estava cumprida uma boa parte do projecto inicial, pois tínhamos material e montamos um estúdio de gravação onde gravamos os nossos últimos discos e de alguns músicos jovens.

- Mas, já não aparecem em espectáculos?
- Desaparecemos porque acabados estes projectos tivemos que olhar um pouco mais para nós. Fizemos uma retrospectiva e tentamos projectar o futuro. Nisso constatamos que do ano 2001 para cá nós como banda estávamos um pouco na penumbra. Quando tocávamos nas casas de pasto o objectivo era angariar dinheiro para criar uma estrutura de funcionamento sem que dependêssemos de terceiros. Hoje temos instrumentos próprios e um estúdio. Cumprida esta fase era preciso perceber o que iríamos fazer daí em diante, porque continuar nas casas de pasto já não era viável. Olhando para a questão de profissionalização musical vimos que o sistema nacional não nos permitia vivermos de música de forma integral. E estava a tornar-se difícil fazer a gestão de uma banda como a nossa, constituída por sete jovens aspirantes a constituir família. O que ganhávamos na época como banda nos espectáculos e nas casas de pasto tornou-se insuficiente, o que fez com que projectássemos outras formas de estar.

- Que outras forma são essas?
- A única alternativa era procurar empregos alternativos ou então estudar. E muitos de nós optamos pelos estudos. Nisso fomos ter com o Magnífico Reitor do ex-ISPU – Instituto Superior Politécnico e Universitário (hoje Universidade Politécnica), Lourenço do Rosário, que é um dos amigos da banda. Ele concedeu-nos bolsas de estudo. Os outros colegas que não podiam continuar a estudar, definiram como prioridade o trabalho. Então, o nosso desaparecimento deve-se ao facto de nalgum momento perguntarmo-nos se existia alguma base sólida para crescermos como homens sociais, constituirmos família e criar harmonia à base da música. E a conclusão foi de que ainda não haviam essas condições. Aí desviamos aquilo que eram as nossas ambições musicais para outras áreas profissionais.

- Uma das coisas que sustenta a ideia do vosso desaparecimento é o facto de o último disco ter saído há quatro/cinco anos.
- Sim! Desde que produzimos um disco há quatro ou cinco anos nunca mais produzimos nada, senão alguns espectáculos esporádicos. Mas é preciso dizer que há convites que não aceitamos por entendermos que não estamos em condições de realizarmos um bom espectáculo por falta de preparação conjunta.
- Vocês começam por fazer parte dos Kawai Kapa 10, o que leva a desintegração da banda?

- Eu e o meu colega Paulo Matsolo é que formamos a banda. Sou guitarrista solo e ele é baterista. Os dois mais os actuais integrantes da banda Kapa Dêch, fazíamos parte do conjunto Pétalas Amarelas, da “Continuadores”. Quando desintegrou-se este conjunto formamos o que na época se chamava Kawai Kapa 10. E a maioria dos elementos da banda Kawai Kapa 10 preferiam seguir uma linha musical diferente da que eu e o Paulo queríamos seguir. Eles eram mais pelos ritmos tradicionais moçambicanos e africanos e nós entendíamos que era uma época fértil para produzir música tropical, até porque era consumíamos muita música cabo-verdiana e angolana. E porque não nos entendemos neste aspecto, eu e o Paulo acabamos nos desintegrando e formamos MOZPIPA, que significa Moçambique, Pinto e Paulo. Depois fomos convidar alguns músicos que também passaram pela “Continuadores”, que são Jaime Marques (viola baixo), Carlos Maya (teclista) e o Rui Taula (vocalista e percussão). Mais tarde integrou-se Mário Tcheco (teclista) e na última fase da banda aparece o Paulo Caliano(Kaliza) e o Neneto Django, irmão de Tony Django do Kapa Dêch.

- Mozpipa surge num momento em que, do ponto de vista de desenvolvimento económico e outras facilidades de natureza financeira, estávamos mal. Mas, hoje com todas essas influências do mundo, das tecnologias de informação e do desenvolvimento que se faz sentir vocês dizem que já não se aguentam financeiramente. Será isso uma questão de comportamento do mercado?
- De facto, nós estamos agora numa fase em que como pessoas ainda não estamos realizados, mas já temos alguma formação, outros estão a trabalhar. Portanto, já não dependemos 100 por cento de música. Agora, olhando o mercado há-de reparar que não é só a nossa banda que não tem tido espaço para reaparecer Mozpipa.

- Mesmo se quisesse reaparecer?
- Mesmo se quisesse reaparecer. A conjuntura actual para as bandas não é favorável, não obstante o facto de estarmos num estágio diferente do que nós começamos. Hoje temos tudo para fazermos com muito mais qualidade o que preconizamos.

- E porque é que não fazem, o que faz com que estas coisas não aconteçam?
- As coisas não acontecem porque noutro tempo fazíamos tudo com esforço próprio, mas hoje o mercado evoluiu a um ponto em que já não é possível que um músico ou uma banda apareçam na rua a cantar de qualquer maneira.
Hoje exige-se agentes que tenham capacidade financeira. Mas, o que acontece é que o empresariado que devia estar a fazer isso não existe. E se existe entende que não pode apostar nas bandas, mesmo com qualidade, porque acha que são mais dispendiosas. As bandas fazem música com qualidade, mas elas são preteridas porque o nosso empresariado aposta pelo imediatismo, pelo lucro fácil e vai patrocinando aquilo que nós chamamos de música descartável. Infelizmente, esta atitude faz com a nossa cultura, sobretudo na componente musical, dê muitos passos para trás. Entramos numa situação em que o mercado evoluiu, o país a nível de infra-estruturas, porém estamos a regredir culturalmente.

- E como sair deste labirinto?
- É preciso que haja mudança de mentalidade por parte das empresas que neste momento aparecem somente atrás de grandes eventos e de alguns artistas da novíssima geração de música. Não estou contra isso, mas empresas públicas têm a responsabilidade social de resgatar a nossa cultura. Eles só olham somente para o tipo de música descartável e apoiam-na a 100 por cento. E são essas empresas que preparam e promovem a sepultura da nossa cultura, da nossa música e, por último, dos músicos que primam pela seriedade.

- Mas vocês não podem trabalhar mais?
- A composição actual do mercado não permite que nenhum músico avance sozinho. Houve um período em que isso acontecia, mas hoje quem não tem patrocínio ou sustentabilidade própria não vai a lado nenhum.

- Na sua perspectiva, as empresas de que fala não têm interesse em manter qualidade?
- As empresas estão a perseguir objectivos inconfessáveis, tornando o mercado muito violento, porque vão à busca do lucro fácil e dão dinheiro de forma leviana. Não é porque as empresas não devem fazer marketing, podem, mas tem que olhar para a qualidade, pois está provado que de tanto procurarem lucro fácil e imediatismo elas constróem homens sem moral. A estes músicos falta a capacidade moral para emitirem opiniões que sejam credíveis porque não têm formação qualificada e moral. Por outro lado vemos que nem conseguem fazer letras que sejam dignas, e os escândalos que assistimos protagonizados por esses jovens têm cobertura dessas empresas.

- Até que ponto pode haver uma intervenção por parte de organismos estaduais para coarctar aquilo que considera ser uma leviandade promovida por essas empresas públicas?
- Eu penso que é possível uma intervenção desses órgãos do Estado. Mas, isso não interessa muita gente. Os administradores de algumas empresas não estão a ver, ou não querem ver, o rombo que se faz na base, olhando somente o lucro. Para eles, a cultura está a evoluir, como dizem nas televisões, mas no seio dessas empresas existem indivíduos que criaram ou estão ligadas a pequenas instituições que eles chamam de “Labol”, que são agências desses músicos descartáveis, que promovem esses músicos descartáveis e tiram dinheiro dessas empresas.

