Música para além da guerra dos rios
A “guerra dos rios” fica fora dos palcos. A música faz o seu diálogo longe da navegabilidade dos Chire e Zambeze, que criou “barricadas” diplomáticas entre Moçambique e Malawi.
Dilon Djindji é o rosto dessa relação artística. O “king” de marrabenta estará, este mês, na terra de Bingu Wa Mutharika para uma série de espectáculos.
Antes da partida, Djindji faz uma espécie de “retorno” às origens, para buscar um grupo que tem o nome do distrito onde se apresentou como músico, mesmo nas suas “disputas” com Fany Pfumo. Referimo-nos à banda Estrela de Marracuene, composta pelo baixista João Cossa, o baterista Samito, o seu filho Fernando Djindji na viola solo, e Ernesto Dzevo como contra-solo.
A “guerra dos rios” fica fora dos palcos. A música faz o seu diálogo longe da navegabilidade dos Chire e Zambeze, que criou “barricadas” diplomáticas entre Moçambique e Malawi.
Dilon Djindji é o rosto dessa relação artística. O “king” de marrabenta estará, este mês, na terra de Bingu Wa Mutharika para uma série de espectáculos.
Antes da partida, Djindji faz uma espécie de “retorno” às origens, para buscar um grupo que tem o nome do distrito onde se apresentou como músico, mesmo nas suas “disputas” com Fany Pfumo. Referimo-nos à banda Estrela de Marracuene, composta pelo baixista João Cossa, o baterista Samito, o seu filho Fernando Djindji na viola solo, e Ernesto Dzevo como contra-solo.
O “king” vai a Malawi a convite de um amigo que tem acompanhado a sua carreira. Fascinado pela forma como ele se impõe em palco e assume o espectáculo, não resistiu a fazer uma proposta para actuar naquelas terras. Djindji disse “sim” e prometeu ao amigo um “grande espectáculo”. É com segurança juvenil que assume os desafios. Pelo menos assim o disse na curta entrevista que tivemos. Primeiro, assume com simplicidade os seus 83 anos de idade e 70 de carreira, para depois garantir que se sente muito jovem e com capacidade de dividir o palco com muitos que marcam a nova música.”
“Toquei na guitarra pela primeira vez aos 11 anos. O meu tio gostava de andar comigo nas suas bebedeiras e, sempre que ficasse grosso, dava-me a guitarra para segurar e ai eu aproveitava e aprendia algumas notas.”
Mesmo desejando fazer apenas uma carreira musical, não resistiu às condições de vida e, em 1951, seguiu o mesmo caminho de muitos outros jovens que encontraram na África do Sul uma saída. Era o período de dzukuta em Moçambique.
“Em 1951, fui para África do Sul. nessa altura, aqui dançava-se muito dzukuta. Foi nesse momento que conheci Francisco Mahecuana, Fany Pfumu e Alberto Mutcheca. Aliás, em 1973, subi ao palco pela primeira vez com Fany Pfumu.”
É com Fany que Djindji “discute” a coroa de “rei” de marrabenta. “FanyPfumu sempre reconheceu que sou o rei da marrabenta, só que o público tem criado equívocos sobre o assunto. Numa das suas músicas ele diz, ‘a Marracuene kuni king ya marrabenta, nwine a mu ngue lungui ka yona’, aí ele reconhece que em marracuene existe um rei da marrabenta, diante do qual vocês não podem aguentar. ele diz ‘vocês’ e não ‘você’, ou seja, ele excluiu-me, automaticamente, nesse problema reconhecendo, de seguida, que eu sou o único rei da marrabenta no país.”
“Toquei na guitarra pela primeira vez aos 11 anos. O meu tio gostava de andar comigo nas suas bebedeiras e, sempre que ficasse grosso, dava-me a guitarra para segurar e ai eu aproveitava e aprendia algumas notas.”
Mesmo desejando fazer apenas uma carreira musical, não resistiu às condições de vida e, em 1951, seguiu o mesmo caminho de muitos outros jovens que encontraram na África do Sul uma saída. Era o período de dzukuta em Moçambique.
“Em 1951, fui para África do Sul. nessa altura, aqui dançava-se muito dzukuta. Foi nesse momento que conheci Francisco Mahecuana, Fany Pfumu e Alberto Mutcheca. Aliás, em 1973, subi ao palco pela primeira vez com Fany Pfumu.”
É com Fany que Djindji “discute” a coroa de “rei” de marrabenta. “FanyPfumu sempre reconheceu que sou o rei da marrabenta, só que o público tem criado equívocos sobre o assunto. Numa das suas músicas ele diz, ‘a Marracuene kuni king ya marrabenta, nwine a mu ngue lungui ka yona’, aí ele reconhece que em marracuene existe um rei da marrabenta, diante do qual vocês não podem aguentar. ele diz ‘vocês’ e não ‘você’, ou seja, ele excluiu-me, automaticamente, nesse problema reconhecendo, de seguida, que eu sou o único rei da marrabenta no país.”
Quarta, 10 Novembro 2010 Gildo Mugabe.
Leia mais na edição impressa do «Jornal O País»
Sem comentários:
Enviar um comentário