quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Quem esqueceu Romao Felix, O Parafuso?

Click na imagem.

O meu amigo Roger escreveu-me a contar novas do meu idolo Parafuso. Nos meus tempos de mufana o gajo me gargalhava manigue mesmo com a Josefina dele. Embora eu ja havia postado algo sobre o artista nas primeiros dias deste blog, decidi juntar o resto do material que o Rogerio me mandou mais algum que tinha em arquivo e aqui esta para partilhar com quem gosta de ser feliz.

Em meados da década de 70 Portugal vivia a euforia da liberdade e uma série de transformações sociais motivadas pelo regresso de milhares de portugueses vindos das ditas "ex-colónias".

Mas nem o constrangimento motivado por esta situação evitou o sucesso de um humorista moçambicano, Romão Félix, que, com piadas simples mas certeiras, traçou, ao longo dos seus textos e interpretações, um retrato caricato da vida lisboeta.

Neste áudio o "Parafuso" telefona para casa, Moçambique, e descreve, de forma hilariante, o que tem visto na capital portuguesa, coisas novas para ele, como o metro, a televisão, a publicidade, etc.

Este vinil rodou em muitos gira-discos da época e as emissoras de rádio mais populares assaram-no até à exaustão.
"O Parafuso" foi gravado em disco a partir de uma apresentação televisiva. No início da gravação pode ouvir-se a apresentação feita por Fialho Gouveia.

Veja o video aqui.


Eis o link para o site do meu amigo Rogerio. Clique e aproveite.
http://rogertutinegra7.multiply.com/

Leia Mais…

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Orlando Venhereque prepara álbum

O jovem saxofonista moçambicano, Orlando Venhereque prepara-se para lançar o seu primeiro disco. Ainda sem título, o álbum vai servir de mostra do que o jovem saxofonista tem vindo a assimilar na escola de música da Universidade de Cape Town, na África do Sul.

Orlando Venhereque começa a dar os primeiros toques de saxofonee com o professor Orlando da Conceição, exímio saxofonista e divulgador da cultura musical moçambicana.

“Fui muito influenciado pelo professor Orlando. Maior parte dos temas que interpreto contam com a sua mãozinha mágica.

O seu apoio artístico reflecte-se neste disco”disse.
Venhereque conta com a participação de uma naipe de músicos que também estudam música na Cidade do Cabo, na África do Sul.

O saxofonista ainda a residir em Maputo trabalhou com vários grupos e músicos como os “Timbila Muzimba”, Dino Miranda que recentemente lançou o seu trabalho discográfico, Helder Gonzaga, o guitarrista Walter Mabas, o viola baixo Ivan Mazuze e com um dos maiores guitarristas de todos os tempos, Jimmy Dludlu.

Orlando Venhereque encontra-se na capital do país e apresentou-se em vários concertos em que ficou evidente a sua performance em palco. O disco será gravado na África do Sul e contará com a participação também de músicos estrangeiros.

Escrito por Abdul Sulemane

Leia Mais…

Dj Elisio - Cheira a catinga (Club Mix)

Leia Mais…

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Aconteceu no +Jovem

Os jovens musicos debateram sobre o nossa musica no programa +Jovem transmitido pela TVM.

Leia Mais…

Entrevista com DMG para o Maningue Nice

DMG fala de como foi a colaboracao com Ace Nells no seu mais novo trabalho. Confira.

Leia Mais…

Video Doppas Live no Coconuts

Leia Mais…

Lizha e Ziqo escalam EUA e Brasil


Os músicos moçambicanos Lizha James e Ziqo estão de malas aviadas para os Estados Unidos da América e Brasil, onde ainda este mês vão realizar quatro espectáculos musicais.

Com a ida às “américas”, Lizha, a raínha do ragga, diversas vezes nomeada e igualmente vencedora dos prémios da TV sul-africana Channel O, e Ziqo, autêntico sucesso nas pistas de dança nacionais, vêem assim coroados os trabalhos por si desenvolvidos nos últimos anos, onde conquistaram os corações da quase maioria dos jovens da “Pérola do Índico”.