- Está a falar de redes criadas nas empresas?
- Não tenho como provar e nem cabe a mim fazer isso, mas penso que há redes nessas empresas, sim. As redes acabam desfalcando as próprias empresas, nós sabemos que isso existe. Agora, a investigação cabe ao Estado e a outras instituições porque algumas dessas empresas são públicas, daí que devem clarificar os métodos de patrocínio que usam para esses músicos. É preciso também perguntar qual é o paradeiro Xidiminguana, Stewart Sukuma, Ximanganine, Grupo RM, Ghorwane. Porque é que estes e outros músicos não aparecem, porque não se pode pegar nesses músicos e usa-los como imagens dessas empresas, será que não têm qualidade. Eu não acredito que Xidiminguana não tenha qualidade musical, não é verdade. Isso é uma questão de a gente cultivar, tal como se faz actualmente com esses jovens, mas só não se faz porque não há interesse de algumas pessoas que fazem parte dessas empresas, pois sabem que ganham com isso. É preciso que os gestores dessas empresas comecem a questionar-se sobre a quem estão a entregar o dinheiro que dizem que vai para a promoção da cultura, para a responsabilidade social.

- Como chegou a essa conclusão?
- Com uma leitura apenas é possível ver isso, porque não é possível que estas empresas públicas tornem milionário um grupinho apenas de cantores, que nem qualidade tem, sem que eles estejam a tirar partido. Há, sim, gente ligada a essas empresas que está a tirar benefícios e muito dinheiro com tudo isso.

- Mas podem dizer que eles trabalham?
- Trabalham mais que quem. Será que estes músicos trabalham mais do que todos, não acredito. Por exemplo, no Niassa temos os Massuko que sobrevivem graças ao seu bom trabalho, viajam pelo mundo fora mas nunca foram pelas mãos dessas empresas. Em Quelimane, Zambézia, temos os Sáldicos que também nunca beneficiaram de nada.
Na Beira, Sofala, temos os Djaaka e Mussodji, que já representaram o país no estrangeiro e ganharam vários prémios sérios. Esse país tem artistas, mas será que estes todos estão tão ultrapassados para trazerem algo de valor que só alguns cantores que fazem música descartável e de escândalos são os que têm qualidade para serem imagens destas instituições e merecerem esse enriquecimento. Há músicos que desde os tempos do colonialismo sempre se bateram pelo desenvolvimento do país, da cultura. Cantaram canções revolucionárias, as glórias do país e hoje não têm às vezes pão, isso não se explica, não faz sentido. Não é porque eles são actuais e estão a investir, como se alega. É mentira. Não falo de nós os jovens, mas temos artistas sérios.

- Depois de terem gravado quatro discos, nomeadamente “Morena de Moçambique”, “Progresso”, “Reflexão” e “Ecos de Zambeze”, quais são os projectos que se seguem?
- Estamos numa fase de prospecção do mercado, bastante preocupados com o facto de as bandas não terem mercado. Estamos a pensar em gravar um disco, esboçamos algumas coisas, mas precisamos de reiterar que as bandas existem, tal como existe o Mozpipa, mas há bloqueios para que elas apareçam.

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segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Paula Tamara é a grande vencedora


Terminou ontem mais uma edição do programa de entretenimento Fama Show, cujo maior prémio foi ganho pela jovem Paula Tamara.
A vencedora do primeiro prémio levou para casa uma viatura e 100.000, 00 meticais, em reconhecimento do seu esforço nesta parada que visa descobrir e lançar jovens talentos musicais.

A seguir, Flávio Fontes, de Tete, foi quem se posicionou em segundo lugar, amealhando assim 75 mil meticais, um computador laptop e um telemóvel com contrato de um ano no valor de mil meticais mensais.
Laíce Karina, também de Tete, ficou na terceira posição e ganhou 50 mil meticais, um computador laptop e um telemóvel com contrato de um ano no valor de mil meticais, igualmente por um mês, no período de um ano.
A festa foi condimentada por um show indescritível de Azagaia, Lizha James, Dany OG e Marlene.
Jornal O País

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Video de Didacia...

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Tudo a postos para a Gala de Natal


A capital do país acolhe um show, em celebração com toda a pompa e circunstância, da festa do Natal através de uma gala que é realizada para a família pelo seu canal favorito, a STV.

Com efeito, a partir das 19 horas de hoje, a STV realiza a gala especial que terá lugar no Cine Teatro África e contará com a participação dos finalistas da presente edição do Fama Show assim como dos das edições anteriores do maior reality show do país.

De acordo com Celso Domingos, director de Produção e de Programas da STV, o espectáculo será especial, pois todos os condimentos necessários de modo que seja memorável já foram acertados ao mais ínfimo pormenor e esperando-se apenas pelo público para este momento considerado de festa em família.

Porém, a gala não terá transmissão em directo na STV, sendo que a mesma só irá acontecer um dia antes do Natal, ou seja no dia 24 de Dezembro. Um dos detalhes mais importantes deste evento é o cenário que constituirá um dos maiores atractivos, porque para além de muita cor e vida, o palco do Cine-África ficou totalmente transformado com tamanha beleza e glamour.

Um brinde para os espectadores
A STV tem para os 300 primeiros espectadores que se fizerem hoje ao local do espectáculo , um brinde que certamente vai cair como presente de Natal. Os bilhetes estarão a venda na bilheteira do Cine Teatro África.
O Pais online


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Simba fala para o Channel O

Simba


Duque Williams conversou com Simba sobre a sua carreira, seu trabalho e estudio.
Confira no link 1 e no link 2 como decoreu a entrevista.

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Entrevista com Seth Suaze.


Aos 32 anos de idade, Seth Suaze é um dos guitarristas que constitui o orgulho e a esperança musical no nosso mosaico cultural. A forma como trata a guitarra acústica, os seus compassos, os seus acordes e a sua voz emprestam-no um perfil diferente do que tem sido trazido por muitos jovens que andam pelos corredores musicais, sobretudo de Maputo. Com uma aprendizagem musical de base religiosa, Seth Suaze vai do gospel ao soul, passando pelo jazz, blues e afro para se situar numa dimensão meramente moçambicana, porque todas as suas criações tem por objectivo último oferecer-nos esta mescla.

