O JOVEM músico Tony Django, vocalista da banda Kapa Dêch e que em noites de canícula e de frio aparece em diversas casas de pasto com uma turma de amigos a realizar concertos, bem como cantando para a sua banda de coração, fala da necessidade de os artistas começarem a pensar em ter quem lhes represente. Esta acção é vista por ele como uma mais-valia, pois o artista deixaria de pensar em que coisas que não estão intrinsecamente ligadas a ele para se dedicar mais à música, aos espectáculos que se pretende que sejam de grande qualidade, e também à composição.
Por exemplo, diz, os músicos precisam de ter representação para que possam ter tempo de se organizar e ter ainda poder ensaiar, discutindo alguns pormenores técnicos com os seus colegas, relacionados, ou não, com o espectáculo que vai dar.
“O que se assiste hoje é que o músico vai falar do espectáculo, negoceia cachés e tem que carregar os seus instrumentos e arranjar carro para o transportar. Como é que queremos que um artista chegue cedo ao local do evento se o promotor do mesmo não se preocupa com os detalhes inerentes à vida do músico. E quantas vezes os músicos vêm-se obrigados a arranjar-se na boleia de um amigo ou ‘entrincheirar-se’ nos chapas?”, questiona.
Tony, que é um dos vocalistas mais destacados da sua geração, diz ainda que não fala de um nível de agenciamento, por ainda estar-se longe disso, embora já comecem a surgir sinais que indicam isso, mas de uma organização que permita aliviar o músico de transtornos que, à partida, podem parecer pequenos, mas com uma influência muito grande no final da acção que ele vai fazer. “Com uma representação, o músico passaria a ficar um pouco mais liberto e com tempo para cuidar da componente musical e não andar a carregar violas e ainda conduzir carros”, comenta.
Tony Django entende que, para lá de uma produção musical de grande qualidade, o sucesso do artista faz-se também sentir com o seu bom espectáculo no palco e a sua excelente performance, com os aplausos incontidos do público.
“Mas todo este exercício deve começar nos bastidores, na produção e na forma como os organizadores dos eventos olham o músico, como o tratam. Este trabalho deve começar na forma como os empresários olham para o músico, pois, caso contrário, nunca chegaremos a lado nenhum”, sublinha.
PAGAR IMPOSTOS
O vocalista, que já fez dueto com o conceituado músico Ismaelo Lo, fala dos impostos que os músicos e os organizadores dos espectáculos devem pagar, da importância de não se fugir ao fisco, pois isso traz riscos, desvantagens e toda uma desmesura que não abona ninguém.
“Para que não sejamos apanhados por situações anómalas e ficarmos a pensar que estamos a ser perseguidos é melhor começarmos a fazer as coisas dentro daquilo que está estabelecido, das normas estatuídas. Esta é uma situação real a que não podemos e nem devemos fugir dela”.
Diz ainda que: “penso que o nosso trabalho deve ser regrado. Se eu canto e ganho dinheiro, então tenho que pagar impostos, mas também é obrigação de quem me faz cantar pagar esses impostos, como forma de encontrarmos um estímulo. E ainda, àquele a quem pagamos os impostos cabe a responsabilidade de nos ajudar a criar um ambiente de trabalho são e profícuo. Esta é a minha maneira de ver o mundo no qual estou inserido e estas são as minhas opiniões”. Na sua perspectiva, se cada um se dedicar um pouco e tecer as suas opiniões conseguir-se-á moldar a sociedade. E ela será como os mesmos cidadãos a desejam que seja.
“Das várias opiniões iremos colher o essencial para construirmos o nosso mundo artístico e belo”, comenta.
TONY E AMIGOS... PARA NOITES FINAS
Tony Django, para além da sua banda, com quem já trilhou o mundo e roçou palcos que deixaram extasiados públicos e públicos, sobretudo os amantes da boa música, tem aparecido com outros jovens instrumentistas que são da sua enseada, como são os casos de Kaliza, Pipas, Iva Chitsondzo, Bernardo Domingos, Eduardo, Jorgito e Amone. E pelos sítios por onde passam – tal como acontece com os Kapa Dêch – deixam saudades.
Em entrevista à nossa Reportagem, Tony Django diz que vê na frequência de espectáculos que realiza algo de bom, e isso é sinal de que há quem acompanha a sua carreira.