Os dois procuram, agora, o estrelato nas terras do “tio Sam” e do samba. No primeiro país, vão realizar dois espectáculos. Ziqo, particularmente, vai ficar mais tempo fora de casa, tudo porque, numa iniciativa pessoal, pretende concretizar um sonho antigo: estudar Engenharia de Som, isto numa das diversas escolas espalhadas pelos Estados Unidos.

Uma ideia amadurecida aquando das férias que passou recentemente naquele país do Atlântico. O jovem músico e também produtor musical, proprietário de um dos melhores, senão o melhor, estúdios musicais do país, espera, no seu regresso, daqui há três meses, poder trazer consigo um “background” para engrandecer a música jovem moçambicana.

“Mamã Lizha”Foi sem querer, pois não conseguiu “segurar” o segredo quando confrontada com essa possibilidade. Lizha acabou deixando escapar, em exclusivo ao “O País”, que vai ser mamã este ano: “(...risos prolongados) apanhaste-me desprevenida, mas já que insistes eu vou lhe dizer que pretendemos aumentar a nossa família. O casamento é também um projecto”, e mais não disse.
Escrito por Isac Naiene

Leia Mais…

Zavala vai ter centro cultural

A Associação dos Amigos e Naturais de Zavala, AMIZAVA pretende instalar ainda este ano um centro cultural no posto admnistrativo de Quissico em Inhambane. A instituição estará vocacionada para a preservação da timbila, instrumento declarado património mundial pela UNESCO.

Para a materialização desta iniciativa, a AMIZAVA está num “lobby” intenso junto de instituições doadoras para permitir que a mesma seja uma realidade por alturas da realização do festival de timbila Msaho 2009.

Segundo o Secretário-Geral da AMIZAVA, Rodrigues Mário a ideia é permitir que os mais jovens tenham acesso à bibliografia sobre a história da timbila, ao mesmo tempo que poderão participar no fomento do gosto pela cultura moçambicana.

Mário diz que desde que lhes foi atribuído o selo “Made In Mozambique “pelo Chefe de Estado o ano passado sentem que têm uma responsabilidade muito grande na elaboração de projectos sócio-económicios e sociais para a revitalização do distrito de Zavala.

No último Msaho participaram mais de 30 mil pessoas. O dirigente acrescenta que a AMIZAVA vai fazer a promoção das potencialidades eco-turísticas de Zavala, sabido que possui uma orla bastante atractiva, que pôde gerar receitas para o desenvolvimento da região
Escrito por Edmundo Chaúque

Leia Mais…

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Brevemente boneca da Neyma nas bancas


Nos meados do ano passado, pegou em si e num sonho que há muito povoava a sua cabeça, embalou a sua mala e viajou até Hong Kong. Não ia de férias, ia trabalhar e pesquisar a possibilidade de se fabricar uma boneca com as suas feições.
Quem conversa com Neyma sente no ar uma aura mágica que se pode descrever como uma mistura de simpatia e espontaneidade. Neyma é simples. Mas tão simples que chega a meter dó. É daqueles rostos famosos que mais do que belos são humildes por revelar, através do sorriso, mais do que as palavras, somente o necessário.

Neyma, que é uma cantora com um percurso já definido na sua carreira, pois, através do seu estilo e o ritmo das suas músicas acrescidos à sua voz dócil esta jovem, mulher, mãe e num futuro breve, boneca, já é uma referência.

Nos meados do ano passado, pegou em si e num sonho que há muito povoava a sua cabeça, embalou a sua mala e viajou até Hong Kong. Não ia de férias, ia trabalhar e pesquisar a possibilidade de se fabricar uma boneca com as suas feições. Na verdade Na ambiciona criar uma linha infantil em que possa associar a sua imagem às crianças pois certeza tem de que o maior número dos seus admiradores são os petizes.

Não há ainda data prevista para o lançamento dos mesmos produtos pois não são de fácil concepção ou criação. Segundo revela, há muito trabalho ainda por se fazer pois só o molde de uma boneca leva dois meses a ser feita, mas ainda assim o tempo que for preciso esperar não será motivo de desistência pois ainda que passem dois ou três anos a boneca estará nas bancas.

Planos para este ano
Neyma Alfredo tem muitos mais planos para o presente ano. E garante que será um ano promissor pois, sonhos há ainda por concretizar. Este ano é também muito especial para si.
E há razoes para o regozijo, pois completa dez anos de carreira,30 anos de idade, o seu filho faz um ano e a sua filha 9 anos. Será um ano de festa e muitas concretizações.