Ele já cantou e tocou ao lado de artistas renomados do nosso país, como são os casos de Arão Litsure, Hortêncio Langa, João Cabaço, Stewart, entre outros do estrangeiro. Em entrevista ao nosso Jornal, o jovem artista faz uma viagem pelo mundo dos sons acústicos, fala abertamente do que sente e observa. É ele quem nos diz, quando descreve a situação que actualmente se vive no país
Seth Suaze é um nome que roça o canto de alcunha artística. Será esse o nome de registo civil ou é apenas um cognome?
- O meu nome de registo civil é Filimão Joaquim Suaze. Suaze é o meu apelido e creio que há-de ter havido alguma vaidade por parte do meu avô que deve ter andado por lá. Mas somos de Inharrime, em Inhambane, numa zona chamada Limemene, que é a do rio Limeme, portanto, o apelido original seria Limeme. Sou Machope de Inharrime, mas mais tarde o meu avô emigra e centra-se em Zavala que é onde temos a nossa casa agora. Sob ponto de vista de linhagem, sabemos nós a qual pertencemos.
E Seth é nome de casa, e eu penso que o meu pai se inspirou num nome bíblico, pois há um Seth na Bíblia, por isso não se escreve com E, que vai ao número, mas com H. Então, o que se fez na música foi juntar o meu nome de casa mais o meu apelido e ficou Seth Suaze.
- Quando falamos de Seth Suaze muitas questões nos vêm ao de acima, uma das quais é o facto de muitos o definirem como um músico com influências do Jazz, do Soul, do Blues, mas também com uma base extremamente forte da música moçambicana.
A pergunta é: como Seth Suaze se define musicalmente.
- Esta é uma pergunta muito difícil de responder e penso que qualquer artista teria dificuldades em responder. Nós vamos ao palco e tocamos, as outras pessoas ouvem, ponderam e depois designam. Em outras linhas diria que Seth Suaze é o resultado de muitas situações, uma das quais é a minha igreja que é a Congregacional Unida de Moçambique. Mas também estão Arão Litsure, Hortêncio Langa, Fernando Luís, Majescoral, Stewart Sukuma, entre outros.
Portanto, são as várias experiências que fui tendo até me produzir na pessoa que hoje sou. Quando toco e dizem que a minha música tem raízes moçambicanas é porque grande parte dos ensinamentos e influências vêm dessas fontes. Naturalmente que há artistas de fora que admiro, com maior destaque para George Benson. Se calhar a mescla de música moçambicana, com influências de Jazz, vem do facto de escutar muito a música, e, por instinto natural, não resistir à influências desses estilos.
- Mas, quando e como é que isso começa e quais são as suas raízes?
- Tudo começa em casa, no contexto doméstico. Os meus irmãos mais velhos já tocavam e cantavam na igreja, tenho a sorte e o orgulho de ser de uma família onde foram produzidas muitas canções que se cantam na minha igreja e noutras igrejas, sem que as pessoas soubessem quem são os seus compositores. E eu fiz mais do que fizeram os meus irmãos que foi ter tocar para além da igreja. Mas isso já vem do pastor Arão Litsure, que é da minha igreja, e de quem buscamos o exemplo de que pode se fazer música dentro da igreja, mas também fora. É assim que apareço com os primeiros toques em casa e depois desenvolvidos na igreja.
- Que idade tinha?
- Dez, onze, doze em casa. E depois aos 13/14 anos já tocava na igreja, sozinho ou acompanhando a minha juventude ou mesmo criando alguns grupos ou duetos e trios. Eu cresci no Aeroporto e a minha paróquia era a de Mavalane, e fui praticando o canto e o toque de guitarra assim. Quando começo a tocar fora da igreja conheço o falecido Landocas Ruth. Ele me conhece nas ruas do meu bairro e leva-me para a Organização Continuadores, onde havia um ambiente propício para desenvolver a carreira musical.
Os Mozpipa, os Kapa Dêch, Roberto Isaías, Swit, entre são da “Continuadores” donde também fiz parte. Nós fazíamos parte da banda “Pombas Brancas” criada pelo próprio Landocas. Mais tarde começaram a haver desintegrações de grupos na “Continuadores”, mormente a questão da ocupação. As pessoas começavam a trabalhar e a estudar a níveis que já não lhes permitia ter muita disponibilidade para tocar.
- E que rumo acabou seguindo?
- Da “Continuadores” seguiu-se a fase de afirmação, em que começo a fazer algumas aparições. Participei dos primeiros ensaios da fundação do Majescoral, em 1994, e vim com o grupo até onde pôde. Tive oportunidade de tocar com o pastor Arão Litsure quando voltou do Zimbabwe e quando ia apresentar o concerto “Arão Litsure: dez anos depois”.
Fiz também vários duetos com Hortêncio Langa, Fernando Luís, algumas vezes com João Cabaço e com Stewart Sukuma no “A Quinta no África” no pretenso ano de 2003.
O concerto com Stewart permitiu que fosse conhecido para além da minha igreja. Já tinha um nome enraizado na juventude cristã por causa da correspondência permanente, mas passo a ser mais conhecido pela veia de Stewart nesse concerto, e a tocar com ele. De lá para cá as coisas foram se multiplicando.
- De duetos e trios faz-nos nos vir à memória vários concertos que se realizaram em concursos concertos no nosso país, onde Seth apareceu com o Trio Índico. Este também foi um dos momentos memoráveis na sua afirmação como músico.
- Sim. Foi com o Trio Índico que me afirmei como banda, e isso explica-se pelo facto de que na altura eu tinha mais tempo. Com o Trio Índico chegamos inclusivamente a ganhar alguns prémios. E tudo começa também no contexto religioso porque os outros dois integrantes do Trio Índico (os irmãos Alfa e Falito) são da Igreja do Bom Pastor do Chamanculo, e eu da Igreja Congregacional. Assim, achamos que podíamos juntar nossas experiências e fazer algumas coisas um pouco mais difíceis quer na igreja, quer fora.
Nessa altura eles já orientavam a juventude da igreja deles e eu da minha, para além de que de ambos lados havia uma percepção razoável sobre as tonalidades vocais. Assim nasce o Trio Índico, porque vimos que éramos três e por causa do oceano que nos banha. Participamos e ganhamos o concurso de música francófona no “Franco-Moçambicano”, o que nos valeu uma digressão pela França.
Um ano depois estivemos no concurso regional Cross Roads e ficamos em segundo lugar, o que nos valeu também uma digressão pela Suécia onde participamos num dos festivais de música folclórica e mostramos o nosso potencial na música acústica que foi bastante apreciado.
Com o projecto “Seth Suaze Trio”?
- Sim! Nesse espectáculo ensaiei com os dois moços com que me apresento agora, pois fica sempre a imagem que trago do trio. E no “Seth Suaze Trio” trago o Naldo, que faz coros para Mingas, e Jafeth, um moço que também canta bem. Este é um pressuposto do Trio Índico, se calhar mais evoluído, pois estamos numa fase em que já ouvimos muitas coisas.
Também quando faço esses concertos procuro trazer um segundo momento, no qual saio do acústico para banda e junto pessoas e fazemos coisas diferentes, mas sempre no contexto do mesmo estilo: o afro-jazz.

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Musico Angolano Paul G apresenta o seu primeiro disco a solo "Transition" na companhia de amigos d'arte


O músico Paul G realiza hoje (04/12/2008) no Cine Karl Marx, em Luanda, um espectáculo de apresentação do seu primeiro disco a solo “Transition”, no qual terá a participação de vários convidados nacionais, entre os quais os seus antigos companheiros dos SSP.


Falando à Angop sobre o assunto, o músico avançou tratar-se de um show onde procurará mostrar aos fãs o trabalho que vem realizando desde o lançamento, em Janeiro deste ano, do seu primeiro disco a solo depois de ter abandonado o grupo SSP.
“Quem for ao Cine Karl Marx não vai arrepender-se porque está a ser preparado um espectáculo de alto nível. Vamos levar muitas surpresas ao local. A intenção é dar o melhor aos fãs, que ao longo destes anos não se têm cansado de dar o seu apoio”, disse.
Para dar uma amostra do que se tem produzido no país em termos de Rap, R&B e Soul Music, o show, que tem o seu início marcado para as 20h30, contará com as participações dos grupos Kalibrados, Army Squad, e dos músicos Afroman e Anselmo Ralph.
Notabilizado no mundo musical na década de 90, "Paul G" foi durante anos um dos rostos do grupo de Rap SSP, com o qual gravou três discos: "99% de Amor" (1997), "Odisseia" (1999) e "Alfa" (2000).
No princípio deste ano, o artista colocou no mercado o seu primeiro disco a solo intitulado "Transition", com 12 temas cantados na sua maioria em inglês.
Segundo o autor, esta é a melhor aposta para penetrar no mercado americano e noutros ocidentais. Neles, o artista faz referência ao amor e a questões do dia-a-dia dos angolanos musicados em Soul Music, Rap e R&B.