“Significa que as pessoas estão a acompanhar o meu trabalho e, certamente, a gostar do esforço que faço para que ele tenha o mínimo de qualidade”, anota.
Mas isso, adianta, tem também a ver com épocas, pois sabe-se que chega um período em que as pessoas querem actuar e não conseguem ter espaço.
Por outro lado, a frequência de realização de espectáculos é vista por Tony Django como resultado de um crescente número de espaços de música na cidade de Maputo, embora estes sejam mais casas de pasto.
Aliás, ele diz que é nas casas de pasto onde os músicos continuam a ter os seus rendimentos. Cita o caso de espaços musicais como Bar dos Amigos, África-Bar, Gil Vicente, Xima, Vila-Sabié, Khuwana, Matola-Jazz que tem tido uma programação regular levando para lá músicos que vão animar a plateia em noites de canícula e de frio.
“Os músicos giram muito e sabe-se que em Maputo, contrariamente ao que se pode pensar, ainda não existem muitas bandas organizadas e a música que se pretende tocar a noite é de animação e própria dos fins-de-semana. Quando falo de bandas organizadas refiro-me àquelas que estão especializadas para tocar música para a noite, música diversificada e de animação.
Temos muitos grupos de música especializada, com destaque para o jazz, o blues, o afro e ou a marrabenta, até mesmo o rock. Mas estes estilos musicais têm os seus próprios espaços, a sua hora e o seu público”, diz, anotando que quando os grupos empresariais começaram a explorar as províncias, montando infra-estruturas adequadas e capazes de acolher vários espectáculos musicais os artistas vão rodar o país todo, facto que permitirá o desenvolvimento da música e o melhoramento das condições de vida dos músicos, pois eles irão ganhar dinheiro.
“Isso vai nos dar muito trabalho em curto espaço de tempo e isso significará dinheiro. Mas, para que isso aconteça é preciso que as coisas estejam organizadas”, diz. E sublinha que a respectiva organização não deve vir somente dos músicos ou dos empresários. Deve ser uma organização colectiva.
A título de exemplo, Tony Django vai cantar esta sexta-feira ao lado do guitarrista, no espaço Khuwana, num concerto que é repetição do que aconteceu semana passada. Este espectáculo acontece a pedido do público que gostou da prestação dos artistas que actuaram sexta-feira última.
Francisco Manjate
Por exemplo, diz, os músicos precisam de ter representação para que possam ter tempo de se organizar e ter ainda poder ensaiar, discutindo alguns pormenores técnicos com os seus colegas, relacionados, ou não, com o espectáculo que vai dar.
“O que se assiste hoje é que o músico vai falar do espectáculo, negoceia cachés e tem que carregar os seus instrumentos e arranjar carro para o transportar. Como é que queremos que um artista chegue cedo ao local do evento se o promotor do mesmo não se preocupa com os detalhes inerentes à vida do músico. E quantas vezes os músicos vêm-se obrigados a arranjar-se na boleia de um amigo ou ‘entrincheirar-se’ nos chapas?”, questiona.
Tony, que é um dos vocalistas mais destacados da sua geração, diz ainda que não fala de um nível de agenciamento, por ainda estar-se longe disso, embora já comecem a surgir sinais que indicam isso, mas de uma organização que permita aliviar o músico de transtornos que, à partida, podem parecer pequenos, mas com uma influência muito grande no final da acção que ele vai fazer. “Com uma representação, o músico passaria a ficar um pouco mais liberto e com tempo para cuidar da componente musical e não andar a carregar violas e ainda conduzir carros”, comenta.
Tony Django entende que, para lá de uma produção musical de grande qualidade, o sucesso do artista faz-se também sentir com o seu bom espectáculo no palco e a sua excelente performance, com os aplausos incontidos do público.
“Mas todo este exercício deve começar nos bastidores, na produção e na forma como os organizadores dos eventos olham o músico, como o tratam. Este trabalho deve começar na forma como os empresários olham para o músico, pois, caso contrário, nunca chegaremos a lado nenhum”, sublinha.