Em relação ao próximo trabalho, Neyma não revela nomes, e nem datas. Apenas deixa no ar um misto de surpresa e garantia. A garantia de que todos terão o seu próximo trabalho, que será uma mistura de vários estilos musicais mas sem fugir da sua linha original de ritmos de África.

Outro detalhe do seu próximo trabalho é em relação aos produtores. Estes serão moçambicanos e (...) provavelmente estrangeiros. O certo é que Neyma garante-nos um CD diferente e com estas duas vertentes na produção.

Neyma diz-se admiradora nata da cantora Mingas, mas ao mesmo tempo revela-se hiper apaixonada pelo trabalho da cantora brasileira Ivete Sangalo com quem sonha um dia fazer um dueto. Na sua lista de duetos constam nomes como os de Johnny Ramos e Jacob dos Kassav. São sonhos e vontades que espera concretizar um dia.

Não se compara a ninguém e afirma ser difícil comparar-se a quem quer que seja porque, isso teria de vir de outras pessoas. Entretanto, tudo o que é agradece aos fãs, aos órgãos de informação, no geral, que muito tem contribuído para divulgar os seus feitos. E a nós, resta-nos desejar um ano de ‘’arromba’’ na concretização dos seus sonhos.
Fonte:opais

Leia Mais…

Festival da Marrabenta: É a hora das velhas glórias

ELES andavam esquecidos. Pareciam peças ornamentativas num museu de arte. Alguns chegaram até a aventar a hipótese de “pendurar” as guitarras. Mas, em boa hora, alguém lembrou-se deles e pretende colocá-los no seu lugar merecido. Estamos a falar dos músicos da velha guarda. O panteão formado por Alberto Mhula, António Marcos, Dilon Djindje, Alberto Mutcheka, Galtons, Xidiminguana e o conjunto Vhutu Gaza, Gabriel Chiau e Conjunto Djambo 70.


Assim, a partir do dia 30 estes artistas serão o centro de atenção dos amantes da música, numa cerimónia que arranca no Centro Cultural Franco-Moçambicano a partir das 20.30 horas.

Para além deste concerto inaugural estão ainda agendados outros espectáculos para os dias 2,3 e 7 de Fevereiro. Ou seja, na Vila de Marracuene e no Centro Cultural de Matalane e Chibuto na província de Gaza.

Neste momento, os músicos da velha guarda e também bandas jovens apostados nesse ritmo ensaiam na Casa da Cultura do Alto-Maé em Maputo. Trata-se da Banda Maningue Nice e Rádio Marrabenta. A ideia é de promover um intercâmbio entre as duas gerações. Estes jovens aparecem apadrinhados pelos grupos dos “mais velhos”.

O evento que está a ser organizado pela Logarítimo e tem por objectivo resgatar a música moçambicana na c mponente marrabenta, valorizando os seus praticantes e apreciadores.

Por outro lado, o “Festival Marrabenta” pretende contribuir na preservação e promoção da cultura moçambicana, através da assunção de atitudes, prática de composição entre outros.

No decorrer deste evento haverá workshops, palestras, debates, estúdios abertos, espectáculos musicais e o comboio da marrabenta.
Os espectáculos são antecedidos de seis dias de estúdios abertos e três workshops para elevar a qualidade da exibição artística.

Com efeito, os músicos farão abordagens sobre como demonstrar as suas habilidades e vão expôs os instrumentos de uso nas suas composições musicais, e procederão à demonstração das várias formas de dançar a marrabenta desde os anos 60 até aos dias de hoje.

“Marrabentar” a bordo do comboio
Inserido nesta iniciativa, será levada a cabo uma experiência ímpar. Um comboio com marrabentistas a bordo irão fazer história.

Tratar-se-á de um espectáculo em que será feito dentro do comboio que partirá de Maputo, na estação dos Caminhos-de-Ferro para Marracuene.

Nele viajarão músicos e passageiros que vão interagir durante o percurso através da dança, música e conversa em torno da música moçambicana. O destino do comboio será Gwaza Muthini, local de celebração da festa guerreira, que coincide com a época do ucanhu.