JA

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Marlen encanta os seus fãs lançando o segundo álbum

A jovem cantora Marlen lançou, no último sábado, no Centro Cultural Franco-Moçambicano, o seu mais recente trabalho. Intitulado Preta Negra, o disco é composto por oito faixas que retratam o quotidiano da sociedade moçambicana.


Para o concerto de lançamento, desfilaram em palco os artistas Mingas, Neyma, Hermínio, N Star e os Djaakas. Aliás, esta banda acompanhou a figura da noite.

" Este disco reflecte os meus pensamentos sobre a sociedade. Por isso, abordo questões relacionadas com as famílias. Falo, por exemplo, de uma mulher que ama e sofre por causa do amor, de pais que conquistam miúdas com a idade das suas filhas, dos tabus da sociedade. Cantei com o Djaakas porque é uma banda com que sempre sonhei tocar desde miúda. Uma das coisas que me fascina é a de que eles tocam na mesma tonalidade e ritmo que eu. São muito pela linha tradicional", disse Marlen, explicando que o seu disco mistura ritmos moçambicanos tradicionais com os ocidentais.

Produzido por N Star, Preta Negra revela-se como um disco de apelo à igualdade e oportunidade para todos. " Quero, por outro lado, dizer às pessoas que se sentem ofendidas quando lhes chamam pretas que isso não pode ser visto como insulto. Por isso, digo “preta negra”, pretendendo dizer que é a mesma coisa".

Os ritmos Massesse, Muganda, Xingombela e Tufo, são alguns dos que se destacam nas oito faixas que, curiosamente, foram escritas pelas mães da Marlene e do N Star, o produtor.
Mamã, Xolola, Xanisseka, Nikheti wena, Preta negra, Experiência, Moçambique, e Papai são os títulos dos temas do disco.

Fonte: 99fm

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Um show que deixa água na boca


Todos os espectadores ovacionaram os seus ídolos, gritaram e puxaram pelos seus concorrentes. O Cine África ficou pequeno para acolher tanta gente.
O espectáculo que marcou o epílogo do Fama Show foi caracterizado por momentos de muita emoção, cor e luz, raros nas realizações de entretenimento do país. Tratou-se de uma oportunidade ímpar para o público se deliciar com a interpretação de músicas com grande qualidade, em que o perfomance dos finalistas mereceu aplausos do início ao fim do concerto. Todos os espectadores, em pé, ovacionaram os seus ídolos, gritaram e puxaram pelos seus concorrentes.
O Cine África ficou pequeno para acolher tantas pessoas que se dirigiram ao local. Ninguém quis perder este espectáculo, que vai ficar na memória dos apreciadores de boa música.

Pormenor de realce é que todos os concorrentes foram solidários quer com os colegas, que ocuparam as posições cimeiras, quer com os que se quedaram em lugares menos destacados, facto que ilustra o espírito desportivo da competição. Para o ano, há mais, o que resta é aguardar!

Jornal O País

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Disco de Amável é lançado


É LANÇADO hoje (12/12/2008) às 20.00 horas no Centro Cultural Universitário da Universidade Eduardo Mondlane, em Maputo, o disco do guitarrista Amável Pinto (Amável), intitulado “Uni Verso”. O álbum conta com 14 faixas musicais, e foi produzido, misturado e masterizado no estúdio de Amável.


Em palco Amável estará com Paíto Tcheco, que vai tocar bateria; Nádia, que estará com a segunda guitarra, e Gerson, que cuidará da viola baixo.

Paíto Tcheco trabalhou ao lado de Amável para a produção do disco e tocou bateria, viola baixo e fez percussão. Amável fez todas as guitarras e Nádia teve a participação com guitarra ritmo, para além de o disco contar com um tema seu. Por outro lado, participaram dois italianos Giuseppe Millici e Gaeteano, que tocaram harmónica e saxofone, respectivamente.

Amanhã o guitarrista vai tocar à frente da loja Gringo e no dia 19 deste mês, vai lançar o seu disco na cidade da Beira, em Sofala, no espaço Miramar.

Para o músico, a diferença que há entre o primeiro e o segundo discos reside no facto de o primeiro ter sido a súmula de uma carreira de cerca de 20 anos, enquanto que o mais recente é a experiência de três anos de um trabalho com muita intensidade, vigor e vontade de querer continuar a trabalhar mais e melhor. “A partir daqui é só empreender uma viagem sem regresso. Já não pode haver mais paragens. Não temos que esperar mais ou aguentar mais de 20 anos”, diz Amável.

Em “Uni Verso” estão patentes as suas marcas, aliás, a sua característica, sendo que o disco é atravessado por ritmos como Rock, a Marrabenta e a música Clássica.

Há um ideal muito forte em relação àquilo que são as suas sonoridades. Por outro lado, está presente a filosofia musical de Fanny Mpfumo. Mas também, sente-se um Amável mais amadurecido pelo tempo, pelas experiências acumuladas, pelas relações vividas com os demais artistas, mais liberto à busca de outras sonoridades na guitarra.

“Procurei sonoridades totalmente diferentes das do primeiro disco, timbres novos e afastados daquilo que as pessoas conhecem. É um disco muito espiritual.

“A marrabenta está aqui, comigo. Ela vive comigo, por isso o Fanny Mpfumo está também presente e visível, porque ele é um clássico e eu o admiro. O rock eu o conheço perfeitamente, pois foi a minha primeira escola. Quanto à música clássica, essa foi o que sempre quis e pesquisei muito. Esses três ritmos estão presentes e sempre me acompanham”, comenta.
A produção do seu disco contou com apoios como Gringo, Millennium bim, Marina Trading, National Sigles e Restaurante O Viajante.

O disco tem vários temas, entre os quais “Minha Terra”, “Rascunho”, “A Voz”, “Tocar Viola”, “Ventos do Além”, “Then you Came”, “Uni Verso”, “Mamana Elidia”, “Nádia Marrabenta” e “Depois da Dor”.

Actualmente Amável está a dar aulas de guitarra clássica na Escola de Comunicação e Artes (ECA) da Universidade Eduardo Mondlane. Ele está ligado àquela instituição de ensino superior desde Março, altura em que foi contratado. “A guitarra clássica foi o que me faltou quando comecei o meu projecto. Já tinha ritmos como rock e marrabenta, mas para completar o meu projecto me faltava a guitarra clássica”.

Ele está a trabalhar com turmas do 1º, 2º e 3º anos, perfazendo cerca de 30 alunos.
Amável Pinto é formado em Guitarra Clássica pela Universidade da África do Sul (UNISA).

notícias


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Video de Rui Veloso e Neyma

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Festival Tufo atingiu objectivos mas ia sendo um verdadeiro fiasco!


EM plena visita de Eliseu Machava, governador provincial, aos distritos de Pemba-Metuge e Macomia, este lembra-se que havia aceite estar presente na inauguração do Festival Provincial de Tufo, que teria lugar dois dias depois na vila autárquica de Mocímboa da Praia.

O seu gabinete, como em muitos aspectos de ordem organizacional e logístico, também desta vez não lhe ajudou e tinha que encontrar uma engenharia que permitisse que não falhasse o prometido.
O governador interrompeu a visita a Macomia para rumar à Mocímboa da Praia, onde não encontrou ninguém mais do seu executivo, para além dos directores provinciais que integravam a sua comitiva às visitas aos distritos retrocitados. Estava lá o chefe do Departamento da Acção Cultural, adstrito à Direcção Provincial de Educação e Cultura, Marcelino N’galilo, para gerir, acompanhar e decidir sobre aquele movimento de massas que envolvia cerca de 600 artistas, idos de quase todos os distritos, com excepção de Nangade e Ibo.