PAGAR IMPOSTOS
O vocalista, que já fez dueto com o conceituado músico Ismaelo Lo, fala dos impostos que os músicos e os organizadores dos espectáculos devem pagar, da importância de não se fugir ao fisco, pois isso traz riscos, desvantagens e toda uma desmesura que não abona ninguém.
“Para que não sejamos apanhados por situações anómalas e ficarmos a pensar que estamos a ser perseguidos é melhor começarmos a fazer as coisas dentro daquilo que está estabelecido, das normas estatuídas. Esta é uma situação real a que não podemos e nem devemos fugir dela”.
Diz ainda que: “penso que o nosso trabalho deve ser regrado. Se eu canto e ganho dinheiro, então tenho que pagar impostos, mas também é obrigação de quem me faz cantar pagar esses impostos, como forma de encontrarmos um estímulo. E ainda, àquele a quem pagamos os impostos cabe a responsabilidade de nos ajudar a criar um ambiente de trabalho são e profícuo. Esta é a minha maneira de ver o mundo no qual estou inserido e estas são as minhas opiniões”. Na sua perspectiva, se cada um se dedicar um pouco e tecer as suas opiniões conseguir-se-á moldar a sociedade. E ela será como os mesmos cidadãos a desejam que seja.
“Das várias opiniões iremos colher o essencial para construirmos o nosso mundo artístico e belo”, comenta.
TONY E AMIGOS... PARA NOITES FINAS
Tony Django, para além da sua banda, com quem já trilhou o mundo e roçou palcos que deixaram extasiados públicos e públicos, sobretudo os amantes da boa música, tem aparecido com outros jovens instrumentistas que são da sua enseada, como são os casos de Kaliza, Pipas, Iva Chitsondzo, Bernardo Domingos, Eduardo, Jorgito e Amone. E pelos sítios por onde passam – tal como acontece com os Kapa Dêch – deixam saudades.
Em entrevista à nossa Reportagem, Tony Django diz que vê na frequência de espectáculos que realiza algo de bom, e isso é sinal de que há quem acompanha a sua carreira.
“Significa que as pessoas estão a acompanhar o meu trabalho e, certamente, a gostar do esforço que faço para que ele tenha o mínimo de qualidade”, anota.
Mas isso, adianta, tem também a ver com épocas, pois sabe-se que chega um período em que as pessoas querem actuar e não conseguem ter espaço.
Por outro lado, a frequência de realização de espectáculos é vista por Tony Django como resultado de um crescente número de espaços de música na cidade de Maputo, embora estes sejam mais casas de pasto.
Aliás, ele diz que é nas casas de pasto onde os músicos continuam a ter os seus rendimentos. Cita o caso de espaços musicais como Bar dos Amigos, África-Bar, Gil Vicente, Xima, Vila-Sabié, Khuwana, Matola-Jazz que tem tido uma programação regular levando para lá músicos que vão animar a plateia em noites de canícula e de frio.
“Os músicos giram muito e sabe-se que em Maputo, contrariamente ao que se pode pensar, ainda não existem muitas bandas organizadas e a música que se pretende tocar a noite é de animação e própria dos fins-de-semana. Quando falo de bandas organizadas refiro-me àquelas que estão especializadas para tocar música para a noite, música diversificada e de animação.
Temos muitos grupos de música especializada, com destaque para o jazz, o blues, o afro e ou a marrabenta, até mesmo o rock. Mas estes estilos musicais têm os seus próprios espaços, a sua hora e o seu público”, diz, anotando que quando os grupos empresariais começaram a explorar as províncias, montando infra-estruturas adequadas e capazes de acolher vários espectáculos musicais os artistas vão rodar o país todo, facto que permitirá o desenvolvimento da música e o melhoramento das condições de vida dos músicos, pois eles irão ganhar dinheiro.
“Isso vai nos dar muito trabalho em curto espaço de tempo e isso significará dinheiro. Mas, para que isso aconteça é preciso que as coisas estejam organizadas”, diz. E sublinha que a respectiva organização não deve vir somente dos músicos ou dos empresários. Deve ser uma organização colectiva.
A título de exemplo, Tony Django vai cantar esta sexta-feira ao lado do guitarrista, no espaço Khuwana, num concerto que é repetição do que aconteceu semana passada. Este espectáculo acontece a pedido do público que gostou da prestação dos artistas que actuaram sexta-feira última.
Francisco Manjate
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