A ideia da produtora em fazer o comboio marrabenta vem da vontade de criar uma ponte entre os dois principais palcos do festival, que são a cidade de Maputo e a Vila de Marracuene.
Segundo estes organizadores, levar o Comboio a Marracuene integrando o festival é um meio de comunicação forte.

Assim, a Logaritmo é sua ideia integrar este “Comboio Marrabenta” em todas as edições deste festival. Ou seja, anualmente.

AGREGAR VÁRIAS FAIXAS E GERAÇÕES
Segundo os organizadores, definem a música como um dos elementos potencialmente capaz de agregar várias faixas etárias e gerações num único prisma, sendo este um instrumento poderoso de mobilização e crítica social, capaz de provocar mudanças compor­tamentais numa sociedade. Deste modo o festival de marrabenta não se dissocia dos demais problemas que afectam os moçambicanos, que de uma forma transversal e bem patente nos conteúdos das músicas e workshops de intercâmbio e nos estúdios abertos serão abordados.

Recordar que a primeira edição do festival de marrabenta aconteceu no ano passado teve como convidados artistas que simbolizam este género tendo em conta que a maior parte dos que trilharam por este estilo musical já desapareceram fisicamente. Nele tomaram parte Xidimigwana e o conjunto Vuthu Gaza, os Galtones, Alberto Mutcheca, Dilon Djinji, conjunto Estrela de Marracuene e Manjacaziano (Alberto Mula).

Foram três dias de demonstração da força da marrabenta, da força dos seus praticantes que mesmo com idade avançada continuam grandes executores de uma das expressões mais significativas da música popular moçambicana, a avaliar pela participação do público nos três concertos e pela reacção muito positiva da crítica jornalística, da opinião pública e do próprio governo através do ministro da Educação e Cultura, Aires Aly, que afirmou no primeiro dia do festival que era uma realização que dignifica a música moçambicana e o país no seu todo.

Leia Mais…

Lizha James nomeada embaixadora contra a pobreza


A Cantora Lizha James, foi recentemente nomeada embaixadora da luta contra a pobreza pela empresa sul-africana Southern Trus, cujo objectivo principal é lutar contra a pobreza.

Na mesma altura gravou um vídeo clip com músicos africanos de renome como Hugh Masekela, Ivone Chaka Chaka, Loyisso, Lyra e outros. O video de Lizha James estreou ontem em exclusivo na STV.

Autora de vários temas populares, com realce para “Nita Mu Kuma Kwine”, actua com alguma frequência em concertos que decorrem na Cidade de Maputo e noutras capitais provinciais. Um dos aspectos que distinguem esta artista das demais é o recurso a coreografias que dão mais brilho à sua presença em palco. Lizha é aquela cantora que canta de tudo.

Tem muita paixão por temas sociais, em particular, sobre o amor ao próximo.
A cantora Lizha James esteve este ano nos Estados Unidos e Brasil a apresentar trabalhos seus na companhia de Zico.

No ano passado, Lizha James teve o mérito de ser uma das nomeadas para a categoria dos melhores vídeos da academia da grande cadeia televisiva virada para o entretinimento, a MTV. Também na outra emissora de TV, a Chanel O, Lizha arrecdou louros ao ser uma das laureadas.
Fonte: opais

Leia Mais…

Video de Rui Veloso e Marisa

Leia Mais…

Video de Elvira Viegas - Deixem-me Estudar

Leia Mais…

Top Label


Top Label, nova promessa no mundo da música moçambicana, uma label que tem como membros, os Top´s em termos de espectativas para inicio de carreira musical, conta com um elenco muitíssimo famoso e caloiro, mas também com alguém que no mundo da música em particular, "Boa Música" a conceituada Gabriela, aliás, label naqual pertence ao seu marido, Zema.

Jovem empresário bem conseituado, conhecido pelo seu atrevimento no mundo dos negócios e pelo seu consequênte sucesso, desde os tempos do Clube da Juventude... Top Rádio.
Top Label conta com vários concorrentes do maior cocnurso de música do país Fama Show, e tem nomes reconhecidos como Marcia Rocha, Yolanda Ana,Júlio António, Abuchamo M., Nuno e outros.