Na abertura, para além dos grupos culturais, que como sabemos vinham dos distritos, nada se poderia equiparar com um festival, pois se tal significa, nas palavras de N’galilo, o envolvido das comunidades locais, neste aspecto havia falhado, porque as pessoas de Mocímboa da Praia não se quiseram fazer presentes àquela manifestação cultural.

O nosso jornal soube mais tarde que a “gazeta” tinha a ver com questões políticas, pois o festival tinha lugar pouco dias depois das eleições autárquicas de 19 de Novembro e a Renamo havia conseguido espalhar a mensagem de que a Frelimo queria aproveitar-se da oportunidade para festejar a sua vitória e entronizar o candidato-eleito.

Marcelino N’galilo, perguntado sobre o grau de envolvimento dos governos distritais na organização dos festivais que se realizam em Cabo Delgado, disse ser pouco expressivo, se bem que “os distritos, parece não sentirem que também é sua responsabilidade organizar os seus grupos para melhor prestação no festival, parece entenderem que a tarefa é exclusiva da Direcção Provincial, por isso alguns problemas logísticos enfrentados aqui deveriam ser minimizados com o envolvimento sério dos distritos”.

OBJECTIVO CUMPRIDO
Por outro lado, os festivais decorrem sem prejuízo do normal decurso das outras actividades, sendo provavelmente por isso que as condições logísticas dos artistas não chegam a corresponder ao tamanho do que se quer com a manifestação cultural. Alojamento e alimentação foram muito criticados pelos actores principais do evento.

Em termos de objectivo, N’galilo diz que tudo correu como estava previsto, se bem que nesta edição participaram mais dois distritos, tradicionalmente não praticantes do tufo, nomeadamente Mueda e Muidumbe, distritos do planalto dos macondes, onde a dança predominante e mais representativa é o mapiko.

Deste modo, estiveram representados em Mocímboa da Praia todos os distritos, com a excepção de Nangade e Ibo.
Perguntámos ao nosso entrevistado se na verdade tal se devia ao facto de nestes dois distritos não se praticar o Tufo ou se era resultado da falta de trabalho de investigação por parte dos técnicos ligados à cultura na província.
“Nangade não pratica a dança tufo, Ibo, contra todas as aparências, também não. É verdade que a Ilha do Ibo, pela sua cultura, localização e tendo sofrido das mesmas influências culturais que as outras regiões do país que têm no tufo a sua dança mais apetecida, a verdade porém é que ali praticam mais a damba, o siquiri e maulide. O tufo, não”.

O Festival de Tufo realiza-se no âmbito da promoção das principais manifestações culturais que a província de Cabo Delgado tem e que caracterizam os diferentes grupos etno-linguísticos nela existentes, priorizando as de maior impacto social e que proporcionam uma identidade singular da província com o resto do país e visa reactivar a sua prática expansiva, com o objectivo de defendê-las face à possibilidade de se extinguirem com a actual fase histórica da globalização.

A primeira edição teve lugar em 2007, na vila de Macomia, antecedida das fases de localidade, posto administrativo e de distrito. Tinha sido concebido para competitivo, para o que haviam sido apurados os grupos Ali Hassanate do bairro de Ingonane, cidade de Pemba, Ali Hassanate, da vila de Mocimboa da Praia e em terceiro lugar o grupo do distrito anfitrião.

Nessa edição haviam participado 18 grupos com um total de 517 artistas, provenientes dos distritos, execeptuando Nangade, Mueda e Muidumbe e para a segunda edição partriciparam mais dois grupos e como estes festivais têm lugar alternadamente com o de mapiko, no próximo ano não haverá tufo, mas sim o de mapiko, que vai ser acolhido pelo distrito de Montepuez.

Pedro Nacuo

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segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Denny OG aposta na música com banda


O QUE para muitos parecia uma aventura – Denny OG tocar com uma banda ao vivo – acabou numa viagem musical estimulante, onde o jovem cantor soube adaptar-se à banda à sua disposição, formada por Pileka (percussão), Zoko (guitarra) Magaia (bateria), Pipas (teclado) e Eduardo, no baixo, acabando por ser um “show” estimulante para os seus fãs.

O concerto teve lugar no Centro Cultural Franco-Moçambicano em Maputo. No final do espectáculo, o público saudou-o pela coragem que teve em “tentar” um “novo processo” e que felizmente obteve bons resultados. Foi por assim dizer, um “show” de ponto de partida para desenvolver trabalhos acompanhado de instrumentistas – banda.

Naquela noite, o público aguçado pela curiosidade, queria ver como ele se comportaria fora do seu regimento e habitat – “playback”. E perante tal expectativa, ele estava proibido de não saber conquistar os corações daqueles fãs que ali se dirigiram. Por outro lado, parte da sua família, incluindo o seu pai, Zeca Tcheco, músico consagrado, esteve lá para testemunhar a nova face de Danny OG.

Quando ele subiu ao palco – trajado de branco – o “show” assumiu um outro prisma, depois dos que o antecederam terem-no feito em “playback”, caso de Edú, DJ Ardilles e a dupla Wantsongo.

QUANDO CRESCER QUERO SER COMO TIO WAZ
Com uma banda totalmente afinada, como não deixaria de ser, o cantor de pandza, dzukuta e marrabenta, mostrou logo capacidade de se aguentar com o novo paradigma que se impunha. Denny mostrou-se à-vontade com os instrumentistas a sua trás.

Mas o momento mais alto do “show” terá sido sem dúvida quando chamou para o palco alguém que admirava: Wazimbo. E sobre esta figura com 40 anos de carreira, ele referiu-se nos seguintes termos, “vou chamar uma pessoa que tenho muita estima. Alguém que eu gostaria de ser quando for grande: o “kota” Waz.

Como era mais que previsível, a entrada de Waz trouxe uma nova lufada de ar no palco. Com Wazimbo, Denny OG ganhou balanço e o público aplaudia sem parar. Nestas palmas somavam-se também as de Zeca Tcheco, que estava orgulhoso do filho que apostava agora numa banda musical.

A dado momento, Waz e Denny OG se complementavam. Ninguém ofuscava o outro. Havia uma harmonia perfeita entre o jovem e o artista consagrado. E ambos estavam muito bem servidos com duas vozes femininas que faziam os coros.

A PARTIR DE AGORA VOU APOSTAR TAMBÉM NA MÚSICA AO VIVO
Questionado pelo “Notícias” se aquele espectáculo ao vivo significava um ponto de partida e uma nova maneira de estar na música, Denny OG explicou, “cantar com banda era coisa que sempre quis. Faltava-me apenas oportunidade para o fazer. Como sabe, tocar com banda é muito oneroso. Acarreta muitos custos. Mas depois desta experiência no “Franco” vou a partir de agora apostar neste tipo de “shows”.

Foi um teste interessante. Depois desta actuação, já começo a dar razão àqueles que diziam que cantar ao vivo tem outro feeling. Na verdade, para um músico que se preza, é importante também cantar ao vivo”.

E deixa em jeito de mensagem uma recomendação “para todos aqueles que têm a música a correrem-lhes pelas veias, devem enveredar por uma experiência de música ao vivo. Eu aprendi que numa actuação ao vivo, o cantor vai para além do que o CD do “dj” permite. A actuação com banda abre-lhe um campo de improvisação e de maior criatividade. Sei que isso é muito caro, mas quando houver possibilidades será sempre bom tentar”.

