A BANDA Nyacha da cidade da Beira tem no seu bornal o seu mais recente trabalho discográfico que se intitula “Mbavudzatho”. Mbavudzatho é língua Sena que traduzido para o português significa “As nossas forças”.
O trabalho que conta com 10 composições, já está praticamente pronto e falta apenas a fase de reprodução, mas esta etapa é avaliada em 15 mil meticais, valor a banda não possui.
O custo total da produção do disco estava estimado em cerca de 130 mil meticais. E eles foram conseguindo arranjar o dinheiro, realizando espectáculos, tirando dos bolsos dos integrantes da banda e ou aceitando ofertas dos amigos e fãs do Nyacha.
O trabalho que conta com 10 composições, já está praticamente pronto e falta apenas a fase de reprodução, mas esta etapa é avaliada em 15 mil meticais, valor a banda não possui.
O custo total da produção do disco estava estimado em cerca de 130 mil meticais. E eles foram conseguindo arranjar o dinheiro, realizando espectáculos, tirando dos bolsos dos integrantes da banda e ou aceitando ofertas dos amigos e fãs do Nyacha.
Em princípio, tudo indicava que o seu disco fosse ser lançado no passado 7 de Abril – Dia da Mulher Moçambicana e que coincide com a data em que a banda completava sete anos de existência –, mas a falta de meios impediu a realização deste acto, impedindo que o sonho se tornasse em realidade.
Por outro lado, Nyacha se queixa da falta de colaboração por parte do empresariado da cidade da Beira, no que diz respeito ao apoio para o desembolso de fundos que os rapazes precisam para terminar o seu álbum e colocá-lo no mercado.
“Falta-nos 15 mil meticais para a reprodução de cópias. Por isso, temos estado a organizar concertos de modo a ganharmos mais dinheiro e com esforços próprios lançarmos o nosso disco. Se formos a esperar por apoios nunca mais iremos lançar nada, mas isso não quer dizer que não aceitaremos ajudas, pelo contrário, estamos aberto para tudo que vier porque já é tempo de trazermos este trabalho aos nossos fãs porque eles merecem este presente”, este é o pensamento de Timóteo Ntchussa, líder da banda.
Timóteo Ntchussa disse ainda que a participação dos amantes da música tradicional no evento é fundamental para garantir o rápido lançamento deste disco e que já está pronto desde de meados do ano passado, mas devido à exiguidade de fundos o mesmo ainda não está no mercado.
Soubemos de outras fontes que o disco de Nyacha, e que ainda está por lançar, já está a ser comercializado nas ruas e esquinas da cidade da Beira por jovens que se dedicam à venda de discos e DVD’s piratas. Este disco já aparece em “maquetes”.
AJUDAR A BANDA DO MOMENTO NA BEIRA
A banda Nyacha nos “shows” tem estado a exibir novos rumos. O intuito é proporcionar momentos diferentes não só aos fãs, mas também procurando definir novas linhas para a música na cidade da Beira.
“Nestes espectáculos têm estado a servir para mostrar que eles continuam com muita força. Temos estado a mostrar nos nossos espectáculos muita maturidade e a diferença, pois nos interessa simbolizar um crescimento. Afinal, são sete anos de existência”, disse. Entretanto, para os amantes da música tradicional naquele ponto do país, não há dúvidas que os Nyacha constituem o orgulho beirense e que eles são a banda do momento ao nível da cidade da Beira.
Dizem também que os seus espectáculos são um contributo valioso para a promoção da música de raiz, apelando, por via disso, aos homens fortes da Beira para que colaborem com esta banda, um dos veios de transmissão da música tradicional e do orgulho da Beira. Apoiar os Nyacha é também identificar-se com a cultura moçambicana, dizem os amigos da banda.
Por exemplo, o actor e coordenador do grupo de teatro Patamar, André Lucas disse ser imperioso ajudar a banda Nyacha na concretização de um dos seus maiores sonhos, lançar o seu primeiro disco ainda neste semestre.
Ele defende-se, dizendo que os Nyacha são a melhor banda do momento na cidade da Beira, daí o carinho com que devem ser tratados como forma de lhes ajudar a progredirem, a vários níveis.
“Os nossos empresários e o Executivo deveriam fazer um pouco mais pelos Nyacha porque eles são defensores ferrenhos de estilos tradicionais. Eles investigam e trazer ao público ritmos que são o nosso património cultural. Temos que estimular bastante as poucas bandas jovens que ainda primam pelos ritmos tradicionais e tomarmos em conta que a Globalização está a fazer com que muitos que comecem a trilhar pela música, investindo em coisas que nada têm a ver connosco e que nem nos identificam”, explicou. Já a bailarina e actriz do grupo teatral “Só Mulher”, Artemizia Cassamo, entende que, contrariamente ao que tem acontecido com as outras bandas que primam por estilos tradicionais, Nyacha não só tocam ritmos de Sofala, como trazem igualmente estilos de outros pontos do país. Tais são os casos de algumas províncias do centro e sul do país, o que, na sua opinião, faz com que aquele conjunto mereça um tratamento especial.
Enquanto isso, uma amante de música tradicional identificada pelo nome de Virgínia Manuel, disse ao nosso jornal que tem acompanhado atentamente as bandas que primam por estilos de “raiz” na cidade da Beira, tendo afirmado que “não há sombras de dúvida que os Nyacha são a banda do momento”.
A jovem disse ainda que, ao nível da cidade da Beira existem muitas bandas que merecem um forte elogiou, tendo apontado os Djaaka, N’fite, The Mosquetões, mas assegurou que a banda Nyacha tem a particularidade de conseguir manter a sua performance.
“Beira tem muitas boas bandas e que primam por estilos tradicionais, mas Nyacha são muito coesos. É muito normal, por exemplo, vermos um elemento que ontem esteve nos Mussodji já a tocar com Djaaka ou numa outra banda. Mas com Nyacha isso não tem acontecido. Temos a mesma banda de sempre e cada vez mais rica e forte. Estão de parabéns por isso. Assim sendo, este conjunto precisa de um tratamento especial. O empresariado precisam ajudar estes jovens a atingir patamares altos”, referiu.
Entretanto, os Nyacha são resultados do projecto Ndongue da Casa Provincial de Cultura de Sofala e que tinha como principal dinamizador o finado compositor, David Mazembe.No seu primeiro disco, a banda em alusão conta, no entanto, com a colaboração de nomes como os irmãos Papy e Nelton Miranda, bem como Jimmy Gwaza, Will Matine, Pateta e o guitarista Momed Gafar (Mumy).
Eduardo Sixpence
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