Publicada por Simao Micas (Xabindzamedia)

Leia Mais…

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Dama do Bling, Valdomiro José e Marlene fora da Bang


O dono da Bang Entertainment, Bang, lançou um comunicado a informar nesta semana que os cantores: Dama do Bling, Valdomiro José e Marlene já não fazem parte da sua Label a Bang Entertainment, por motivos ainda desconhecidos.

Desconhecidos como não, pode-se ainda fazer juízo da relação existente entre eles, pois, recentemente a Bang Entetainment vem promovendo um espetáculo para omenagear Menina de Ouro de Moçambique Maria Mutola e uma vez fora da Label e também anuciados como sendo um espetáculo da Bang, foram convidados cantores conseituados como Stewart Sukuma dentre outros e para surpresa ou não o nome dos que recentemente siram da Label, não foram mencionados.

Publicada por Simao Micas (Blog xabindzamedia)

Leia Mais…

Papo com Edu...


O musico Edu fala do seu tempo de mufana na cidade da Matola e revela sua agenda... Confira!

Leia Mais…

Magid Mussá, reflecte sobre sua carreira


Magid Mussá uma das estrelas carismáticas da música moçambicana na década noventa anda aparentemente sumido dos palcos. Dono de uma grande voz, autor de grandes sucessos como “Sikhetana” e “Ihone Uwé” anda na estrada da música há 30 anos e está a caminho de celebrar 50 anos já no dia 22 de Janeiro. O “Notícias” entrevistou-o semana passada para falar da sua carreira cuja parte permanece desconhecida por parte da nova geração. Magi Mussá que atravessa alguns momentos difíceis, nessa entrevista refere que se tivesse disponibilidade financeira gostaria de celebrar os 50 anos com um concerto onde estivessem todos: familiares, amigos e fãs. Segue parte significativa da conversa.

Como entra para música?
- A música vem já da família. Os meus avos eram timbileiros e zore. Mas a minha inspiração vem da imitação de músicos em voga na época do Kénia, RDCongo e mais tarde de vozes como de caso de Roberto Carlos, Percy Sleidg, Otis Reding e por ai fora.

Isso na década sessenta até por volta de 1974, onde ai comecei a tocar já a sério. Isso na cidade de Inhambane, minha terra natal. Era uma altura em que militavam vários artistas da época, caso de Feola, Djaco Maria, Maciele, Alipio Cruz "Otis". Todos esses viviam na mesma zona, em Santarém e Liberdade. Foi nessa altura em que fabriquei a minha primeira viola de lata de azeite Oliveira. É nessa viola que criei o temas “Ana” mais tarde, interpretada e gravada pelo grande músico Djacko Maria, uma música que fez bastante furor na altura.

Na véspera da independência, tive o privilegio de participar num festival de música Pop em Inhambane. Nele concorriam sete grupos e eu conquistei o primeiro lugar. E como premiação, eu “ascendi” a uma categoria de poder actuar acompanhado de uma banda num “bayle”. Nessa altura tocar num “Bayle” era sinónimo de prestigio e consideração . Isso representava ainda ganhar uma certa visibilidade pública e conquistar um certo “status” social. Zainadine, que hoje é um empresário da área de construção civil- o Abranches ( já falecido).

- E quando é que entra para a música propriamente dita?
- Entro quando gravo meu primeiro tema na Rádio Moçambique, o álbum “Sikhetana” traduzido por “meninos deixem de ser levianos” em 1979. Eu ainda era estudante da Escola Agraria da Namaacha. Dai passei a desenvolver a música Moçambique enquanto exercia a minha profissão de professor, primeiro na Moamba, Chókwé e em Machulane, distrito de Manjacaze. Nessa altura era período de guerra. Muitos professores recusavam ir para essas zonas assoladas e perigo.

A dado momento, da sua carreira, você sumiu dos palcos. A que se deve?
- Houve duas situações que imperaram para o meu sumiço. Primeiro, tive problemas sociais: divorcio. E seguiu-se a uma “queda”, quando fui parar de baixa no Hospital Central de Maputo. Isso terá contribuído para a minha redução e constância dos palcos.