WANTSONGO E BÚFALO: REPETITIVOS
A dupla Búfalo e Wantsongo foi uma das convidadas do “show” ao vivo de Denny OG. Embora houvesse muitas expectativas à volta da sua actuação, nada de novo trouxeram. Brindaram o público com a já “gasta” representação de um discurso popular de Samora Machel. Cantaram uma música sobre violência doméstica, agora seu cartão-de-visitas.

Para este dueto, pese embora esteja em bom momento artístico, será importante dizer que Búfalo e Wantsongo deverão inovar o seu trabalho. O público gosta de sucessos antigos, mas também quer inovação no trabalho. Principalmente ver coisas novas. Se não renovarem podem cair no insucesso. Apostar em novas criações são valores indispensáveis a qualquer artista que se preza e que se pretenda bem sucedido.

A repetição exaustiva pode ser insustentável a longo prazo. È verdade que a dupla vende muitos discos (e também é muito solicitada para “shows”), mas terá que dar maior atenção a criação de novas propostas para os seus fãs.

A apresentação do espectáculo esteve a cargo do actor e humorista Mário Mabjaia, que não fugindo à regra, não perdeu a oportunidade para trazer alguns momentos de comédia.
O músico Denny OG edita pela Globe Musica e faz parte da “Label” Bang Entreteniment.

Albino Moisés

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Entrevista com Tres Agah na 99FM


99FM: Tres Agah diz-nos quem es?
Três Agah: Tres Agah, como sou conhecido no mundo do rap, moçambicano, por ser uma pessoa cuidadosa com as minhas letras originais,meu nome Euler João Elias, Nasci na Provincia de Manica aos 29 de Abril de 1983.

99FM: Como aparece o nome 3H?
Três Agah: Aparece na Escola Secundária, fazia parte de um grupo composto por 3 elementos faziamos freestyles na Escola na hora do intervalo e nos eventos organizados pela Escola.

O grupo tinha como nome Tiple Age, o que quer dizer Tipla Idade ou Tres Idades,pois nós eramos jovens com faixas etárias diferentes e com ideias diferentes tambem, só que no meio da caminhada dois membros decidiram parar de cantar e continuei sozinho e para de certa forma dar continuidade ao nome do Grupo Decidi chamar-me TripleH o que quer Três ágás(HHH), mas em Ingês tambem não me satisfazia muito, é quando no meio de tudo isto um dos ex-membros do grupo deu o palpate de Eu passar a chamar-me 3H teria mais impacto e tambem ja podia dizer em Português…
Então assim ficou 3H, TrêsÁgáh ou até 3ágáh hahaha..

99FM: Quando começa a tua ligação com a música?
Três Agah: Começa por volta de 1989/90 quando ouvia MilliVanilli e Michael Jackson na altura o estilo POP tocava muito e, eu e meus primos tinhamos mania de imitar as musicas e brincavamos de actuações etc, só que na altura era muito novo e não tinha muito jeito, e 3anos mais tarde ja se fazia sentir o estilo HIP HOP altura esta em que me encontrava a estudar na Inglaterra e por saber falar Inglês e perceber perfeitamente o que os músicos diziam nas letras começei a escrever as minhas próprias letras bazeando-me naquilo o que ouvia dos cantores Americanos..

Mas so em 1999 decidi sair do anonimato e gravar algumas músicas para meter nas Rádios, mas na altura era rejeitado pelos locutores, diziam que passariam a minha música mas nunca chegaram a tocar na verdade..

Fiz parte de Dois Grupos um deles B.O.C( Com Mastha Bad e Carbhono) o outro denominado Tropas Do Futuro( Faziam parte deste grupo nomes como: SemPaus, DuasCaras, DennyOg, Damost, N-Star, Laggost, F.D, G-Short, YoungLu, Rj da Devil, SameBoogie, DonP ) alguns deles ja não cantam e outros encontram-se a fazer outro estilo musical, mas tenho um grande respeito pore les…

Em 2000 fiz a minha 1a aparição em Palco num Show organizado pela Gpro no Tchova, o show tinha como objectivo lançar novos talentos..
Daí para frente as coisas começaram a mudar,alguns anos depois fui convidado para fazer parte da Gpro, aceitei o convite e trabalhei duro e pimba cá estou Eu a fazer grandes músicas e não paro tão já.

99FM:O que tem a dizer sobre o Hip Hop Nacional?
Três Agah:O Hip Hop nacional está a ter muita aceitação só que são poucos os que lutam para que o Hip Hop ganhe mais terreno, alguns grupos que conheço limitam-se a fazer músicas que só eles entendem e escutam, não pensam em fazer algo em que a sociedade possa escutar e notar um certo desenvolvimento no Hip Hop, eles apenas pegam numa instrumental e falam coisas obscuras metem insultos nas letras etc e isso não os vai levar a lugar nenhum, vão escutar a música deles no quintal com o visinho somente.
Mas em contrapartida existem alguns grupos que realmente tem mostrado trabalho, como por exemplo a CotoneteRecords, TrioFam, Micro 2, Tcheco Label,M-18, 9mm , Magnezia entre outros…

99FM:A quanto tempo está no Mundo do Rap?
Três Agah:Estou no mundo do Rap desde 94 mas não como cantor afirmado, apenas como apreciador e amador porque na altura ja escrevia mas não tinha a coragem de aparecer, so 5 anos depois decidi aparecer..
Mas somando os anos todos posso dizer que estou no mundo do rap a 14anos..

99FM:Quais as ambições do 3H?
Três Agah:Na Música- Continuar a fazer sucesso, ganhar uma das seguintes nomeações: Melhor Música, Melhor Hip Hop, Melhor Mc, lançar um album, lançar novos talentos e contribuir positivamente para a música.
Nos Estudos- Acabar meu curso e tornar-me um Engenheiro de Construção Civil, fazer o mestrado fora do País.

99FM:A quanto tempo está no Mundo do Rap?
Três Agah:Estou no mundo do Rap desde 94 mas não como cantor afirmado, apenas como apreciador e amador porque na altura ja escrevia mas não tinha a coragem de aparecer, so 5 anos depois decidi aparecer..
Mas somando os anos todos posso dizer que estou no mundo do rap a 14anos..

99FM:Como é a sua Integração na Gpro e amigos?
Três Agah:A minha relação com os membros da Gpro é saudável, isto porque para além de sermos colegas de grupo somos amigos de longa data..

99FM:Quando vamos poder ter o Album do 3H?
Três Agah:Quanto a este assunto prefiro não prometer nada, porque ja o tinha feito antes e derepente aconteceu o que aconteceu na Gpro e de 17 musicas gravadas fiquei sem nenhuma.
Agora estou a dar os meus primeiros passos após o Disco Duro da Gpro ter queimado, e espero continuar com o trabalho com muita força para poder trazer aos meus fans e todos aqueles que me tem apoiado o bom Hip Hip..

99FM: O que esperas ao lançares este novo Single?
Três Agah: Espero que o pessoal aceite a música da mesma maneira que aceitaram as outras porque sempre procuro manter a linha que me identifica para não decepcionar a ninguem.
Epero que gostem e que consiga participar em Tops de Música Moçambicana, Galas, etc..Porque sempre que lanço uma música tenho como objectivo agradar ouvidos e mudar a mentalidade daqueles que dizem que o Estilo Hip Hop é so para marginais.

