segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Denny OG aposta na música com banda


O QUE para muitos parecia uma aventura – Denny OG tocar com uma banda ao vivo – acabou numa viagem musical estimulante, onde o jovem cantor soube adaptar-se à banda à sua disposição, formada por Pileka (percussão), Zoko (guitarra) Magaia (bateria), Pipas (teclado) e Eduardo, no baixo, acabando por ser um “show” estimulante para os seus fãs.

O concerto teve lugar no Centro Cultural Franco-Moçambicano em Maputo. No final do espectáculo, o público saudou-o pela coragem que teve em “tentar” um “novo processo” e que felizmente obteve bons resultados. Foi por assim dizer, um “show” de ponto de partida para desenvolver trabalhos acompanhado de instrumentistas – banda.

Naquela noite, o público aguçado pela curiosidade, queria ver como ele se comportaria fora do seu regimento e habitat – “playback”. E perante tal expectativa, ele estava proibido de não saber conquistar os corações daqueles fãs que ali se dirigiram. Por outro lado, parte da sua família, incluindo o seu pai, Zeca Tcheco, músico consagrado, esteve lá para testemunhar a nova face de Danny OG.

Quando ele subiu ao palco – trajado de branco – o “show” assumiu um outro prisma, depois dos que o antecederam terem-no feito em “playback”, caso de Edú, DJ Ardilles e a dupla Wantsongo.

QUANDO CRESCER QUERO SER COMO TIO WAZ
Com uma banda totalmente afinada, como não deixaria de ser, o cantor de pandza, dzukuta e marrabenta, mostrou logo capacidade de se aguentar com o novo paradigma que se impunha. Denny mostrou-se à-vontade com os instrumentistas a sua trás.

Mas o momento mais alto do “show” terá sido sem dúvida quando chamou para o palco alguém que admirava: Wazimbo. E sobre esta figura com 40 anos de carreira, ele referiu-se nos seguintes termos, “vou chamar uma pessoa que tenho muita estima. Alguém que eu gostaria de ser quando for grande: o “kota” Waz.

Como era mais que previsível, a entrada de Waz trouxe uma nova lufada de ar no palco. Com Wazimbo, Denny OG ganhou balanço e o público aplaudia sem parar. Nestas palmas somavam-se também as de Zeca Tcheco, que estava orgulhoso do filho que apostava agora numa banda musical.

A dado momento, Waz e Denny OG se complementavam. Ninguém ofuscava o outro. Havia uma harmonia perfeita entre o jovem e o artista consagrado. E ambos estavam muito bem servidos com duas vozes femininas que faziam os coros.

A PARTIR DE AGORA VOU APOSTAR TAMBÉM NA MÚSICA AO VIVO
Questionado pelo “Notícias” se aquele espectáculo ao vivo significava um ponto de partida e uma nova maneira de estar na música, Denny OG explicou, “cantar com banda era coisa que sempre quis. Faltava-me apenas oportunidade para o fazer. Como sabe, tocar com banda é muito oneroso. Acarreta muitos custos. Mas depois desta experiência no “Franco” vou a partir de agora apostar neste tipo de “shows”.

Foi um teste interessante. Depois desta actuação, já começo a dar razão àqueles que diziam que cantar ao vivo tem outro feeling. Na verdade, para um músico que se preza, é importante também cantar ao vivo”.

E deixa em jeito de mensagem uma recomendação “para todos aqueles que têm a música a correrem-lhes pelas veias, devem enveredar por uma experiência de música ao vivo. Eu aprendi que numa actuação ao vivo, o cantor vai para além do que o CD do “dj” permite. A actuação com banda abre-lhe um campo de improvisação e de maior criatividade. Sei que isso é muito caro, mas quando houver possibilidades será sempre bom tentar”.

WANTSONGO E BÚFALO: REPETITIVOS
A dupla Búfalo e Wantsongo foi uma das convidadas do “show” ao vivo de Denny OG. Embora houvesse muitas expectativas à volta da sua actuação, nada de novo trouxeram. Brindaram o público com a já “gasta” representação de um discurso popular de Samora Machel. Cantaram uma música sobre violência doméstica, agora seu cartão-de-visitas.

Para este dueto, pese embora esteja em bom momento artístico, será importante dizer que Búfalo e Wantsongo deverão inovar o seu trabalho. O público gosta de sucessos antigos, mas também quer inovação no trabalho. Principalmente ver coisas novas. Se não renovarem podem cair no insucesso. Apostar em novas criações são valores indispensáveis a qualquer artista que se preza e que se pretenda bem sucedido.

A repetição exaustiva pode ser insustentável a longo prazo. È verdade que a dupla vende muitos discos (e também é muito solicitada para “shows”), mas terá que dar maior atenção a criação de novas propostas para os seus fãs.

A apresentação do espectáculo esteve a cargo do actor e humorista Mário Mabjaia, que não fugindo à regra, não perdeu a oportunidade para trazer alguns momentos de comédia.
O músico Denny OG edita pela Globe Musica e faz parte da “Label” Bang Entreteniment.

Albino Moisés

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