Há bocas, inclusive de teus fãs que dizem ver-te com excessiva frequência nas barracas a “bateres um copo”, não será também um outro motivo que o leva a desaparecer dos palcos?
- Olha senhor jornalista, perceba muito bem: o que tem acontecido nestes tempos é a inveja. Há uma espécie de facção que não me quer bem. Quando me vê apontam-me o dedo e dizem “aquele manhembana está a subir”. E na hora dos espectáculos essas pessoas influenciam os realizadores e produtores de concertos para não me incluírem. Isso dói! Afecta-me. Quanto a história de barracas que falas, isso é difamação. Não sei se isso constitui a verdade! Eu não sou uma pessoa que ande de barraca em barraca. E quando estou lá estou normalmente com pessoas do meu nível. Até porque hoje as barracas viraram centros comerciais. Tudo se adquire na barraca: a partir de um simples fósforo até aos mais varridos produtos. Mas por outro lado, quando frequento essas barracas, como músico vou a busca de inspiração.

Que espera do novo “staff” da “Associação dos músicos”?
- O novo secretário-geral dos músicos Domingos Macamo é um bom trabalhador. Tenho fé que ele irá corresponder com todas as expectativas dos músicos. Mas para que ele viabilize o seu projecto irá precisar, seguramente do apoio de todos nós- os músicos.

A UEM introduziu um curso de música. Que “revolução” se espera nesse campo?
- Olha não sei qual é o currículo que está a ser implementado nesse curso, por isso terei dificuldades em comentar com propriedade. A formação ciência é bem vinda. No final do curso as pessoas serão dotadas de conhecimentos científicos e deixarão de tocar empiricamente. Isso é positivo. Mas a formação só em si não é tudo. Para mim, para além da formação há coisas que imperam: a atitude. A atitude conta muito. Sabe, é como você aprender Matemática para ser um bom engenheiro...mas depende da sua orientação e saber de como se posicionará perante o trabalho.

Como vê o trabalho das editoras?
- Algumas editoras precisam de ser editoras no sentido puro da palavra. Elas não tem uma política editorial do seu trabalho. Tem dificuldades sobre os materiais que devem editar. Muitos dos que trabalham directamente com os materiais musicais, paradoxalmente, não percebem patavina de música. Nunca estudaram música, não tem noção sobre a música. Resultado: você entra numa dessas discográficas e alguém te diz, “olha não é isso que as pessoas querem. Se deseja editar aqui então vira para o pandza”! E eu pergunto, será que todo o povo moçambicano quer ouvir só o pandza?

Como avalia a nossa música no geral?
- Está a progredir. Felizmente, alguns cantores jovens já começam a aparecer com algumas mensagens educativas. Paulatinamente os conteúdos tem melhorado.

As vozes femininas da vossa geração mostram tendências de sumiço. Será impressão?
- Elas estão ai a trabalhar. Elas estão a espera que os realizadores e produtores de espectáculos lhes ponham no seu devido lugar: no palco. Elas não se esqueceram de cantar. Nalgumas vezes cantam em casas de pasto como eu. E depois as más-línguas vão apontar o dedo e dizer que vimos, por exemplo a Helena Nhantumbo, a Elvira Viegas ou a Elsa Mangue a cantar nas barracas...Essas cantoras existem e os empresários sabem onde localizá-las. É só convidá-las. É preciso quebrar essa coisas de se ver actuar as mesmas pessoas. O povo também quer alternativas e diversidade.

Nestes anos da sua carreira tem algum episódio que lhe marcou particularmente
- Há um que ficou indelevelmente marcado. O episódio que vou contar é muito marcante. Trata-se do dia em que perdi um dos dedos da minha mão direita em 1984 venho a Maputo de férias. Nessa altura um dinamizador da cultura do Partido Frelimo que já me conhecia como músico-estudante convidou-me a ir actuar em Inhambane. Estavam igualmente convidados o grupo de Makwaela dos TPM. Íamos fazer uma digressão pelos distritos. Era período de guerra. Nessa altura de guerra em Inhambane estava lá o famoso comandante Domingos Fondo. Eu aceitei a proposta. Eu levei a minha banda “Som 75”.. São que os componentes da banda exigiam ir de avião. Tinham medo de viajar via terrestre. Tínhamos que viajar pelos autocarros da ROMOS. Em Inhambane cumprimos durante duas semanas com a nossa agenda que tinha como objectivos angariar fundos para apoiar os deslocados de guerra. A nossa viagem de regresso é que foi um desastre. Na altura os “matsangaissas” tinham atacado o autocarro em que seguíamos.