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Sonoridades espirituais de um guitarrista diferente - Amavel Pinto


O GUITARRISTA Amável Pinto (Amável) sexta-feira, em concerto, o seu segundo disco de originais, intitulado “Uni Verso”, o mesmo que verso único, palavra única, um mundo único. O disco é composto por 14 temas e sai três anos depois do seu primeiro que leva o nome de “Meta Mor Fozes”.

O concerto de lançamento do disco “Uni Verso” será às 20:00 horas, no Centro Cultural Universitário da Universidade Eduardo Mondlane, em Maputo. Na manhã de sábado (13/12/2008) Amável tocará em frente à loja Gringo. No dia 19 deste mês, Amável vai lançar o seu disco na cidade da Beira, em Sofala, no espaço Miramar.

Em palco Amável estará com Paito Tcheco, que vai tocar bateria; Nádia, que estará com a segunda guitarra, e Gerson que cuidará da viola baixo.

Paito Tcheco trabalhou ao lado de Amável para a produção do disco e tocou bateria, viola baixo e fez percussão. Amável fez todas as guitarras e Nádia teve a participação com guitarra ritmo, para além de o disco contar com um tema seu. Por outro lado, participaram dois italianos Giuseppe Millici e Gaeteano, que tocaram harmónica e saxofone, respectivamente.

Para o músico, a diferença que há entre o primeiro e o segundo discos reside no facto de o primeiro ter sido a súmula de uma carreira de cerca de 20 anos, enquanto que o mais recente é a experiência de três anos de um trabalho com muita intensidade, vigor e vontade de querer continuar a trabalhar mais e melhor. “A partir daqui é só empreender uma viagem sem regresso. Já não pode haver mais paragens. Não temos que esperar mais ou aguentar mais de 20 anos”, diz Amável.

Em “Uni Verso” estão patentes as suas marcas, aliás, a sua característica, sendo que o disco é atravessado por ritmos como Rock, a Marrabenta e a música Clássica.

Há um ideal muito forte em relação àquilo que são as suas sonoridades. Por outro lado, está presente a filosofia musical de Fanny Mpfumo. Mas também, sente-se um Amável mais amadurecido pelo tempo, pelas experiências acumuladas, pelas relações vividas com os demais artistas, mais liberto à busca de outras sonoridades na guitarra.

“Procurei sonoridades totalmente diferentes das do primeiro disco, timbres novos e afastados daquilo que as pessoas conhecem. É um disco muito espiritual.

“A Marrabenta está aqui, comigo. Ela vive comigo, por isso o Fanny Mpfumo está também presente e visível, porque ele é um clássico e eu o admiro. O Rock eu o conheço perfeitamente, pois foi a minha primeira escola. Quanto à música Clássica, essa foi o que sempre quis e pesquisei muito. Esses três ritmos estão presentes e sempre me acompanham”, comenta.

A produção do seu disco contou com apoios como Gringo, Millennium bim, Marina Trading, National Sigles e Restaurante O Viajante.

O disco tem vários temas, entre os quais “Minha Terra”, “Rascunho”, “A Voz”, “Tocar Viola”, “Ventos do Além”, “Then you Came”, “Uni Verso”, “Mamana Elidia”, “Nádia Marrabenta” e “Depois da Dor”.

Amável diz ele próprio: “Surpreendi-me a mim mesmo com os resultados deste trabalho. Veja que grande parte dos temas foram basicamente gravados pela calada da noite. Entre as 22 horas à uma, duas ou três horas da manhã”.

Sobre isso, a Nádia chegava a dizer que esses são sons da madrugada. Ela às vezes chegava a sonecar no estúdio de Amável, onde foram registados todos os temas, misturados e masterizados. Os arranjos foram feitos com a ajuda de Paito Tcheco.

Foram sete meses de um trabalho intenso, como que enclausurado entre quatro paredes no seu estúdio. Durante esse período ele tornou-se numa espécie de animal habituado a ficar somente fechado numa jaula. Tinha poucos contactos e a convivência social com os demais era inexistente.

Actualmente, Amável está a dar aulas de guitarra clássica na Escola de Comunicação e Artes (ECA) na Universidade Eduardo Mondlane. Ele está ligado àquela instituição de ensino superior desde Março, altura em que foi contratado. “A guitarra clássica foi o que me faltou quando comecei o meu projecto e me faltou. Já tinha ritmos como Rock e Marrabenta, mas para completar o meu projecto me faltava a guitarra clássica”.

Ele está a trabalhar com turmas do 1º, 2º e 3º anos, perfazendo cerca de 30 alunos.

Amável Pinto é formado em Guitarra Clássica pela Universidade da África do Sul (UNISA).

Francisco Manjate


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Exibição de gala na semi-final do “Fama Show”


A semi-final do Fama Show, que teve lugar ontem no Cine África, serviu para as jovens estrelas da música moçambicana demonstrarem, uma vez mais, o seu talento, num espectáculo onde não faltou o glamour, cor e luz.


O espectáculo abriu de forma muito inusitada com o participante Odérito de Castro, que apresentou uma coroegrafia dos Kapa Dech. Houve festa rija no Cine África, com as belas vozes dos jovens talentos participantes a marcarem o evento que, à porta do fim, parecia estar no início.


O Fama Show está a provar que é um grande passerele para catapultar os talentos do país para o estrelato e, pelo que se vê, vai ainda dar que falar. Os artistas, cada um a seu jeito, deram o melhor de si, aliando a boa voz à coreografia em palco, onde não faltou o poder de comunicabilidade, que contou muito para atiçar as emoções do público presente. Quase todos os concorrentes não deixaram de dar uma palavra de apreço aos seus votantes.

Um dos pormenores de realce é que a província de Tete está a liderar as presenças no certame, com dois participantes oriundos de lá a não sairem há quatro galas.

PÚBLICO EUFÓRICO
Numa altura em que está a subir a adrenalina do Fama Show, várias pessoas entrevistadas afirmam que este evento está a conquistar muitas almas. Há vontade para que o programa não pare por aqui e continue a brindar os apreciadores de boa música, com momentos de festa e cor, como as que têm caracterizado o Fama.

Laura Cossa, por exemplo, disse que o Fama Show é mesmo um programa de entretenimento que mexe e remexe com o país, e acrescentou que este programa demonstra que a STV está decidida a divulgar a cultura nacional através de iniciativas como esta.
Por sua vez, Celma Esteves disse que, na final, gostaria que a STV incluísse nos convidados alguns antigos vencedores das edições passadas.

Por seu turno, Aderito Chambe disse que este festival é um dos melhores de 2008 e devia ser editado em DVD para perpetuar a obra.

Nesta gala, ficou de fora a concorrente Berta Sedulane por insuficiência de votos, enquanto Flávio Fontes, Sílvia Langa, Ivan Leonel, Laice Karina, Odérito de Castro, Armando Figueira, Dénio Changule, Vequina Manuel e Paula Tamara tiveram a honra de regressar a academia.

Jornal O Pais


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Video de Bang - Sekelekane

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Entrevista com Edu


Tivemos em estudio uma breve entrevista com o cantor Edu.

Veja como foi...
99fm: Qual foi a música que lançou o Edu?
Edu: A música que lançou o Edu, foi a musica Kutsu kutsu, e foi apartir daqui da 99fm, já agora mandar um abraço muito forte ao Nelson Camal(Big Boss).

99fm: Qual foi a História da música ungapfumele?
Edu: ungapfumele, foi tipo fazer uma música diferente,recordou me que no album que fiz antes desse(ungapfumele),eu fiz sou R&B e passadas, na altura so dançava-se mais passada e R&B.
99fm: Sendo uma música que fez bastante sucesso, não pensaste em fazer um "remix"
Edu: Não! Eu não gosto de fazer remix?

