O cantor moçambicano Feliciano dos Santos ganhou o prémio Goldman Prize, considerado por muitos como o prémio Nobel do ambiente.Feliciano que lidera a banda moçambicana Massukos, é distinguido pelo seu trabalho na divulgação dos problemas da saúde, água e Sida.
As Nações Unidas estimam que as doenças diarreicas matam por ano 1.8 milhões de pessoas.
Feliciano recebeu o prémio numa cerimónia na cidade norte-americana de São Francisco.Em declarações à BBC para África, Feliciano começa por descrever o que sentiu quando soube que tinha sido distinguido.“Foi uma surpresa, pensei que fosse brincadeira, nunca pensei que estando na província do Niassa no norte de Moçambique tão longe do mundo, não acreditei que fosse possível”.
Poder da músicaFeliciano acredita que a música tem poder para fazer passar mensagens para o público.“Em África quando se toca um batuque, as pessoas aglomeram-se e aquele é o memento próprio para começar a transmitir aos outros aquilo que lhe vai no coração”.“Eu sinto que a música tem um poder muito forte e transmite aquilo que são as nossas necessidades básicas”
A motivação de Feliciano surgiu das más condições de higiene e da má qualidade da água que tinha disponível na província do Niassa.
Em 1992, depois de ter formado a banda Massukos, ele promoveu em conjunto com a Unicef um projecto para promover as latrinas.
Em 1996, ele estabeleceu a ONG “Estamos”, que tem por objectivo promover melhores condições de vida através de melhores condições sanitárias.
“Este prémio serve para as pessoas perceberem que não interessa de onde nós vimos, o que é importante é realizar coisas que marcam a diferença”, refere Feliciano dos Santos.
O prémio de 150 mil dólares vai servir para "alertar para os problemas que as populações de Moçambique e de África enfrentam no dia-a-dia", conclui.
BBC - 14.04.2008
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