Conte-me com algum detalhe...
- Ora tudo aconteceu no dia 19 de Janeiro. Despedi-me da minha mãe. Mas algo me dizia que eu não devia partir. Tive um pressentimento de que algo iria ocorrer. Mas eu tinha que viajar porque iria comemorar o meu aniversário natalício no dia 22.

Na manha desse dia 19 de Janeiro, partimos a partir do Hotel Palmeiras da Maxixe. O machimbombo da ROMOS era novo. A bordo seguiam também os artistas de Makwaela dos TPM e outros passageiros. Inclusive nessa viagem seguia também o editor do vosso jornal Jaime Cuambe, por sinal ele foi o último a embarcar, ele trazia nas mão o seu gravador, creio que vinha de uma cobertura jornalística algures.

Durante a viagem de regresso a Maputo eu embalo-me de sono. A 40 km de Inhambane, na zona de Cumbana. E só desperto aos sons de um tiroteio. Deviam ser 8:00 horas da manhã. O disparo fez com que o autocarro perdesse o comando e tivesse capotado, tendo ficado “deitado” do lado das portas... foi uma chatice! Ai é que foi uma carnificina. O autocarro embora tombado, recebia uma chuvada de balas, vindas por todos os sentidos. Mesmo assim, alguns passageiros pulavam milagrosamente das janelas. Foi nessa altura que eu apanhei uma bala que me decepou o dedo “mínimo” da mão direita. Muitos que tentavam saltar eram apanhados nas matas...enfim. Sabe, eu não sei até hoje como é que escapei daquele machimbombo. Minutos após eu abandonar o carro, vi a distância, uma fumaça: autocarro estava em chamas. E os corpos carbonizados...

E qual foi o rescaldo?
- Morreram seis artistas dos 11 grupo de Makwaela dos TPM. No total, segundo mais tarde os jornais reportaram falaram de 27 mortos. Mas eu pessoalmente, acredito que esse número está aquém do real. Naquele dia morreu-se! Veja que até as vítimas foram enterradas no local. Hoje, quem passa do local pode ver essa campa. Esse foi na verdade o que me marcou neste anos de músico.

E dos bons momentos?
- São muitos. Mas vou destacar a gravação do meu primeiro disco. Houve também um momento alto: quando ganhei em 1992 o prémio Masseve da TVM.

Como gostaria que fosse a celebraçao do seu aniversário de 50 anos?
- Olha, estou em “baixo” financeiramente. Estou a precisar de uma ajuda para concretizar um desejo: reunir amigos, familiares e fãs para juntos cantarmos “parabéns” . Gostaria por, exemplo de ter um festival na celebração do meu aniversário. Onde os meus amigos actuassem..

Projectos para 2009?
- Estou a trabalhar para dois CDs que devem sair este ano. Vou continuar a tocar nas casas de pasto para a minha sobrevivência. Estou a trabalhar com uma banda “The Friends” liderada por Sara Aly, por sinal ela é a fundadora desta banda que conta entre outros nomes o do teclista valy Camal
Fonte: Maputo, Janeiro de 2009:: Notícias

Leia Mais…

Entrevista com Dino Miranda

Dino Miranda, um filho da casa, artista a residir fora do país, como já havia referenciado no programa Moçambique Canta está de férias, fazendo parte do rol de artistas que a 99FM tem vindo a entrevistar nos seus estúdios.

99FM: Dino Miranda sê bem-vindo ao programa Show da Manhã que acontece todas as semanas, de segunda a sexta-feira, das 6hs às 9hs, nos estúdios da Rádio 99FM que também passa a ser a tua rádio.
Dino Miranda : Caros ouvintes da 99FM e leitores do jornal 9cultura, obrigado desde já por esta oportunidade e dizer que é sempre uma honra fazer parte desta família.


99FM: O que nos trazes na tua bagagem?
D.M : O meu álbum, que foi lançado recentemente num grande show na cidade do Cabo na vizinha África do Sul. Foi um sucesso, é e um prazer trazer este trabalho de volta a casa.