99fm: Porque?
Edu: Não gosto de fazer remix, porque isso faz me voltar para trás, não consigo pensar naquilo que pode ser bom para min, lá mais para frente, eu preciso trazer novas coisas.

99fm: Edu, este ano,consideras um ano de sucesso?
Edu: Olha, eu estou muito feliz porque, eu consegui traçar uma meta das coisas que eu queria alcançar este ano, e quando faço já o balanço, vejo que foi bem sucedido, isso para min é gratificante.

99fm: O que te marcou ao longo deste ano?
Edu: Este ano, o que me marcou, foi a viagem que fiz para Niassa, no dia 1 de junho, e eu ali a falar com as crianças, então eu fiquei um pouco confuso. misturei os dias 1 de maio e 1 de junho, foi uma gafe que cometi.

99fm: Já pensaste alguma vez fazer parte da Nstudios Label?
Edu: Bom, eu acho que sendo uma label um dia poderia fazer parte sim, são meus amigos,o clima lá é de amizade e acho que seria muito bom. Um dia se deus quiser.

Entrevista extraida do 99fm.

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Dj Damost ft Dj Mandito - Xa Mina Xawena

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Fama Show: Um desfile de luxo a caminho do fim


Mais um domingo, mais uma festa, citadinos de maputo mais uma vez afluíram ao cine-África para presenciarem mais um espectáculo, nesta que foi a oitava gala do Fama Show, onde a cor e alegria e muita música fizeram as emoções da noite.


Logo de início, Gilberto Lopes, o jovem que foi eliminado, despediu-se em grande interpretando uma canção da autoria do astro da música moçambicana Xidiminguana.
Stewart Sukuma enalteceu a necessidade dos fãs votarem nos seus concorrentes favoritos, de forma a que permaneçam na academia do Fama.

SURPRESAS
Este é um espectáculo que a cada dia nos traz surpresas agradáveis, sobretudo, no que diz respeito à prestação dos concorrentes. A disputa pelo lugar cimeiro é notória e os concorrentes estão conscientes da necessidade de aprimorarem o que aprendem na academia.
Esta é a festa de entretenimento que, domingo após domingo, junta no Cine-África vários amantes da música nacional e não só.

O grupo convidado, Young Sister, deu o melhor de si neste show, brindando o público com bons momentos para a apreciação da arte musical.
Um dos grandes atractivos desta gala consistiu nos duetos dos concorrentes que foram muito aplaudidos pelo público, que recebeu os participantes com honra, pompa e glória na entrada do CineÁfrica.

O público, por sua vez, não deixou os créditos em mãos alheias e levou consigo toda a energia positiva de forma a incentivar e a apoiar cada candidato favorito seu.
E como tem sido hábito, várias pessoas fizeram-se presentes horas antes do início da festa, tencionando ver os seus mais novos ídolos chegar ao local do show.

SONHAR E CA NTAR A VIDA
Fazendo jus ao lema do evento que é sonhar e cantar a vida, os participantes deram o melhor de si apresentandose com esmero e genica no palco do África, ante um público que batia palmas do início ao fim do espectáculo.

Os membros do júri consideram, entretanto, que os participantes têm estado a melhorar gala após gala. Para Roberto Isaías, os jovens participantes têm que trabalhar um pouco mais na indumentária como forma de se apresentarem condignamente nas galas do Fama Show, cujo epílogo se aproxima.

PÚBLICO PEDE FINAL FELIZ
Entretanto, desejosas de ver os seus candidatos eleitos a brilharem, no final da competição, muitas pessoas entrevistadas manifestaram a vontade de ver uma final renhida.
No seu entender, há que trazer um elenco muito forte para que o Fama feche com a chave de ouro, agrandando a tudo e todos. João Bila, por exemplo, destaca que em pleno final do ano, o Fama, na sua décima primeira gala, devia trazer algumas figuras emblemáticas da música nacional.

Olga Saide diz que o Fama Show já mostrou ser um programa que catapulta jovens artistas para o sucesso e devia trazer, no seu final, mais propostas de entretenimento, comoforma de encerrar à tinta indelével.

Jornal O Pais


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Orlando da Conceicao, um homen de cultura

Para além de bom ouvinte do jazz, Professor Orlando é um verdadeiro homem de cultura, um artista completo e de mão cheia, pois não só cuida com perfeição dos sopros, como também tem passagem pelo cinema, teatro, pelas artes plásticas e pela dança, áreas que sempre o acompanham.

Por outro lado, ele não só toca o Jazz, mas executa com perfeição a música clássica e a ligeira moçambicana. Já muitas vezes partilhou um palco com figuras como Xidiminguana e Ximanganine (Ernesto Ndzevo).

Formado no antigo Centro dos Estudos Culturais, onde fez um curso de animadores culturais, depois da sua formação optou por se dedicar à música, mas também no mesmo aprendeu o teatro, as artes plásticas e a dança.

Depois de terminado o seu curso, foi à ex-União Soviética (Rússia) e também à Arménia, onde se especializou como director de orquestra de música clássica. Regressado ao país, porque cá não tinha uma orquestra de música clássica, preferiu dedicar-se ao Jazz, uma vez que no seu processo de formação havia aprendido quase todas as teorias do Jazz.

Ao Grupo Jazz de Maputo, Orlando da Conceição prefere dizer que eles são uma grande escola ambulante, pois aceitam a entrada para tocar de outras figuras que não sejam somente os que à partida compõem o grupo, como também por serem a nata inspiradora de muitos jovens que pretendem se dedicar a este género musical. Muitos dos jovens que hoje tocam Jazz, com seriedade, aprenderam do Grupo de Jazz de Maputo.

Ivan Mazuze, Moreira Chonguiça, Orlando Venhereque, Irinah são alguns dos vários exemplos que podem ser mencionados quando se fala de uma juventude que apostou no Jazz como forma de expressão artística e cultural.

SOUL ACÚSTICO PARA O JAZZ
A sétima edição do Projecto Soul Acústico, uma iniciativa que junta mestres da música e ou da poesia com jovens que se dedicam também à produção da música e da Literatura. Desta vez, o Soul Acústico vai se estender para o Professor Orlando, um conceituado mestre do Jazz, que partilhará o mesmo palco com jovens como Luka Mukavel, também um grande jovem se dedica à pesquisa de instrumentos e música tradicional. Ele aprendeu numa das maiores universidades africanas de Música que é a Universidade de Harare.

Paulo Macamo, músico, também estará em palco nesta homenagem ao Professor Orlando. Paulo Macamo é aluno do professor Orlando e hoje ele se encontra a estudar música na Escola de Comunicação e Artes (ECA) da Universidade Eduardo Mondlane. Ele tem a capacidade de conservar o que é de base tradicional, de misturar isso com sons modernos, de jazzificar, mas sem perder a essência de uma e de outra coisa. É um excelente guitarrista, classifica Capela.

O mesmo acontecerá também com Eva, uma jovem cantora, que se dedica ao Gospel. Ela, que será acompanhada pelo jovem teclista Feat, é definida como uma jovem com uma perfeição vocal bem estruturada e afinada.

António Cabrita, docente de literatura em várias instituições de ensino superior no nosso país, vai proceder à leitura de textos e poemas da sua autoria. Ele é um professor de literatura que, à par de Orlando da Conceição, sempre se mostrou aberto a apoiar jovens a vários níveis, para além de ser um poeta excelente.
Quanto às The Dream’s, elas são um grupo de jovens que aparecem como uma revelação, serão lançadas na noite de homenagem ao um mestre, como forma de receberem a crítica necessária.
Francisco Manjate

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