99FM : O teu álbum chama-se Moya wa Kaya. Porquê este título? Por sinal é o teu primeiro álbum...
D.M : Moya wa Kaya, significa ares de casa ou ventos de casa.
Depois de The Single Fatal, venho a trabalhar neste projecto há 10 meses, tendo terminado em Novembro deste ano. Moya wa Kaya, porque este álbum reflecte uma fusão de música moçambicana, ritmos de Moçambique, nao só de Maputo, mas também de diferentes partes do país, aquilo que eu vinha a aprender com grandes músicos moçambicanos, como é o caso do Chico António, toquei muito com ele no projecto Ouzaga, em 1997/98, então eu vinha bebendo ritmos tradicionais do sul, centro e norte de Mocambique. Quando vou para a África do Sul, tive a oportunidade de trabalhar com diferentes músicos sul-africanos, de tocar música sul-africana, (kwela), jazz, música africana, hip hop, rock e outros estilos de música. Esta bagagem toda, o meu background, é mais rock, antes da música tradicional moçambicana ou antes de qualquer outro estilo de música.

99FM : Quando é que entra no mundo da música, quando começa a cantar, e porque este estilo musical, visto que está a estudar música na Universidade de Cape Town?
D.M : Comecei em 1993, com um estilo “da pesada”, rock alternativo. E o meu estilo musical é uma fusão entre tudo o que conheço e aprendi de música do nosso e de outros países, desde o aspecto tradicional ao moderno. Tanto é que o espectáculo no Centro Cultural Franco- Moçambicano, vai ser em dois palcos: um dentro e outro fora, com convidados como os Timbila Muzimba e uma banda de Reggae Music, mesmo para criar uma mistura de ritmos e estilos musicais.

99FM : Dino, fala-nos um bocado das participações que tiveste neste álbum Moya wa Kaya...
D.M : Tive participações de grandes músicos sul-africanos e também de moçambicanos, como, por exemplo, Tony Paco que tocou bateria e percurssão em todo o álbum, tive o Franc Paco, que fez a música Seed, que é a número 1 do CD; o Ivan Mazuze, que o fez o saxofone e flautas; o músico sul-africano, Luck Saville, que fez teclados, pessoal do grupo Yuphuro, que fez percussão para a música 12, que dedico à Donna, minha filha, e mais...

99FM : Como é receber elogios dos fãs em Moçambique?
D.M : É muito especial ter quem percebe o meu conceito musical, saber que temos público que percebe e apoia o meu estilo no nosso país, e repito: é mesmo muito especial..

99FM : Daqui para a frente, que planos?
D.M : Bem, como qualquer músico moçambicano, o meu objectivo é levar a música moçambicana além-fronteiras, viajar bastante, poder trocar impressões com grandes músicos internacionais e poder representar o meu país.
Radio 99FM

Leia Mais…

Video de Stewart Sukuma - Volumbe

Leia Mais…

Video de Trio Fam - Continencia do album Tchova Xita Duma

Leia Mais…

Ziqo entre nós por alguns dias


O jovem compositor, intérprete e produtor, Zico, está em Maputo, numa curta estadia. Ele está a frequentar um cuso de engenharia de som.
"Estou em Maputo por pouco tempo, pois já iniciei o meu curso de engenharia de som. Com esta formação poderei aliar o meu lado de produtor ao próprio som que por vezes é um desafio", explica Zico.

O curso decorre nos Estados Unidos da América. "Estou a fazer o curso em Miami, na Flórida, na Escola de Artes".

Questionado sobre a duração do curso, Zico disse: “A formação vai levar três meses e é bastante rica. Acredito que depois dessa formação terei outra maneira de trabalhar. Aliás, em contacto com alguns músicos acabei vendo que nós pouco fazemos na música. Os outros trabalham profundamente desde a composição, aprumo da música até a arte final. Precisamos de nos tornar profissionais, trabalhar um pouco mais para conseguirmos produzir música com boa qualidade. Por um lado são as oportunidades, quer em instrumentos e facilidades, mas por outra há o trabalho, a dedicação que resulta nas boas músicas que ouvimos".

O curso custa nove mil dólares, dinheiro que sai do bolso do artista. "Estou a pagar o curso sozinho. Juntei o dinheiro que tinha, vinha fazendo economias e paguei. São nove mil dólares norte-americanos. Investi porque preciso do curso que me vai ser útil".




Watch more YouTube videos on AOL Video

Fonte: 99fm

Leia Mais…